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domingo - 28/02/2021 - 08:00h

Nos tempos do Trio Mossoró e de Oséas Lopes

LP do Trio Mossoró (Foto: reprodução)

LP do Trio Mossoró (Foto: reprodução)

Por Paulo Menezes

Sábado de preguiça, sem álcool, curtindo uma rede e um lençol “cheirando a guardado”, mexendo no controle da TV, eis que surge na telinha o nosso conterrâneo Oséas Lopes, de nome artístico Carlos André.

Como que num passe de mágica, com o HD ainda em ordem, me transportei para minha adolescência e me vi tomando banho com alguns amigos nas águas despoluídas do rio Mossoró. Ficava a admirar Oséas Lopes com seus quase 2 metros de altura, pulando da ponte e seguindo pela correnteza do rio até “descer a barragem”, com suas braçadas longas e cadenciadas.

Nossa casa era na praça do Coração de Jesus, a dele na rua detrás, esquina com o paredão do rio Mossoró. Lembrei-me também da despedida dele e de seus irmãos João e Hermelinda, que formavam o Trio Mossoró. Seguiriam carreira artística no Rio de Janeiro.

Caso não esteja enganado, a despedida dos mossoroenses ocorreu no distante ano de 1960 tendo como palco o auditório da Rádio Tapuyo de Mossoró, sendo o locutor à época o radialista Canindé Alves.

Na cidade maravilhosa, os irmãos, após algum tempo, partiram para a carreira solo. Ozéas passou a ser Carlos André. Tornou-se além de músico, cantor, compositor renomado, também produtor musical.

Produziu vários artistas famosos dentre os quais o rei do baião Luiz Gonzaga. Hermelinda, gravou grandes sucessos da música nordestina destacando-se a canção de protesto, Carcará, grande composição de João do Vale e José Cândido.

Quanto ao João Batista fez-se João Mossoró, cantando, brilhando e levando  o nome de sua cidade por esse Brasil afora e além fronteiras, chegando até Portugal com suas magníficas interpretações do fado.

Ozéas nunca esqueceu a terrinha cuja recíproca não foi verdadeira. Nunca foi prestigiado como devido pela cidade que ele sempre amou. Pelo que levou aos vários rincões do país, cantando os sertões, a terra de Santa Luzia, seu povo bravo, merecia e merece um tratamento melhor dos seus concidadãos.

Recentemente numa entrevista dada ao chargista caricaturista Túlio Ratto (veja AQUI), externou “mágoas de como é tratado em Mossoró, diferente do reconhecimento fora dos limites da cidade e divisas do Rio Grande do Norte. E avisa que não quer ser lembrado depois de morrer”.

Até a “praça dos seresteiros”, que fizeram em homenagem ao seu irmão Francisco de Almeida Lopes, o grande seresteiro, chamado carinhosamente por Cocota, foi desprezada, abandonada e hoje é só saudade. Somente. Nada mais.

Essas lembranças que vez por outra me ocorre é fruto de uma adolescência e juventude vividas com muita intensidade no querido chão mossoroense e que por isso mesmo me tornei um saudosista de plantão.

Paulo Menezes é meliponicultor e cronista

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Categoria(s): Crônica

Comentários

  1. Raniele Costa diz:

    Bom dia Senhor Paulo Menezes.
    Não é verdade que o nosso grande conterrâneo Carlos André não seja reconhecido por nós Mossoroenses, ele já recebeu diversas homenagens da nossa cidade, foi homenageado no são João de Mossoró quando se apresentou ao lado dos seus irmãos do antigo trio Mossoró no Adro da Igreja de são Vicente, recebeu também homenagem da POEMA , teve a publicação de um livro pela Coleção Mossoroense ” Minha História ” que foi lançado na Estação das artes com grande participação dos Mossoroenses, e também teve outro livro lançado na Feira do Livro em 2017 agora homenageando o ” Trio Mossoró ” de autoria do escritor Kydelmir Dantas.
    Talvez o afastamento da grande mídia e o não contato com os Jovens faz com que Oséas Lopes se sinta um pouco abandonado pela nossa cidade.

  2. Maria Lucia diz:

    Parabéns Paulo, suas crônicas são sempre de uma leitura muito agradável, lindas recordações, assuntos interessantes , linguagem sem esnobismo. Escreva mais!!

  3. Rocha Neto diz:

    Amigo Paulo, só este seu artigo de hoje já é uma grande homenagem não só ao Trio Mossoró, como em especial à Ozeas, hoje Carlos André. Esse negócio de estar vasculhando o passado que se foi, não soma nadica de nada em nossas vidas.
    Quer um exemplo ? Eu.
    Trabalhei 9 anos na Emissora de Educação Rural de Mossoró, década de 70/80, gente naquele tempo ter programa diário no rádio, era coisa muito importante, todos nos conheciam, admiravam, valorizavam, etc… hoje locutor, poucos conhecem quando o encontram, e nem por isso a vida deixa de ter sua essência, o que é mais importante.
    Retornando ao Trio Mossoró, convivi de perto com Hermelinda, João e Ozeas, nos encontros familiares lá na residência de uma irmã dos três, Terezinha que era casada com Raimundo Paraguai, ficando sua residência ali na rua Wenceslau Braz, o Trio Mossoró sempre que vinha se apresentar na sua terra berço, tinha um almoço ou lanche da tarde na cada do cunhado, e a parentada aparecia toda levando seus agregados, como era a minha condição, pois minha madrinha de batismo era casada com um primo carnal do meu pai, o velho Joao Rocha Nonato.
    Não sabia eu, que a roda do tempo com seu giro constante um dia iria colocar-me diante dos três irmãos famosos, não só lá na sala do casal Raimundo Paraguai/Terezinha, mais também como entrevistador dos mesmos nos studios e microfones da Emissora de Educação Rural.
    Tenho boas lembranças do pessado que se foi, inclusive já encontrei Ozeas/Carlos André por diversas vezes aqui em Mossoró, e ele nem se quer me cumprimenta, mais nem por isso me considero pequeno, isto porque sempre lembro que o ser humano infelizmente valoriza tão somente “o vale quanto pesa”.
    O resto… todos já conhecem.

  4. Oseas Carlos André diz:

    Atenção meu amigo que falou que fui muito homenageado em Mossoró. Primeiro detalhe o livro lançado com o título de minha história foi escrito por mim mesmo, com revisão de dois grandes amigos (as) Professor Almir Nogueira e minha amiga Lúcia Rocha essa contribuíu muito para minha história, repetindo o autor e escritor foi Oseas Lopes.o amigo lendo vai ver as colocações sempre na primeira pessoa do singular quando sempre eu digo eu fiz isso e aquilo, me desculpe mas essa é que é a verdade quanto as apresentações do Trio Mossoro eles pagavam o cachê mas quem pagava as passagens vindo do Rio era o próprio trio e mas hospedagem e refeições tudo era tirado do cache do triio se eu não concordasse o secretário de Cultura da época sempre mandava seu secretário me avisar que se eu não quisesse dessa forma estaríamos fora do São João.Outro absurdo para o conhecimento do amigo o Trio foi cantar no chuva de bala mas não tinha direito a camarim SÓ se eu passe uma taxa e ficamos em pé na calçada da igreja e eu pergunto isso é homenagem.? Vou dizer mas uma das homenagens que recebi.Você deve lembrar num São João Que o Produtor de televisão do Rio o Ze Messias nós dois estávamos aguardando para ir assistir o chuva de bala, nos chega uma senhora que veio para nos levar para assistir o Chuva de Bala e ela falou pra mim so tem lugar para Se Messias pra voce nao tem lugar e nao permitiu a minha ida, você chama isso também de homenagem? Nao vou cutar outras piores porque o texto vai ficar muito longo.Mas uma vez peço descupas ao amigo que frisou que ja fomos ou fui muito homenageado em minha querida cidade Mossoro. Tem uma outra que tenho ate vergonha de contar o que fizeram comigo.Mas nada me tira o amor por minha cidade, porque quem faz as coisas não é a cidade e sim as pessoas.Seria bom o amigo assistir o clipe b Trio Mossoro chegando em São Paulo para poder subir os no palco precisou de quatro seguranças o povo tudo querendo abraçar e tirar foto com o Trio.Não sou eu que falo não é SÓ você assistir o clipe e ver a o que é homenagem. A homenagem que o Trio Mossoro recebeu na cidade de Campina Grande recebendo o troféu Luiz Gonzaga.Vou para pra não sair o pior na minha própria cidade.escrevi aqui tudo porque o amigo frisou que sempre fomos muito homenageados na nossa cidade. Desculpem mas o importante é que DEUS É POR TODOS NÓS.

  5. Oseas Carlos André diz:

    Atenção meu amigo que falou que fui muito homenageado em Mossoró. Primeiro detalhe o livro lançado com o título de minha história foi escrito por mim mesmo, com revisão de dois grandes amigos (as) Professor Almir Nogueira e minha amiga Lúcia Rocha essa contribuíu muito para minha história, repetindo o autor e escritor foi Oseas Lopes.o amigo lendo vai ver as colocações sempre na primeira pessoa do singular quando sempre eu digo eu fiz isso e aquilo, me desculpe mas essa é que é a verdade quanto as apresentações do Trio Mossoro eles pagavam o cachê mas quem pagava as passagens vindo do Rio era o próprio trio e mas hospedagem e refeições tudo era tirado do cache do triio se eu não concordasse o secretário de Cultura da época sempre mandava seu secretário me avisar que se eu não quisesse dessa forma estaríamos fora do São João.Outro absurdo para o conhecimento do amigo o Trio foi cantar no chuva de bala mas não tinha direito a camarim SÓ se eu passe uma taxa e ficamos em pé na calçada da igreja e eu pergunto isso é homenagem.? Vou dizer mas uma das homenagens que recebi.Você deve lembrar num São João Que o Produtor de televisão do Rio o Ze Messias nós dois estávamos aguardando para ir assistir o chuva de bala, nos chega uma senhora que veio para nos levar para assistir o Chuva de Bala e ela falou pra mim so tem lugar para Ze Messias pra voce nao tem lugar e nao permitiu a minha ida, você chama isso também de homenagem? Nao vou contar outras piores porque o texto vai ficar muito longo.Mas uma vez peço descupas ao amigo que frisou que ja fomos ou fui muito homenageado em minha querida cidade Mossoro. Tem uma outra que tenho ate vergonha de contar o que fizeram comigo.Mas nada me tira o amor por minha cidade, porque quem faz as coisas não é a cidade e sim as pessoas.Seria bom o amigo assistir o clipe b Trio Mossoro chegando em São Paulo para poder subir os no palco precisou de quatro seguranças o povo tudo querendo abraçar e tirar foto com o Trio.Não sou eu que falo não é SÓ você assistir o clipe e ver a o que é homenagem. A homenagem que o Trio Mossoro recebeu na cidade de Campina Grande recebendo o troféu Luiz Gonzaga.Vou para pra não sair o pior na minha própria cidade.escrevi aqui tudo porque o amigo frisou que sempre fomos muito homenageados na nossa cidade. Desculpem mas o importante é que DEUS É POR TODOS NÓS.

    • Oseas Carlos André diz:

      Vou te enviar o clipe o Trio Mossoro se apresentando no São João em São Paulo.para ver o que é homenagem, repito meu amor por minha querida cidade é cada vez maior.Tenho muito orgulho de ser MOSSOROENSE.

      • Oseas Carlos André diz:

        So um pequeno detalhe sobre homenagem meu amigo Rocha Neto voce já prestou a atenção como é o nome do TRIO? e u modestamente afirmo por onde o Trio passou pelo Brasil a bandeira do Trio qual era? O nome da minha querida Mossoró TRIO MOSSORO.ao amigo Carlos Santos meus eternos agradecimentos em nome de Jesus Cristo.

  6. Raniele Costa diz:

    Desculpe Senhor Oséas Carlos André, mas nós fãs do seu grande talento não sabemos de tudo que ocorre nos bastidores dos shows, esse seu dissabores com a nossa pequena Mossoró ainda bem que é com poucos pois tenho certeza que a grande maioria ama o seu trabalho, outro fato importante é que você falou que mesmo assim não deixa de gostar da sua terra mostrando a sua grandeza , espero que essas poucas pessoas que lhe causaram mal estar reconheção o seu talento.
    Desejo vida longa ao Grande Carlos André.

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