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terça-feira - 06/12/2016 - 14:28h
Mossoró

Câmara vive longa sessão de ameaças, bate-boca e quase nada

Por mais de três horas e meia a Câmara Municipal de Mossoró viveu hoje em sessão ordinária (que ainda está em andamento) um dos seus momentos mais delicados na atual legislatura. Com a presença maciça de assessores exonerados à semana passada pelo presidente Jório Nogueira (PSD), vereadores se engalfinharam num bate-boca que misturou troca de ofensas, ironias, ameaças e provocações pessoais.

O Blog – através do seu Twitter (AQUI) fez cobertura em tempo real dessa sessão bizarra, que marca negativamente um período legislativo bastante negativo para esse poder. Ao final, quase nada de produtivo.

Exonerados, de preto, em vários momentos levantaram a voz em protesto na Câmara (Foto: Blog)

Veja resumo abaixo:

CÂMARA MUNICIPAL DE MOSSORÓ – Sessão começa com bate-boca cerrado entre Jório Nogueira e Ricardo de Dodoca (PROS). Comissionados exonerados nas galerias protestam e irritam presidente.

CÂMARA DE MOSSORÓ 2 – Agência de Regulação e permuta de terreno para faculdade estão em pauta. Exoneração de servidores causa estresse.

CÂMARA 3 – Jório Nogueira bate-boca com exonerado que coloca faixa nas galerias, dizendo que “trouxe” seu uísque do Carnatal, evento que Jório esteve no final de semana. Presidente exige respeito e explica que esteve a trabalho na capital, aproveitando para ver festa popular. “Tenho direito”, justificou. “Não sei nem o que você pode fazer com isso”, comentou.

Segurança pede uísque de Jório a manifestante que faz protesto nas galerias (Foto: Redes sociais)

CÂMARA 4 – Servidora exonerada, Raissa Gabrielly Leal Freire, Chefe de Gabinete do vereador Tassyo Mardonny (PSDB), ocupa Tribuna Popular e protesta contra decisão, dizendo que má gestão de Jório e privilégios marcam episódio. Ela também avisa que exonerados acusados de corrupção vão levar o procurador do Legislativo, Kennedy Salvador, à Justiça.

CÂMARA 5 – Jório discute com vereadores e diz que está apenas se defendendo. Afirma que movimento de exonerados é “orquestrado” por vereadores.

CÂMARA 6 – Raissa Gabrielly, representante dos exonerados da Casa, avisou que o procurador Kennedy Salvador irá responder a acusações feitas. “Não bastasse o desrespeito por parte do presidente Jório Nogueira, ainda somos agredidos pelo procurador da Casa, Kennedy Alencar, que faz acusações sérias de forma generalizada (veja AQUI), que afeta individualmente cada assessor parlamentar”, afirma Raissa. “O que o senhor presidente está fazendo com os trabalhadores desta Casa é mais que desrespeitoso, é desumano”, assinalou.

Raissa falou em nome dos servidores e resumiu decepção com presidente e procurador (Foto: Blog)

CÂMARA 7 – Para Izabel Montenegro (PMDB), é preciso ‘mea culpa’, pois Câmara criou Fundação Vereador Aldenor Nogueira (nome do pai do p residente da Casa) e fez projeto Câmara Cultural, sem ter como prioridade o pagamento de salários aos servidores e melhor funcionamento desse poder.

CÂMARA 8 – “Nunca pensei que uma final de gestão fosse tão desastrosa”, diz Flávio Tácito (PPL). Alex Moacir (PMDB) também se solidariza com servidores, advoga diálogo mais tolerante e questiona tamanha agressividade e leviandades contra servidores comissionados e vereadores.

CÂMARA 9 – Tassyo Mardony critica gestão Jório. Diz que pediu seu afastamento. Jório ameaça-o e conta ter recebido propostas indecentes dele.

CÂMARA 10 – Servidores exonerados protestam nas galerias, de preto. Mostram indignação com as 143 exonerações sumárias da semana passada. Em vários momentos se confrontam com Jório, que na cadeira de presidente garante estar calmo e que tomara essa decisão atendendo a critérios legais e técnicos e não por vontade própria.

CÂMARA 11 – Genivan Vale (PDT) pede que Jório tenha paciência; “aceite derrota” das urnas que como ele não permitiu sua reeleição. Também se solidariza com vereadores e exonerados, vítimas de agressão e acusações do procurador Kennedy Salvador.

CÂMARA 12 – Jório reage e trata Genivan Vale por “rapaz”, dizendo que o conhece e o ameaçando de denúncias quanto à vida pessoal e política do parlamentar. Esse o desafia a apresentar em plenário ou em juízo o que tiver contra sua honra.

CÂMARA 13 – Nacízio Silva (PR) lamenta agressões do procurador Kennedy a vereadores. Diz que vários exonerados vão trabalhar, mesmo sem salário. Atesta que há esse compromisso de assessores seus e de outros vereadores, mostrando espírito público, respeito ao próprio trabalho e compromissos com a população.

CÂMARA 14 – Tirem as crianças da sala. Sessão de hoje da Câmara local não é recomendável para elas. Lavagem de roupa suja, troca de acusações.

CÂMARA 15 – “Tenha cuidado”, ameaça Jório se dirigindo a Lahyrinho Rosado. Bate-boca entre os dois leva Lahyrinho a tratá-lo por “mentiroso”.

CÂMARA 16 – Lahyrinho critica Jório por não exonerar procurador Kennedy, que agrediu vereadores e exonerados. Afirma que ele apoia agressor, mantendo-o no cargo e desfiando uma série de mentiras que estão sendo confrontadas com a verdade pelo plenário e por Raissa Gabrielly. Jório não se cala e provoca-o, numa troca de ironias e ofensas que parece sem fim.

CÂMARA 17 – Quase 3 horas de sessão e vereadores não tiveram sequer a abertura do Pequeno Expediente. Bate-boca, troca de agressões, ameaças.

CÂMARA 18 – Um fato à parte: manifestante fez protesto agarrado a um enorme vasilhame de uísque, atestando que se trata de bebida que o presidente deixara no Carnatal (micareta ocorrida no final de semana em Natal, onde Jório esteve), mas presidente pediu segurança para recolher o legítimo ‘paraguaio’. My God!

CÂMARA 19 – Ricardo de Dodoca garante que Jório “não sabe o que é ser pai”, por isso não sabe sofrimento dos exonerados, que não têm como sequer presentear filhos no final de ano. O presidente fica irado e afirma que não aceita falar sobre sua “vida pessoal”. Em seu entendimento, assinalar que ele não tem filhos, é ofensivo, provocativo. Ricardo contraria-o, dizendo que não trata do pessoa e, sim, de questão política.

CÂMARA 20 – Lahyrinho ocupa tribuna e disseca números da Câmara. Resume o que nota que 17 vereadores já tinham postado nas redes sociais contra o presidente (veja AQUI). O presidente intervém e esgrima verbalmente com o parlamentar. Os dois trocam ofensas, ironias e críticas mútuas.

Sessão depois ganhou maior celeridade com pauta de matérias. Entretanto terminou suspensa. Na tentativa de retomada dos trabalhos, o presidente Jório Nogueira encerrou as atividades por falta de quorum, às 14h13.

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Categoria(s): Política

Comentários

  1. Inácio Augusto de Almeida diz:

    Se não aparecer um bombeiro não vai sobreviver ninguém a este incêndio. O que existe de podre por ainda ser revelado não está no Gibi. Hoje em Osasco 12 vereadores foram presos. O Presidente da Câmara de Belo Horizonte foi afastado do cargo por decisão judicial.
    Estão brincando com vara de mijar.
    Mais comentários meus no //combatecorrupcao.blogspot.com.br/
    //////
    OS RECURSOS SAL GROSSO SERÃO JULGADOS AINDA ESTA SEMANA?

  2. João Claudio diz:

    Enquanto isso, nos cabarés de Orlando Cocotxinha, Bilica e Darquinha do Curral das Éguas, o raparigal descansa em confortáveis redes.

    É um silencio total. O barulho que se ouve, é o dos armadores de redes, de eventuais bufas gaiteiras e os ”Aff” dos baitolas reclamando do ”moscaral”:

    ♫ rec..rec..rec..rec..rec..rec..

    ♫ FiiiiiiiuuuuuuuÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍ.

    -Aff! Tô beje com tanta mosca na área.

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