• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
domingo - 24/05/2020 - 09:12h

A mudança que chegou mais cedo

Por Phabiano Santos

O meio político, de olho nos mandatos de 2020, anda às voltas com a pandemia (Covid-19). Como agir em tempos de isolamento social? Há um fantasma rondando a estratégia de ontem sob o símbolo do medo de hoje. Se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mantiver as eleições esse ano, sendo provável seu adiamento para novembro, a população estará assustada com o vírus que seguirá entre nós.

Como chegar até ela, mais arredia do que nunca. Como distribuir os risos se a máscara esconde a graça!? O velho e bom aperto de mão, o abraço, a visita, sem extrapolar os limites que os cuidados impõem?

De longe, tal como a noite, todos os gatos são pardos.

Multidão assiste comício de Getúlio Vargas da Aliança Liberal no Rio de Janeiro - 02-01-1930 (Foto: Correio da Manhã)

A reinvenção da estratégia político-eleitoral, pela tecnologia, que ganhou força decisiva nas eleições de 2018, anda a galope. A pandemia acelerou o processo estabelecendo agora a reinvenção das eleições e da conquista do voto.

Se o marketing político tinha força nas plataformas digitais chegou a vez do eleitoral, e assim as estratégias precisam ser mais abrangentes indo além do uso das mídias digitais para distribuição de planos de trabalho; combate a boatos e fake news; veiculação de ideias e projetos e material de publicidade e comunicação.

Elas precisarão fazer o candidato chegar ao eleitor, diretamente, em conteúdo que englobe gestos e falas que se traduzam em empatia, que faz envolvimento, engajamento, conquista, voto. É a simpatia digital, sem intermediários, tudo online: sorrisos, palestras, acenos, discursos, caminhadas, comícios.

O CANDIDATO vai fazer sua parte assim mesmo, pois a outra metade é a equipe, dividida nas plataformas digitais e nas ações convencionais como no passado, em doses homeopáticas, pois – rodeado de cuidados e compromissos pontuais – haverá ainda a visita pessoal, a carreata, o programa de rádio e tevê, as assessorias técnicas, a publicação física.

Sábado, 16, para o meu gáudio, assisti um comício virtual na Sérvia, do presidente Aleksandar Vucítch. Vinte minutos de discurso, pedindo votos para os seus candidatos, para uma plateia de casa bem entusiasmada, que aplaudia efusivamente, mandava mensagens, irradiava corações e palmas.

Os apoiadores nas telas do paredão interagem de suas casas. E tudo isso rende muito mais, por horas e dias, nas redes sociais. A eleição para o Parlamento será dia 21 de junho.

A hora chegou, mais cedo. Quem se atrasar perde a passagem do voo majoritário, e no mandato proporcional arrisca obter uma carona, pois há sempre uma cadeira analógica para teimar com as digitais, coisas de redutos e perfis que se assemelham.

Phabiano Santos é jornalista, publicitário e advogado

Compartilhe:
Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. Carlos Andre Gomes de Araujo lima diz:

    Realmente se o jogo for jogado no ambiente virtual já sabemos quem terá vantagem.

  2. Odemirton Filho diz:

    Já cobrei ao amigo Phabiano Santos outros artigos
    de sua lavra. Sem dúvida, vai abrilhantar “nosso Blog”.

  3. Q1naide maria rosado de souza diz:

    Phabiano, parabéns, amigo. Mas, nunca fui tão analógica. Um de meus filhos com suspeita da Covid-19. Eu queria ele no meu colo, Phabiano. No meu colo.

Faça um Comentário

*


Current day month ye@r *

Home | Quem Somos | Regras | Opinião | Especial | Favoritos | Histórico | Fale Conosco
© Copyright 2011 - 2024. Todos os Direitos Reservados.