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quarta-feira - 29/05/2013 - 21:54h
Assembleia Legislativa

Carreira médica e importação de médicos são debatidas

A criação da carreira médica pode ser caminho para a correção da má distribuição dos médicos pelo país. A afirmação é do deputado Antônio Jácome (MD), propositor da audiência pública realizada na tarde desta quarta-feira (29) e que reuniu representantes do setor para debater sobre a federalização da carreira médica.

Debate ocorreu hoje na Assembleia Legislativa

Na ocasião, o parlamentar apresentou dados sobre a atuação desses profissionais, alegando que em locais mais distantes das capitais, o número de médicos é reduzido, em virtude das más condições de trabalho oferecidas e de salários defasados.

A ideia defendida pelo deputado é que com um cargo de dedicação exclusiva seria possível melhorar a situação da falta de profissionais em áreas mais carentes do Brasil.

”Hoje a carreira médica é um tema da ordem do dia. O grande problema da saúde está na distribuição do médicos. A Organização Mundial de Saúde recomenda um médico para cada mil habitantes. No Brasil existem quase dois por cada mil habitantes. São mais de 380 mil profissionais em atividade no país. Isso mostra que não há uma deficiência no número de profissionais médicos. Somos o segundo país do mundo em escolas de medicina, temos 160 faculdades. Só perdemos para a índia. Temos regiões onde a média chega a mais de três médicos por mil habitantes. E temos outras que não chega a um médico por mil habitantes”, explicou Jácome.

Outro assunto que entrou em discussão durante a audiência pública foi a importação de médicos de outros países para suprir as necessidades do sistema brasileiro de saúde. Para o presidente do Sindicato dos Médicos, Geraldo Ferreira Filho, essa atitude não irá resolver o problema do país.

“Isso tem escandalizado a sociedade, pois os índices de reprovação deles são alarmantes, nas revalidações de diplomas. O Governo não pode entregar a população nas mãos de quem não está habilitando. Isso não é corporativismo. Os médicos estão defendendo a saúde do povo brasileiro”, declarou.

O vice-presidente do Conselho Regional de Medicina, Marcos Jácome também se posicionou contra a importação de médicos.

“É muito preocupante essa tentativa. Temos a maior avalanche de escolas médicas. Somos uns dos maiores formadores desses profissionais. O que acontece é uma falha na gestão da saúde publica e no financiamento. São pontos gravíssimos que se não forem atacados de forma técnica, não se vai resolver o problema existente em nossa saúde”, afirmou.

 

 

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Categoria(s): Saúde

Comentários

  1. jb diz:

    Sobre qualidade do ensino de medicina:

    “[…] Exame do Cremesp de 2011 foi realizado em uma única etapa, uma prova
    objetiva contendo 120 questões distribuídas em nove áreas básicas de conteúdo. A
    nota considerada de corte é 6. O Exame é aplicado pela Fundação Carlos Chagas,
    instituição com grande experiência em concurso […] Chamou a atenção o baixo percentil de acertos em campos essenciais da medicina, como Saúde Pública (49,0% de acertos), Obstetrícia (54,1%), Clínica
    Médica (56,5%) e Pediatria (59,3%), especialidades que concentram a solução de
    muitos problemas de saúde da população […]”

    Fonte://www.cremesp.org.br/library/modulos/centro_de_dados/arquivos/Exame_Cremesp_%202011.pdf

    Sobre financiamento:

    Segundo o estudo “Acesso e financiamento à saúde no Brasil”,

    “Os dados confirmam as críticas de especialistas, tanto
    públicos quanto privados, de que o gasto público com
    saúde é ainda insuficiente. No Brasil, o gasto total com
    saúde está próximo de 7,5% do Produto Interno Bruto
    (PIB). Mas a participação do gasto público é de apenas
    3,6% do PIB, o que onera desproporcionalmente a população
    carente vista a desigual concentração de renda e a
    regressividade da carga tributária.Na comparação internacional, o gasto total do Brasil
    com saúde (7,5% do PIB) está abaixo da média mundial
    (9,7% do PIB).

    Fonte://www.interfarma.org.br/site2/images/acesso%20e%20financiamento.pdf

    De acordo com estudo “A saúde no Brasil e na América Latina” […] o Brasil precisaria fazer uma radical correção de rumo, e dobrar os seus gastos públicos para atingir o patamar de Chile, Argentina e Venezuela; e ainda assim, ficaria muito distante do México, e longe da metade do que investe a Colômbia.”

    Fonte://www.fundacaofia.com.br/profuturo/Uploads/Documents/Documentos/FIA%20Report%20Saude%20LATAM_vers%C3%A3o%20eletronica.pdf

  2. Francy Granjeiro diz:

    Bem vindos médicos cubanos chilenos mexicanos portugueses……………… Fará muito bem, a vinda de médicos cubanos. Serão encaminhados em sua grande maioria aos municípios grotões brasileiros.

  3. carlos chavez diz:

    A população espera desesperadamente a vinda de médicos, seja cubanos, japoneses etc. Queremos médicos, não queremos saber desse “ciúme” desses médicos brasileiros. Quanto ao argumento da qualidade duvidosa desses profissionais, isto é falácia, é só olhar para a qualidade da grande maioria de nossos médicos………..

  4. raimundo nonato sobrinho nonato diz:

    Concordo! médicos corporativistas não são muito diferentes de políticos corruptos.

  5. raimundo nonato sobrinho nonato diz:

    Se Mossoró tem uma saúde de qualidade como prega a gestão, porque os médicos que atuam no PSF só trabalham 10 horas semanais? Se a rede básica de saúde é tão bem estrutura porque a maioria dos procedimentos médicos dispõe de duas vagas por procedimento na “maioria” para cada UBS? Porque tem procedimento que leva meses e até anos para serem realizados? Quando são; porque muitos pacientes desistem, e as vezes vão a óbito antes de ter acesso. Será que é porque o executivo paga tão mal aos profissionais da saúde, e estes coniventes com essa situação, não abrem o jogo. Porque é conveniente ganhar tão pouco, não cumprir a jornada de trabalho, deixando a população a deriva. Porque os representantes dos médicos não se pronunciam. Falta ética, compromisso, tem medo do que? Vão continuar fazendo o jogo com o executivo. E o MP?

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