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terça-feira - 30/08/2011 - 15:58h
Uern

Grevistas aguardam resposta e mantêm paralisação

Reunidos na manhã desta terça-feira (30), os professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) decidiram suspender a assembleia da categoria pelas próximas 48 horas. Mas continuam parados.

Aguardam o Governo do Estado. Espera que ele se pronuncie sobre sua última proposta.

A categoria docente irá aguardar uma resposta da administração estadual até a próxima quinta-feira (1º), quando será realizada nova assembleia para definir os rumos da greve.

Nesse intervalo, os professores esperam que haja um avanço nas negociações para por fim ao impasse da greve que já dura 91 dias.

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terça-feira - 30/08/2011 - 15:52h
Segurança pública do RN

Sobra dinheiro, falta gestão, diz promotor público

O promotor Wendell Beetoven afirmou hoje à FM 95 (Natal),  que a situação caótica na segurança pública do Rio Grande do Norte é inegável, mas também se deve a problema de gestão. Afirmou que a Polícia Civil tem 140 delegados, mas há dezenas de delegados em funções administrativas ou em licença e longe das unidades policiais.

O representante do Ministério Público disse ainda que a falta de policiais é evidente. Em 2010, a Polícia Civil teve o número de cargos aumentado de 2.500 para 5.150, mas ainda está com 75% dos seus quadros vagos.

O último concurso foi realizado em 1996.

Beetoven disse que o Tribunal de Justiça do RN (TJRN) ainda vai julgar o mérito da ação movida pela Associação de Delegados da Polícia Civil (ADEPOL) para que o Estado convoque os 509 aprovados no último concurso.

“O Tribunal de Justiça apenas derrubou a liminar concedida em primeira instância para que o Estado convocasse os aprovados”, observou o promotor.

Ele destacou que o argumento da falta de dinheiro não serve mais e será levado ao conhecimento do Tribunal de Justiça, referindo-se a decretos do governo, publicados à semana passada, abrindo créditos suplementares em razão do excesso de arrecadação do ICMS.

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terça-feira - 30/08/2011 - 15:36h
Fraudes do PSD

Agripino diz que Jornal Nacional ratifica denúncias

Declaração do presidente do Democratas, senador José Agripino (DEM), com relação à reportagem do Jornal Nacional exibida na noite da última segunda-feira (29), que revelou fraudes no processo de coleta de assinaturas para apoiadores do PSD, ratifica o que o partido já denunciara.

“é notícia de fatos graves e recentes registrando a reincidência de práticas deploráveis e criminosas no registro de partido político que precisa ser incorporada aos autos do referido processo, submetido à apreciação do TSE”, afirma

A matéria do JN mostrou que assinaturas fraudadas não foram detectadas pelos cartórios eleitorais e foram artificialmente encaminhadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília.

A intenção do PSD é que o partido seja registrado sem a apresentação das certidões de noves Tribunais Regionais Eleitorais, conforme determina a resolução 23.282/2010.

Veja a matéria do Jornal Nacional: //migre.me/5Avr6

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terça-feira - 30/08/2011 - 08:49h
Cabo-de-guerra

Relações extremistas numa greve que fragiliza a Uern

O Governo do Estado vai partir para o apelo à Justiça, no intuito de finalizar a greve na Universidade do Estado do RN (UERN). Quer a decretação de sua ilegalidade, com punição aos sindicatos funcionais, em caso de descumprimento.

Noutra extremidade desse cabo-de-guerra, os sindicatos mantêm-se irredutíveis. Já apresentaram propostas, tiveram sempre a iniciativa do diálogo e nada avançou.

No meio desse extremismo, cerca de 14 mil estudantes que estão há 90 dias sem atendimento às suas necessidades acadêmicas.

Quem está certo?

Difícil se afirmar com 100% de segurança que o Governo está correto ou os sindicatos.

Há uma caudalosa campanha de informação e contra-informação, além de visível propósito de desqualificação moral de parte a parte. Ambos tentam granjear a simpatia popular, o apoio da chamada “opinião pública”.

O Governo do Estado usa sua força descomunal, na mídia, para vender a imagem de que a greve é meramente político-partidária, uma estratégia de teor fascista. Um exagero, lógico.

Já os grevistas, rebatem a versão e pregam que esse jeito de governar é um modelo ideológico de intolerância, que seria próprio do DEM. Menos, menos.

Em nenhum momento as partes pediram a intervenção de uma arbitragem isenta, extrajudicialmente, para se tentar o alcance do entendimento. Andando em círculos, os dois lados apenas aumentaram a distância entre si, aprofundando o fosso abissal que os deixa asfixiados ao diálogo.

O que vai sair dessa peleja?

Certamente uma universidade fragilizada. Uma instituição que se notabiliza como a maior obra humana de Mossoró, de valor incomensurável para o estado, região e país, é vista com menoscabo pelo atual governo e a elite política do Rio Grande do Norte, sobretudo porque não conseguem mais aparelhá-la como antes, para seus propósitos politiqueiros.

Os próprios grevistas talvez não tenham percebido, também, o prejuízo irremediável causado aos docentes.

Pobre Mossoró! Pobre Rio Grande “Sem Sorte”.

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terça-feira - 30/08/2011 - 07:38h
Água e óleo

O bom humor de Carlos projeta união DEM-PT

Do Blog de Oliveira Wanderley

Durante o jantar oferecido pela governadora Rosalba Ciarlini (DEM) à ministra da Cultura, Ana de Hollanda, na última sexta-feira (26), o ex-deputado Carlos Augusto Rosado (DEM), provocou a deputada federal Fátima Bezerra (PT).

Se dirigindo à ministra, que conversava com Fátima, Carlos Augusto mandou essa:

Ministra, eu já disse a Fátima que o meu maior sonho era o DEM fazer aliança com o PT no Rio Grande do Norte.

Fátima, abrindo um sorriso, contra-atacou:

Ministra, Carlos Augusto deve está com muitos graus de febre, deve está delirando.

Ana de Hollanda sorriu, concordou com Fátima, e a conversa prosseguiu em tom animada.

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Categoria(s): Política
segunda-feira - 29/08/2011 - 23:53h

Pensando bem…

” Deixa-me ser o que sou, O que sempre fui, um rio que vai fluindo… ”

Mario Quintana

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segunda-feira - 29/08/2011 - 23:52h
Até eles

Juízes sofrem ameaça

Do Radar Online (Veja), por Lauro Jardim

O CNJ contabilizou 134 juízes ameaçados de morte em todo o país, no seu último levantamento, a partir de dados enviados pelos tribunais.

Mas a Corregedoria do conselho já sabe que o número aumentará ainda mais.: magistrados estão mandando por e-mail relatos de novas ameaças para o conselho.

Um pente fino já iniciado indicará o número certo.

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segunda-feira - 29/08/2011 - 23:32h
"Metrópole do futuro"

Aeroporto fechado causa vários problemas

Para quem reside ou tem trânsito por Mossoró, com o mínimo de atenção ao noticiário, não deve ser surpresa: Mossoró desde a noite de hoje está sem aeroporto (veja postagem abaixo), ou campo de pouso, como queira.

O caso poderá se arrastar por meses, caso os problemas levantados em relatório da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) não sejam sanados. Aí o fechamento do Aeroporto Governador Dix-sept Rosdo pode ser em definitivo.

Desde de maio deste ano que o Departamento de Estradas e Rodagens (DER), responsável pelo aeródromo, tinha conhecimento das advertências da  Agência para o aeroporto.

Um dos motivos alegados dentre, outros, está a falta de segurança das aeronaves nos pousos e decolagens. Até animais chegaram a ser fotografados na pista, pela Anac.

A partir de hoje, ninguém pousa ou sai do aeroporto pelos céus de Mossoró.

Consequências imediatas: Transportes de numerários e malotes bancários, de apenados do Presidio Federal e eventuais utilizações de UTI no ar estão cancelados.

O vai-vém da governadora, secretários, amigos e familiares em aeronaves do Estado ou de grupos empresariais, também não poderá mais existir.

Num raio de aproximadamente  250 km de Mossoró, não existe aeroporto com autorização para movimento noturno, por exemplo.

E de quebra, vale uma perguntinha básica: o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, estará em Mossoró ainda nesta semana, para promover campanha contra desarmamento? Vai pousar no rio Mossoró, em algum hidroavião?

Pobre Mossoró!

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segunda-feira - 29/08/2011 - 23:02h
Piada pronta

PMDB não quer cargo no Governo Rosalba

Leio no Fator RRH, do jornalista e blogueiro Ricardo Rosado, que no início de setembro a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) vai oficialmente convidar o PMDB para compor sua base.

O partido não quer cargos. Nem se for oferecido, passarem em suas ventas ou insinuarem algo.

Tudo será formalizado em uma pauta de interesse público.

“São pontos de interesses do Estado em questões econômicos e sociais”, diz Ricardo.

Ah, tá.

Entendi.

Ãn-han!

Claro, claro.

Claro que os cargos que o partido já possui, através da banda “G”, do ministro e senador licenciado, Garibaldi Filho (PMDB), não entram na contabilidade.

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segunda-feira - 29/08/2011 - 22:25h
Comunicado

Aeroporto de Mossoró é fechado devido “riscos”

O Aeroporto Governador Dix-sept Rosado – Mossoró – está oficialmente fechado para operações. Começou às 19h32 de hoje.

A decisão saiu em um comunicado denominado de “Notam (Notice to Airmen), um “Alerta para pilotos”, expedido pela Aeronáutica no início desta noite.

Segue o seu conteúdo:

NOTAM PERÍODO: 29/08/11 19:32 A 18/11/11 02:59

AD CLSD DEVIDO RISCOS ÀS OPERAÇÕES AÉREAS (B1582/2011).

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segunda-feira - 29/08/2011 - 17:12h
Paralisação na Uern

Nota Oficial de grevistas sobre posição do Governo do RN

Secretário vê motivação política para a manutenção de greve na UERN

A manchete acima corresponde a matéria publicada sábado 27 de agosto de 2011 no Jornal de Fato (ver texto completo no link: //www.defato.com/politica.php).

Através dela, o porta voz oficial do governo do Estado, Secretário de Administração José Anselmo de Carvalho, provavelmente orientado pela Governadora Rosalba Ciarlini, acusa a greve da UERN de está sendo conduzida por interesses político-partidários.

Vejam na íntegra o que afirma o secretário: “O que surpreende é a questão da rejeição das propostas que o governo faz e, por isso, não descarto que (a greve) tenha influências partidárias (…) As suspeitas de ingerência partidária se devem ao fato da maioria dos militantes sindicais estarem ligados a partidos políticos que tendem a apresentar candidatos nas próximas eleições municipais. Como a UERN é sediada em Mossoró, o objetivo seria beneficiar nomes ligados ao PT e ao PSB”.

Antes que tudo, inicialmente fazemos os seguintes esclarecimentos:

1.  O Comando de Greve dos Professores é suprapartidário, ou seja, nele encontram-se professores filiados ao PT, PCdoB e PMDB. Não identificamos nenhum membro filiado ao PSB, pelos menos ninguém se manifestou enquanto tal; também não sondamos essa possibilidade e muito menos investigamos a vida política partidária de nenhum membro. É necessário reter que a maioria de seus membros não tem nenhuma filiação partidária. Alguns até já manifestaram ter votado em Rosalba Ciarlini para o governo do Estado;

2.  A Assembléia Geral dos Professores é a instância que delibera o início e o fim da greve. Cada membro do Comando tem apenas um voto na Assembléia Geral.

3.  Sobre nossas reivindicações, esclarecemos que, o que estamos reivindicando do ponto de vista salarial (23,98%) é um direito que a categoria conquistou através de seu Plano de Cargos e Salário de 1989. Imbuído de nossa responsabilidade institucional, nossa pauta de reivindicações também inclui: descontingenciamento do orçamento da UERN; suplementação de verbas, autonomia financeira, entre outros;

4.  Em relação ao movimento paredista, o Governo só se manifestou oficialmente com aproximadamente 20 dias de greve, mesmo assim de forma vazia, tendo em vista que propôs que a greve fosse suspensa uma vez que só em setembro de 2011 o governo teria possibilidade de atender as reivindicações;

5.  Em seguida, com aproximadamente 50 dias de greve o governo propôs a possibilidade de aumento para 2011 de 3% “se o limite prudencial do Estado não for um elemento impeditivo”;

6.  Finalmente, com 70 dias de greve o governo do Estado propôs oficialmente o escalonamento dos 23,98% reivindicado até 2014;

7.  A ADUERN comandou diversas greves nos três últimos governos estaduais: Garibaldi Filho, Wilma de Faria e Rosalba Ciarlini. Vale ressaltar que desses três governos foi a Governadora Wilma de Faria quem mais atendeu às reivindicações salariais dos professores, chegando em 07 anos de governo a aproximadamente 110% de aumento para a categoria.

Vale acrescentar também, que mesmo assim foi no governo Wilma de Faria que mais aconteceram greves na UERN. Isto é uma prova inconteste que a greve não é partidária, mas move-se por interesses estritamente institucionais.Dizer que a categoria sistematicamente recusou as propostas do governo não condiz com a verdade, afinal, pelo exposto só com 70 dias de greve foi que o executivo estadual fez uma proposta concreta e discutível.

Diante desta, abrindo mão da pauta original, a categoria de professores aceitou os prazos e os índices propostos pelo executivo estadual na certeza e com a convicção de que estava contribuindo para resolver o impasse.

Nossa resposta ao governo incorporava sua proposição e acrescentava aos índices sugeridos os percentuais correspondentes à variação da inflação acumulada no período como forma de não impor perdas salariais à categoria ao longo dos próximos anos.

Ressalte-se que no início do processo de negociação, membros do governo já haviam sinalizado positivamente com a possibilidade de atender o percentual apresentado, corrigindo os índices sugeridos, assim como acrescentado dos resíduos inflacionários que porventura existissem.

Neste aspecto, foi o governo quem recuou de sua proposta.Ainda sobre a ampla pauta de reivindicações da greve, em diversas ocasiões o Governo Estadual se comprometeu em descontingenciar os recursos financeiros da UERN.

Entretanto, até este momento a liberação dos recursos não foi efetivada.

Quem se nega a negociar?

Na verdade, o Secretário Anselmo Carvalho na medida em que acusa o movimento paredista de partidarismo tenta rebaixar e desqualificar o debate. Porque ao invés de se deter e opinar sobre a pauta de reivindicações da categoria, que é a motivação maior da greve, faz ilações especulativas em torno de intenções que só existem em sua mente, porque os fatos reais não correspondem às suas supostas afirmações.

Também é preciso reter, que em diversas ocasiões a governadora Rosalba Ciarlini acusou o movimento paredista de ser partidário, uma vez “que no governo de Wilma de Faria a categoria aceitou um escalonamento de três anos, mas no governo dela esta mesma categoria não se dispõe a aceitar o mesmo escalonamento.

Aqui cabe um esclarecimento crucial: em primeiro lugar no governo Wilma de Faria nós aceitamos um escalonamento de três anos para o correspondente a 64% e não para 27% em três anos como propõe a governadora Rosalba Ciarlini.

Em segundo lugar, em 2007, ano do acordo com a Governadora Wilma de Faria, a inflação não chegava a 2% ao ano. Em 2011 a inflação pode chegar a um patamar de 6,5%, com projeções para 2012, 2013 e 2014 de 21% de inflação acumulada.

As insinuações provocativas do secretário têm como objetivo central escamotear as reais intenções do governo para com a UERN.

Aqui cabe uma pergunta fundamental: Por que o governo contingenciou os recursos financeiros da instituição?

Esta medida tem motivação política ou é de outra natureza?

Por fim, diante de fatos tão incontestáveis, a conclusão isenta, ilibada e imparcial sobre o histórico deste movimento paredista, é que quem “esticou a corda da greve” foi o Governo Estadual.

Professor Flaubert Fernandes Torquato LopesPresidente da ADUERN

Professor Carlos Alberto Nascimento de Andrade – Membro do Comando de Greve dos Professores da UERN

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segunda-feira - 29/08/2011 - 11:38h
Eleições 2012

PT marcha para nome próprio em Natal e Mossoró

A passagem do deputado estadual Rui Falcão (SP), presidente nacional do PT, pelo Rio Grande do Norte, no sábado (27), deixou lideranças e militância muito acesa. Animada.

Ele participou da plenária do partido, em Natal, discutindo temas como a Campanha da Reforma Política do PT e as Eleições 2012.

A plenária contou com a participação de membros de todas as coordenações dos pólos do RN, vereadores, os prefeitos do PT, dirigentes estaduais além da militância que lotou a Assembléia Legislativa neste sábado.

O partido foca possibilidade de candidaturas próprias a prefeito, nos maiores colégios eleitorais do Rio Grande do Norte. Natal e Mossoró marcham para ter candidatos do PT à prefeitura.

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segunda-feira - 29/08/2011 - 11:16h
Ciência do Fisiologismo

Prefeito aliado do Governo Federal ganha mais verba

Do Blog de José Roberto de Toledo

Reais, dólares, euros ou rúpias. Não importa a moeda, o casamento do dinheiro com a política é universal. Seja no Brasil, nos EUA, na Espanha ou na Índia, há correlação entre o volume de verbas federais transferido para governos locais e a posição política dos governantes. Prefeitos aliados recebem bônus. Adversários, o que manda a lei.

Estudo apresentado no encontro da Sociedade Europeia de Econometria, esta semana na Noruega, calcula o quanto o governo federal brasileiro privilegiou os prefeitos de partidos aliados no reparte de verbas entre 1997 e 2008: até 46% a mais por habitante do que para os não-aliados (o valor depende de como se distinguem amigos de inimigos). As conclusões valem para os governos FHC e Lula, sem distinção.

Assinam o trabalho professores dos departamentos de economia de duas instituições europeias: a brasileira Fernanda Brollo, da Universidade de Alicante (Espanha), e o italiano Tommaso Nannicini, da Universidade Bocconi (Itália). Econometria à parte, o que importa para os eleitores são as constatações. A seguir, as dez principais:

1) Os bônus para os aliados se concentram nos últimos dois anos de mandato do prefeito, aqueles que antecedem a eleição municipal. Nos dois primeiros anos não há diferença significativa no reparte dos recursos;

2) Prefeitos de partidos da coalizão do presidente têm mais chances de serem beneficiados com verbas se forem candidatos à reeleição. O privilégio míngua no segundo mandato consecutivo;

3) As verbas adicionais são mais polpudas quando o prefeito aliado venceu a eleição por uma margem folgada;

4) De maneira oposta, os prefeitos de partidos de oposição ao presidente que se elegeram por poucos votos de diferença são os que menos recebem verbas discricionárias, ficam limitados às transferências obrigatórias;

5) Prefeitos aliados do presidente que não estão alinhados com o governador dos seus Estados recebem mais dinheiro extra do governo federal;

6) Os repasses federais extras para aliados são proporcionalmente maiores nas cidades pequenas;

7) Os repasses também são proporcionalmente maiores para cidades sem uma rádio local;

8 ) Não há diferença significativa de renda e desenvolvimento social entre as cidades governadas por prefeitos aliados do presidente e as governadas pelos adversários;

9) Prefeitos do mesmo partido do presidente não recebem mais verbas discricionárias do que os prefeitos de outros partidos aliados;

10) A chance de um prefeito se reeleger aumenta se ele estiver alinhado com o governo federal, especialmente se for do mesmo partido do presidente.

Veja material completo clicando AQUI.

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segunda-feira - 29/08/2011 - 11:05h
Nélter Queiroz

Um aniversariante no redemoinho do PMDB

O deputado estadual Nélter Queiroz (PMDB) é o aniversariante desta segunda-feira (29).

Natural de Jucurutu, Nélter está cumprindo seu quarto mandato consecutivo. Atualmente integra quatro Comissões na Assembleia Legislativa: Justiça e Redação; Finanças e Fiscalização; Ciência e Tecnologia; Desenvolvimento Econômico e Social.

Filho do ex-deputado estadual Nelson Queiroz, ele garante que a comemoração será em família.

No campo político, ele está no redemoinho das relações do seu partido, o PMDB, com o Governo Rosalba Ciarlini (DEM). Tem sido crítico sistemático dessa gestão, mas lideranças partidárias o empurram ao alinhamento.

O PMDB é sempre essa vocação para o poder, à sombra frondosa do poder.

Ó dúvida cruel, heim?

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segunda-feira - 29/08/2011 - 10:54h
Futebol e dor

Força, Ricardo!!!

Que coisa insana! Costumo dizer que minha paixão pelo futebol está também centrada na crença de que o vejo como uma “metáfora da vida”. Reproduz o que somos fora das quatro linhas, no cotidiano.

Treinador do Vasco, o ex-zagueiro Ricardo Gomes saía numa maca em estado grave, ontem, do estádio, enquanto alguns torcedores do Fla urravam por sua morte.

Fluminense bicampeão carioca em 1984: Aldo, Paulo Victor, Duílio, Ricardo Gomes, Jandir e Branco Agachados: Romerito, Delei, Washington, Assis e Tato

Aqui não vai crítica aos torcedores do Fla, assentado em passionalidade clubista. De modo algum. Mas à massa insana, que tanto critica políticos e cobra direitos, mas não respeita a dor alheia.

Informações indicam que cirurgia em Ricardo Gomes foi bem sucedida, após seu AVC. Mas o quadro clínico é ainda muito grave. Força, Ricardo.

Só mesmo indivíduos frustrados, com desvios psicossociais, exultam a dor de quem um dia pode estar inclusive treinando seu time. Um ser humano que nos campos foi leal. Fora, repete-se na mesma fidalguia.

Lembro Ricardo Gomes com camisa do Flu. Sóbrio, técnico, canhoto com boa saída de bola, impulsão, líder. Incapaz de dar pontapés. Lorde, sim.

O ser humano é o mesmo em qualquer parte do mundo, civilizado ou não. Aspectos culturais, antropológicos, outras variáveis, dão-nos o perfil como gente e povo.

Há poucos meses, no civilizado Canadá, sem analfabetos, de gente esclarecida, culta, sem maiores índices de desemprego, torcedores de um time de Hoquei fizeram quebra-quebra pelas ruas e enfrentaram a polícia. Como explicar a fúria, a selvageria, apenas porque seu time perdeu?

Não sou estudioso da psicologia ou da psicologia social, mas encontro explicações, com minha modesta visão empírica: a massa é inorgânica, por vezes passional. Ela não tem face e um encoraja o outro, virando uma turba enfurecida, acéfala e perigosa. Letal.

Sou torcedor do Fluminense desde pichototinho. Quantas raivas Zico me fez, socado na camisa rubro-negra, heim? Entretanto fiquei perplexo quando o zagueiro Márcio, do Bangu, quebrou-o nos anos 80.

Ídolos de hoje raramente se comparam com os bons exemplos de ontem: Rivelino, Roberto Dinamite, Zico, Jairzinho. Deslumbrados, influem mal. Pouco acrescentam à nossa juventude. E das arquibancadas, lógico, não podemos esperar coisa melhor, seja do torcedor do Flamengo, Vasco, Fluminense ou do Ìbis de Pernambuco.

O futebol está aí, repetindo o que somos aqui fora: estúpidos. Selvagens!

Bom repetir, como mantra: Força, Ricardo!

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domingo - 28/08/2011 - 23:58h

Pensando bem…

“O silêncio é um espião”.

Mário Quintana

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domingo - 28/08/2011 - 23:48h
Só Rindo 2

Livro é bem recebido por público diversificado em Natal

Lançamento, no La Tavola, ocorre com presença de políticos e outros segmentos sociais da capital

O “Só Rindo 2 – A política do bom humor do palanque aos bastidores” desembarcou em Natal. Sem estardalhaço, mas com firmeza. Com a receptividade de xarias e canguleiros, além da colônia mossoroense e de outras cidades, residente na capital.

O lançamento deste segundo livro do editor deste Blog, Carlos Santos, aconteceu nessa quinta-feira (25), às 19h, no restaurante La Tavola, no coração do charmoso bairro Petrópolis.

Jornalistas, advogados, políticos, escritores e outros segmentos sociais prestigiaram o acontecimento, que foi concluído próximo das 23h.

Autor faz a fila andar; autografa para ex-secretário Leonardo Arruda (Foto Márlio Forte)

“Seu livro também é uma forma de reencontro”, mediu o engenheiro civil Carlos Alberto Lopes, de origem mossoroense, mas há alguns anos residindo na capital.

Para o deputado estadual Walter Alves (PMDB), que representou ainda seu pai, o ministro e senador Garibaldi Filho (PMDB), o conteúdo do livro que folheara, era a garantia de leitura prazerosa.

A mesma opinião foi do publicitário Tertuliano Pinheiro – titular da pasta do Turismo na Prefeitura do Natal. “Já sei o que fazer no final de semana”, assinalou.

A publicação é uma coletânea de histórias hilariantes que envolvem políticos e outras pessoas que povoam o universo da atividade pública. São micos, disparates e tiradas inteligentes que dão a pitada de bom humor a cada uma das 160 histórias. As situações narradas são atemporais, ocorridas em tempos distintos e que sobreviviam pela cultural oral, agora documentada em livro.

– Eu disse que viria; estou aqui para prestigiá-lo – alardeou o jornalista Vicente Serejo do Jornal de Hoje.

Poeta consagrado e visto como uma de nossas melhores expressões no gênero, Paulo de Tarso Correia de Melo também aterrissou no lançamento. Fez-se acompanhar dos também escritores Chico Rodrigues, Clauder Arcanjo e David Leite. “Quero que você faça uma dedicatória com o bom humor que já vi”, pediu. “Como um escritor ‘mundialmente desconhecido’, como você mesmo diz”, completou sorrindo.

Deputados Hermano Morais e Walter Alves com o Só Rindo 2 (Foto Márlio Forte)

A ex-governadora Wilma de Faria (PSB) foi uma das primeiras a chegar ao La Tavola. Aproveitou para cumprimentar os presentes, além de conversar com jornalistas e outros interlocutores. Sobrou oportunidade ainda para ser clicada por várias lentes, em conversa amistosa com o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT), que fora seu vice na eleição de 2000 e depois prefeito, apoiado por ela.

– Tenho certeza que vou me divertir muito com seu livro; você merece esse sucesso pela coragem de dizer o que pensa, mesmo que por vezes não agrade – comentou Wilma de Faria.

A noite também foi de música. O grupo “Flor de Manga” encantou os circunstantes com repertório de clássicos da MPB e composições suas, com afinação e simetria entre voz e instrumento. “Espetacular”, avaliou o escritor, professor e ex-secretário da Prefeitura do Natal e do Governo do Estado, Honório de Medeiros. Ele assina prefácio do livro.

Túlio Lemos (centro) ouve Ricardo Rosado e Jânio Vidal (Foto Márlio Forte)

Numa noite de autógrafos, de um livro ambientado na política, mas tendo como insumo básico o humor, não podiam faltar casos e mais casos que podem ser incluído em futuras publicações. O autor ouviu vários. Entretanto o mais inusitado foi um pedido do ex-juiz de Direito em Mossoró, Francisco Pinto.

Além do seu exemplar, ele adquiriu outro dedicado a Delúbio Soares (petista que surgiu em meio ao chamado escândalo do Mensalão no Governo Lula).

– É que ele é muito amigo de Mário Rosado (ex-deputado federal filho do falecido prefeito mossoroense Dix-huit Rosado). Mário pediu o livro para presenteá-lo – justificou “Chico” Pinto, com a primazia de ser o primeiro autógrafo da noite.

O Só Rindo já fora lançado antes em Mossoró, Areia Branca e Apodi.

No próximo mês será lançado dentro da programação do “Cariri Cangaço” que ocorre a partir das cidades de Crato e Juazeiro, evento de repercussão nacional. Há perspectiva ainda de igual iniciativa no Rio de Janeiro (RJ), no mês de outubro deste ano.

VEJA ABAIXO A GALERIA DE FOTOS (Clique sobre imagem para ver álbum completo)

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domingo - 28/08/2011 - 12:00h

Mulher dos outros

Por Antônio Maria

Dia claro. Primeiras horas do dia claro. Havíamos bebido e procurávamos um café aberto, para uma média, com pão-canoa. Quase todos estavam fechados ou não tinham ainda leite ou pão. Fomos parar em Ipanema, num cafezinho, cujo dono era um português e nos conhecia de nome de notícia.

Propôs-nos, em vez de café, um vinho maduro, que recebera de sua terra, “uma terrinha (como disse) ao pé de Braga”. Não se recusa um vinho maduro, sejam quais forem as circunstâncias. Aceitamo-lo. Nossa grata homenagem a José Manuel Pereira, que nos deu seu vinho.

Nesse café, além de nós, havia um casal, aos beijos. As garrafas vazias (de cerveja) eram quatro sobre a mesa e seis sob. Beijavam-se, bebiam sua cervejinha e voltavam a beijar-se. Não olhavam para nós e pouco estavam ligando para o resto do mundo. Em dado momento, entraram dois rapazes e pediram aguardente no balcão. Ambos disseram palavrões, em voz alta.

O casal dos beijos e da cerveja parou com as duas coisas. Outros palavrões e o cabeça do casal protestou:

— Pára com isso, que tem senhora aqui!

Um dos rapazes dos palavrões:

— Não chateia!

— Não chateia o quê? Pára com isso agora!

Um dos rapazes do palavrão:

— E essa mulher é tua mulher?

— Não é, mas é mulher de um amigo meu!

A briga não foi adiante. Todos rimos. O dono da casa, os rapazes dos palavrões, o casal. Está provado que: quem sai aos beijos com mulher de amigo não tem direito a reclamar coisa alguma.

Antônio Maria (1921-1964) – Jornalista, cronista, compositor pernambucano

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Categoria(s): Crônica / Grandes Autores e Pensadores
  • Art&C 25 anos - Institucional - 19-12-2023
domingo - 28/08/2011 - 10:12h

Rocas-Quintas

Por Paulo de Tarso Correia de Melo

Vive no subúrbio, a moradia
alugada, o trabalho extraordinário,
o ônibus, o dia a dia
e a aventura do crediário.
A novela-poesia
ao alcance do salário.
A televisão-fantasia
e a mágica do mobiliário.
Restos de infância e graça:
cinema de bairro, carrossel na praça
e o mar, quatro festa do ano.
Mas o corpo é belo e passa:
frágil alvenaria, perecível massa.
Hoje te amo.

Paulo de Tarso Correia de Melo é poeta potiguar

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Categoria(s): Poesia
domingo - 28/08/2011 - 09:46h

Não enterrem meu coração

Por François Silvestre

Donde vem essa retirante dor, camuflada de esperança, trazendo nas costas um matulão de perguntas?

Onde nasce essa nascente? Na sala da frente, no vão da cozinha ou num corredor do escuro?

Donde vem o uivo desse vento? Não é de nenhum morro do grande romance. É daqui mesmo; após driblar os galhos da oiticica, passar pelas frestas do mofumbal, entrar no escavado dos meus ouvidos e me fazer desassossegado.

Onde mora meu sossego fugitivo? Pronde foi a raspa de gamela tão adocicada que desenvelheceu aquele moleque e seus pinotes do açude? Onde canta a mãe-da-lua?

Donde vem a coragem de enfrentar os vigias das histórias? Talvez da escassez do talento de mimá-los com belos versos. Contar em trecho longo é valentia ou talento?

Onde foi parar meu senso de moderação, meu medo do ridículo, meu refúgio de inspiração? Talvez numa grota que as rugas da face escondem por trás da ribanceira da ousadia.

Donde chega e aparece a penada voz do espírito da noite? Que pena paga pelas beiradas do caminho que faz a minha ex-madrugada? Por que eu virei tarde ainda de manhã? O sofrimento não envelhece, apenas encurta a alegria da infância.

Onde se aposenta o vexame de amealhar? Quantas contas não pagas virão bater à minha soleira? Quem se veste dessa cor tão fria? Cansados olhos que mal distinguem nas brumas a variação dos cinzas.

Donde veio a confiança das amizades? Talvez da fuga de esconder-se da solidão. Quanto custa meia pataca de silêncio? Muito mais caro do que duas arroubas de barulho.

Onde mora a invenção da história, que pretende alugar minha paciência? Sem acerto antecipado do aluguel. Sem fiador de biografia testada.

Donde escorreu essa água suja de tantas lágrimas que vem enxovalhar o meu linho quase branco, amarfanhado com dobras do passado?

Onde se abanca o senhor das verdades, diluídas de descrédito? Na certeza de que ninguém o procurará. E aí ele arma sua rede para descansar as costelas que Adão esqueceu num baú inexistente.

Donde me chega esse cansaço? Não é da moradia de trabalho insano. Não. Talvez seja de uma latada esquecida pelos retirados das águas. Sim. Não é só a seca que retira. Há os que fogem do barro úmido, quase lembrança da lama.

Onde posso armar minha rede que de tanto alpendre desmoronado virou tipóia? Como posso me esconder por trás da penumbra dos meus olhos?

Donde vem essa roçadeira de podar certezas? Semeando dúvidas, de olho no nascente. Enquanto cava a terra e semeia pedaços de solidão. Sementes de ossos quebrados. Onde mora o vizinho da paciência? Há respostas prontas ou são todas perguntas escondidas? Té mais.

François Silvestre é escritor

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Categoria(s): Crônica
  • Pastel Premium Mossoró - Pastel de Tangará - Aclecivam Soares
domingo - 28/08/2011 - 08:23h

A teoria do escudo ético de Frederico P. de Melo

Por Honório de Medeiros

O núcleo da “teoria do escudo ético”, de Frederico Pernambucano de Mello, está contido em três parágrafos do capítulo 4 do clássico “Guerreiros do Sol”, segunda edição, abaixos transcritos:

“Muito se tem falado nos paradoxos da chamada moral sertaneja. No Nordeste, talvez melhor que em qualquer outra região, sente-se a existência desse quadro de valores – segundo já comentamos – inconfundível em muitos dos seus aspectos. Chega a ser quase impossível, por exemplo, explicar ao homem do sertão do Nordeste as razões por que a lei penal do país – informada por valores urbanos e litorâneos que não são os seus – atribui penas mais graves à criminalidade de sangue, em paralelo com as que comina punitivamente para os crimes contra o patrimônio. Não se perdoa o roubo no sertão, havendo, em contraste, grande compreensão para com o homicídio. O cangaceiro – vai aqui o conteúdo mental do próprio agente – não roubava, “tomava pelas armas”.”

“Dentro desse quadro todo próprio, a vingança tende a revestir a forma de um legítimo direito do ofendido (“No sertão, quem se não vinga está moralmente morto”, repitamos mais uma vez a frase tão verdadeira de Gustavo Barroso, conhecedor profundo desse paralelismo ético sertanejo).”

“Ao invocar tais razões de vingança, o bandido, numa interpretação absurdamente extensiva e nem por isso pouco eficaz, punha toda a sua vida de crime a coberto de interpretações que lhe negassem um sentido ético essencial. A necessidade de justificar-se aos próprios olhos e aos de terceiros levava o cangaceiro a assoalhar o seu desejo de vingança, a sua missão pretensamente ética, a verdadeira obrigação de fazer correr o sangue dos seus ofensores. O folclore heróico, em suas variadas formas de expressão, imortalizava-o, omitindo eventuais covardias ou perversidades e enaltecendo um ou outro gesto de bravura. Concretizada a vingança, por um imperativo de coerência estaria aberta para o cangaceiro a obrigatoriedade de abandonar as armas, deixar o cangaço. Já não teria mais a socorrer-lhe a imagem o escudo ético por esta representado. Como então realizar tal vingança, se o cangaço era um bom meio de vida?”

Tal “escudo ético”, entretanto, não é um epifenômeno próprio da moral sertaneja nordestina. Muito menos apenas do cangaço.

Em entrevista à revista “Veja” de 17 de agosto de 2011 – edição 2230, ano 44, nº 33 – o psiquiatra e escritor inglês Anthony Daniels, ao analisar a influência da tese do suíço Jean Jacques Rousseau de que o ser humano é fundamentalmente bom, e que a sociedade o corrompe, afirma que esta prejudicou profundamente sua noção de responsabilidade: “Por influência de Rosseau, nossas sociedades relativizaram a responsabilidade dos indivíduos.”

E continua: “O pensamento intelectual dominante procura explicar o comportamento das pessoas como uma consequência de seu passado, de suas circunstâncias psicológicas e de suas condições econômicas. Infelizmente, essas teses são absorvidas pela população de todos os estratos sociais. Quando trabalhava como médico em prisões inglesas, com frequência ouvia detentos sem uma boa educação formal repetindo teorias sociológicas e psicológicas difundidas pelas universidades. Com isso, não apenas se sentiam menos culpados por seus atos criminosos, como de fato eram tratados dessa maneira.”

Aqui no Rio Grande do Norte a lenda atribui aos injustos mal tratos físicos da Polícia o ingresso do célebre Valdetário Benevides Carneiro, morto há pouco tempo, no crime. “Como não há justiça” dizia em outras palavras Valdetário, “vou fazer a minha.”

Por outra: há o escudo ético, mas ele não é específico da moral sertaneja nordestina. Parece ser um epifenômeno decorrente da criminalidade.

Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura do Natal e do Governo do Estado do RN

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Categoria(s): Artigo
domingo - 28/08/2011 - 06:56h

Só Rindo (Folclore Político)

A razão de José Augusto

Político de expressão na primeira metade do século XX, no Rio Grande do Norte, José Augusto de Medeiros governa o Estado e recebe, no mesmo dia, dois aliados políticos que não se bicam.

Sem delongas, o primeiro a entrar em seu  gabinete começa logo a espinafrar o adversário que espera lá fora, para ser o próximo a ser recebido por José Augusto.

– Você está coberto de razão, você está coberto de razão – reforça o governante, a cada esculacho emitido pelo interlocutor contra o intrigado.

Fim da audiência, entra o outro aliado. Mas a ladainha é a mesma: ele sataniza quem saíra.

E, mais uma vez, José Augusto repete sua performance:

– Você está coberto de razão, você está coberto de razão!

Ao final das duas audiências, um assessor direto do governador, que testemunhou as duas situações em sequência, comenta com perplexidade: “O senhor disse, para cada um, que estava ‘coberto de razão’, mesmo com os dois falando um do outro?!”

Com a mão sobre o ombro do auxiliar, encarando-o com olhar cândido, José Augusto solta um leve sorriso e dispara:

– Você tem razão!

 

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Categoria(s): Folclore Político
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