Vi aqui e ali na Web, no curso da comoção pela morte do ex-governador e ex-vice-governador Iberê Ferreira (PSB), muitos relatos atestando um perfil inconteste: ele era um homem elegante. Polido.
Iberê: espera dispensável
Daí, recordei um episódio que o envolve diretamente com a política de Mossoró, ocorrido no dia 23 de janeiro de 2007.
Veio à mente, também, outra situação em que o personagem era o ex-prefeito mossoroense Dix-huit Rosado.
Os dois casos distintos eu postei em janeiro de 2007, no “Carlos Santos On Line“, página que foi protótipo deste Blog Carlos Santos.
Veja abaixo:
Iberê e um gesto
Vejo que setores da imprensa insistem em polemizar o fato do governador em exercício Iberê Ferreira (PSB) ter esperado por mais de meia hora, esta semana, no Aeroporto Dix-sept Rosado, pela prefeita mossoroense Fafá Rosado (PFL), antes de iniciar sua agenda na cidade e região.
Outra vez Iberê provou que é um homem-político cortês. Aguardou não apenas a maior autoridade municipal, mas a uma dama. Pela liturgia do cargo, não era necessário que ele agisse assim. A maior autoridade em solo local era ele e ponto final.
Precisamos entender que elegância maior está no gesto, nunca no vestuário ou modo de caminhar etc.
Dix-huit: deselegância do atrasado
Autoridade natural
Resgato um episódio que poderia ser banal, mas ilustra bem o que argumento acima. Em determinada ocasião, num restaurante de Mossoró, o prefeito Dix-huit Rosado (poliglota, ex-senador, vastíssima cultura etc.) chegou com um grupo de auxiliares e outros convidados. Sempre glutão, mandou logo servir a comida.
Sem conhecer a velha liturgia do poder, um garçom soprou ao seu ouvido: “Doutor, ainda está faltando gente…” Sem rodeios, o prefeito retrucou:
– A maior autoridade aqui sou eu. Ele está atrasado. Sirva o almoço!
Corretíssimo.
Caro amigo/jornalista Carlos Santos. Ainda hoje, muitos políticos, aqui de Mossoró mesmo, insistem em não cumprir horário nos compromissos de inaugurações, festas e outras baboseiras’ que o cargo lhes confere. Lembro-me muito bem, quando a seleção brasileira de futsal, comandada pelo craque Falcão, veio se apresentar em Mossoró, no ginásio Pedro Ciarlini, acho que contra a Eslovênia – corrija-me se estiver errado, por favor – com transmissão pela TV do canal por assinatura SporTv e, ao chegar o horário do início da cerimônia, com a execução dos hinos nacional e do país da equipe visitante, a prefeita Fafá Rosado ainda não tinha chegado ao recinto.
Resultado: o protocolo foi cumprimo à risca por causa do compromisso da TV. Foi iniciada a partida e, depois de mais de meia hora, foi que a prefeita chegou ao ginásio, sob vaias da torcida presente
Esse foi só um dos episódios que vimos, e veremos muitos, ainda pela frente.
Quem viver, verá.
Uma correção: onde está escrito ‘o protocolo foi cumprimo’, leia-se ‘o protocolo foi cumprido’. Obrigado.
Carlos Santos, amigo jornalista. Pois quando acompanhava Serra Grande a uma solenidade às 8h, ele me acordava às 5. Eu dizia: Serra Grande, o evento é as 8h. Ele dizia: ” Mas você ainda vai tomar banho, depois, tomar café e se aprontar. Está na hora.” Risosssssssssssssssssss.
Não é da índole do brasileiro jogar políticos na lata do lixo, vivos ou mortos. Pelo contrário, aqui políticos são canonizados em regime de urgência urgentíssima, assim que morrem. Eduardo Campos, João Faustino, Iberê Ferreira, só para citar os defuntos mais frescos.
Sr. Elves Alves. Suas palavras são tão grosseiras, que, espontaneamente, concedo-lhe o benefício da dúvida: ou o sr. não respeita os mortos, de um modo geral, ou os que partiram lhe incomodam pois, de alguma forma, trabalharam pelo nosso estado.