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segunda-feira - 12/04/2021 - 18:00h
Allyson Bezerra

Os 100 dias de conhecimento e controle em Mossoró

Período é de enfrentamento de dificuldades incomuns e sabotagens em transição que não houve

A gestão do prefeito mossoroense Allyson Bezerra (Solidariedade) chega aos primeiros 100 dias. Com esse número emblemático vem aquela exigência que não é formal nem institucional, mas do nosso costume político e jornalístico, de se estabelecer radiografia que revele o espírito do período. Os seus erros e acertos.

O jovem prefeito mossoroense prioriza o conhecimento e o controle da máquina pública. Está claro: não dá nem dará passadas mais largas sem saber onde coloca os pés.

Primeiros 100 dias levam prefeito diariamente às ruas, a obras e a um desafio que enfrenta também a má-fé de quem não soube perder (Foto: redes sociais)

Primeiros 100 dias levam prefeito diariamente às ruas, a obras e à má-fé de quem não soube perder (Foto: redes sociais)

A prevenção faz sentido. Ele tem a missão de administrar o terceiro maior orçamento do RN – atrás apenas do Estado e Prefeitura do Natal -, está no olho do tufão da segunda onda da pandemia da Covid-19, além de ter escassa e desencontrada informação sobre a máquina pública. Houve nítida má-fé da administração anterior na passagem de governo, preparando inúmeras armadilhas para lhe causar problemas.

Continuidade de projetos remanescentes, implementação de novas políticas e diretrizes governamentais, a captura de dados para compatibilização e confecção de um planejamento de curto e médio prazos, não serão possíveis sem esse conhecimento e controle. O Plano de Metas não é a mesma coisa de “Plano de Governo”, apresentado como exigência ainda no período de candidatura.

Allyson Bezerra assumiu a prefeitura sem direito a saber o que estaria em suas mãos. A transição de governo não se efetivou. O discurso da “casa arrumada” que propagaram na campanha municipal era outro estelionato eleitoral. Deixou-se um rombo multimilionário em passivos urgentes e dívidas fundadas (longo prazo), que revelam como a municipalidade era tratada há décadas.

Nem mesmo decisão judicial (veja AQUI) determinando que a então prefeita Rosalba Ciarlini (PP) facilitasse apresentação de documentos e dados oficiais, chegou a ser cumprida. Ela não permitiu que a mudança de governo acontecesse de forma decente e republicana. Não era seu interesse, após derrota nas urnas.

Sabotagens

Passado esses 100 dias, é evidente a partir dessa fração de pouco mais de três dos 48 meses de governo que tem pela frente, que Allyson abrandou a fúria do touro bravio. Entretanto, não o domou completamente. As tentativas de sabotagem não prosperaram como desejado, mas continuam, da mesma forma que velhos vícios do serviço público precisarão de remédios mais fortes.

A estimativa por tudo que foi deliberadamente aprontado, era de que o prefeito “abestalhado” (um dos apelidos que o rosalbismo adesivou no então candidato) tivesse dificuldade de circular em público, acumulasse atraso na folha de pessoal de sua administração e o município estivesse semiparalisado.

Prefeito recebe médicos para atuação em UBS's (Foto: PMM)

Prefeito recebe médicos para atuação em UBS’s (Foto: PMM)

Erraram no cálculo da maldade e subdimensionaram a capacidade do eleito.

Porém, o prefeito terá de avançar. Após superar esse redemoinho inicial, não faltam exigências que precisam ir ao encontro de promessas de “mudanças”, de alteração não apenas de nome e sobrenome do inquilino do Palácio da Resistência, mas de costumes e modelo de governança.

Reformas

Uma reforma administrativa que modernize a municipalidade, reduza seu custo e proporcione serviço satisfatórios à clientela (os munícipes), não poderá ser levada com a barriga por meses e anos. É urgente um novo Plano Diretor que a ex-prefeita ignorou, da mesma forma que evitou reforma previdenciária.

É imprescindível a eficiência fiscal, o avanço do município no estímulo ao emprego e renda, redução de desigualdades sociais, priorização da saúde preventiva (atenção básica), além de fomento à atividade produtiva, por exemplo. A cultura não pode continuar sendo de festim e de patotas, ignorando expressões populares e eruditas, riquezas históricas e o restante dos bens arquitetônicos da cidade.

Infalível, Allyson Bezerra não o é. Consciente, tem tido a capacidade de ouvir, recuar de fórmulas ou medidas que não funcionam e montou uma equipe de nomes que fugiram ao comum (em décadas). Em sua grande maioria, é gente vitoriosa em suas respectivas áreas de atuação e técnicos por excelência.

Se esses e outros aspectos administrativos avançarem, pagar salário em dia deixará de ser feito e manchete mensal no noticiário.

Os 100 dias por outros jornalistas

Blog do BarretoAQUI;

Blog Carol RibeiroAQUI;

Blog do Magnos AlvesAQUI;

Blog Saulo ValeAQUI;

Blog de William RobsonAQUI, AQUI e AQUI;

* Impressões variadas que colaboram para que o webleitor tenha visão mais ampliada sobre o assunto abordado por nós nessa postagem especial, firmando seu próprio entendimento e compreensão.

Na política, o prefeito tem administrado com altos e baixos a convivência com bancada numerosa de 17 vereadores (eram 18, mas um foi estimulado a voltar pro rosalbismo). Lida com uma oposição que prefere atacar à sombra do anonimato e terceirização de vozes.

Sem isolacionismo 

Do zero ao Palácio da Resistência: desafio reformista (Foto: redes sociais)

Do zero ao Palácio da Resistência: desafio reformista (Foto: redes sociais)

Entretanto, abriu diálogo sem distinção com todas as forças políticas do estado, evitando o extremismo ou posições isolacionistas. Foi de Natal a Brasília, conversar com a governadora Fátima Bezerra (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Dialoga com deputados, secretários de estado e ministros da República, indistintamente.

Pode ser dito, que Allyson Bezerra sobreviveu às intempéries iniciais num tombadilho que continua escorregadio e traiçoeiro. Ele não faz um governo de continuidade oligárquica, nepotista e fechado em si.

Será reformador, para melhor, se mudar muito. Pouco não adianta. Praticamente começa do zero essa marcha, assim como foi sua campanha vitoriosa em 2020.

Se controlar a ansiedade comum à juventude, gerir a vaidade de quem coleciona façanhas na vida e na política e rechaçar qualquer faceta autoritária e personalista, vai ter muito o que comemorar (ainda mais) no primeiro ano de governo e mais adiante.  Vamos aguardar.

Leia também: O que mudou nos primeiros 100 dias com Rosalba (Os 100 primeiros dias de Rosalba)

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Categoria(s): Opinião da Coluna do Herzog / Política

Comentários

  1. Wendell Stewart da Costa Silva diz:

    O atual prefeito está indo no caminho certo, está muito cedo para fazerem cobranças, os Rosadus derrotados ficaram 16 anos com a Rosa Murcha Derrotada de Mossoró, sem falar que ela só recebia os bajuladores dela naquele gabinete. Eu desejo boa sorte no caminho do atual prefeito .

  2. Manoel diz:

    A sintese de Carlos foi perfeita, os 100 primeiros dias foi uma vitoria para nossa cidade, no entanto, apesar de ser muito cedo para cobrar, ainda falta a ações marcantes e enérgicas como por exemplo políticas de emprego em geral, atrair indústrias para nossa cidade e etc. Votei na mudança, daria meu voto novamente. Obs: Não sou filiado a partido político, não tenho cargo nem função de confiança.

  3. FRANSUELDO VIEIRA DE ARAUJO diz:

    Sem dúvida, os primeiros 100 dias da administração Alyson Bezerra, está dentro das expectativas, mais ainda numa crise econômica e sanitária sem precedentes..!

    NESSE SENTIDO, advirta-se, que, tanto o governo municípal quanto estadual, deveras estao a realizar ações e iniciativas dentro das possibilidades administrativas factíveis e plausiveis, mormente quando sabemos do simulacro do equilíbrio orçamentário, tanto municipal quanto estadual, haja vista, infelizmente foram entregues praticamente TERRA ARRASADA..!!!

    Alem, claro, de outros aspectos de ordem subjetiva que deverão oportunamente terem o devido enfrentamento, para tal, entendo que ambos contam com boas e profissionais equipes.

    Um baraco
    FRANSUELDO VIEIRA DE ARAÚJO.
    OAB/RN. 7318

  4. Lair Solano Vale diz:

    Uma boa avaliação Carlos. Me preocupa as novas despesas, como a municipalização do Nogueirão.
    Vem tendo o bom senso de terminar obras sem começar novas.
    Precisa das reformas e de cobrar trabalho aos efetivos de hoje, todos precisam ser vistos como servidores do povo.

  5. Gilvandro diz:

    Realmente em pouco tempo já se percebe uma mudança de postura na condução dos recursos públicos. O prefeito escolheu bem seus secretários e tem se empenhado em fazer uma administração em prol dos mossoroenses e não de uma classe privilegiada, que tinha alguns que viviam às custas da prefeitura, mesmo morando no exterior.

  6. Inácio Augusto de Almeida diz:

    Animais soltos nas ruas esburacadas e cobertas por entulho e pelo mato.
    Avenidas como a Alberto Maranhão praticamente intransitável.
    Medicamentos faltando e, incrível, até mesmo vacina para aplicação da segunda dose.
    Falta de Transparência. Alguém sabe os gastos com propaganda e os veículos de comunicação beneficiados?
    Quantos mossoroenses estão dormindo nas calçadas com estômagos vazios e nenhuma ação da assistência social?
    Quanto foi gasto com assistência social pela prefeitura?
    Populismo só causa miséria e atraso.
    A verdade sempre triunfa

  7. Raimunda diz:

    100 dias é pouco para julgamentos precipitados. Entretanto, é suficiente para uma avaliação do rumo que a administração está tomando, e o cenário descrito mostra que o prefeito está no caminho certo. Isso está frustrando os saudosistas da gestão anterior que, inconformados, estão culpando o atual gestor até mesmo pelo atraso das vacinas, quando se sabe que essa culpa é do Governo Federal. É prudente se informar de como é feita a distribuição de cada lote de vacina que o Ministério da Saúde libera, porque já vem bem detalhado.

    • Inácio Augusto de Almeida diz:

      No caso de vacina para aplicação da segunda dose independe do ritmo de distribuição do governo.
      Em qual cidsde do Brasil ou do mundo faltou s segunda dpse?
      Nem na famoss Sucupira faltou.
      Tem coisa que só acontece em Mossoró.

  8. Rocha Neto diz:

    Que o prefeito Allysson possa cuidar da saúde pública com o zêlo que a mesma requer.

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