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domingo - 28/04/2013 - 08:44h

Crônica para tocar a vida em frente

Por Carlos Santos

Segunda-feira, 22 de abril deste 2013. Trabalho com o computador, mas vez por outra dou uma espiada em minha “pracinha virtual”, o Facebook. Já escrevi por lá e reproduzo aqui: é “minha terapia desocupacional”, lugar onde me sinto à vontade, de calção, nonsense e lúdico. Naquele rincão cibernético nada é muito sério para me tirar do sério.

A vida parece passar mais lenta, sem compromissos.

Daí, resolvo postar letra e áudio da música “Tocando em Frente”, de autoria da dupla Almir Satter e Renato Teixeira.

Essa letra/música diz-me muito. Parece minha biografia. Um dia, após tê-la ouvido tantas vezes, percebi que não era apenas uma música com letra bem-elaborada. Vi-me em seu enredo. Acho que cada um de nós tem uma música feita “por encomenda”. Às vezes nem percebemos isso até que um dia… a encontramos“, escrevi em meu endereço no Face.

E complementei: “Eis Tocando em frente, perfeita – para mim – a partir do título“. Foi o suficiente para surgirem várias manifestações de endosso à beleza da música e ao meu enfoque.

Tocando em Frente (Almir Sater e Renato Teixeira)

Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Ou nada sei

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Todo mundo ama um dia todo mundo chora,
Um dia a gente chega, no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz

Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história,
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir.

Suplemento o que eu tinha escrito com dois depoimentos distintos e que se somam, postados no próprio Facebook. Assim, consigo produzir uma crônica para o Blog, em parceria com os webleitores Nilson Gurgel e Yonara Carrilho, em cima dessa obra prima de Almir e Teixeira.

Nilson premia-nos com detalhes quanto ao contexto e formatação da letra/música, narrada pelo próprio Satter para ele, no distante ano de 1998. Yonara disserta sobre a essência do que os autores retraram, falando de vida, experiência, maturidade… serenidade.

Aproveito esse cabedal de informações, conhecimento e emoções de ambos e faço uma crônica para tocar a vida em frente. “Estrada eu sou…” Somos.

Caro Carlos,

Esta música é também minha paixão, todos meus amigos que têm o dom de cantar me presenteiam e homenageiam-me com ela. Nossos amigos do “Sêbado” (confraria que se reúne todos os sábados em Mossoró), Ferreira que já partiu, Joãozinho dos Teclados em Alexandria, Nonato de Tabuleiro, por aí vai, incluindo Almir Sater. Por volta de 1998, em um “Confaz” (reunião do conselho fazendário do país), que houve em Bonito MG do Sul, ele fez o show de encerramento, a convite do governo de lá.

Na oportunidade, referenciou nosso pedido. Esta música, na época, fazia o maior sucesso na gravação de Maria Bethânia. Como tive a oportunidade de um dia todo de contato, aproveitei-me e nas conversas, comentei com ele e perguntei como tinha se inspirado para fazer e musicar um poema tão perfeito.

Ele disse: “Não foi inspiração, nem trabalho, foi um dádiva. Eu estava sentado com Reneto Teixeira e peguei a viola, dei um acorde e comecei… Ando devagar, aí o Renato emendou ‘ porque já tive pressa'”, ou vice versa. Quando cuidaram, estava pronta, rapidinho.

Quando Almir chegou em casa tinha uma ligação de Maria Bethania – que nem o conhecia. Retornou a ligação e ela foi logo dizendo: “Quero gravar uma composição sua”, aí ele contou que deu essa resposta: “Acabei de fazer uma agoro com Renato, quer que eu cante um pouco?” Ela disse logo: “Cante”.

Almir narrou que começou a cantar e não demorou muito para Bethânia se manifestar. “Ela disse: Essa é minha, quero gravá-la e fechei na hora”.

Paixão por esta música não divide, só soma. acho que por isso não senti ciúmes de sua postagem, Carlos Santos.

Um abraço. Nilson Gurgel.

Yonara Carrilho complementa nossas palavras, sem pressa…

Carlos Santos,

Muita gente se identifica com essa música. Principalmente quem tem mais de 4 décadas de vida. Ter muita pressa junto com a ansiedade de que as coisas aconteça ao nosso tempo é marca registrada de quando se tem menos 30 anos de vida.

Só os anos nos ensinam a ser paciente. Vem junto com os primeiros fios de cabelos brancos e com as primeiras rugas a compreensão de que não se pode fazer muita coisa, a não ser esperar.  O tempo de Deus é diferente do nosso, e muitas vezes falta merecimento de nossa parte ou da outra, faltas que precisam ser trabalhadas, para que se consiga o almejado.

Por isso que é sempre bom carregar o sorriso de uma consciência tranquila, de que minha lição eu fiz e estou fazendo direitinho…

Yonara Carrilho

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Categoria(s): Crônica

Comentários

  1. Ady Canário diz:

    Esta música é linda e fala ao coração. Simplesmente, nos faz lembrar do passado, viver o presente e pensar no futuro, de lutas, sonhos e conquistas. Dos encontros e reencontros desta vida. Porém, seguimos…com Fé… sempre tocando em frente, sem esquecer o importante: “É preciso amor pra poder pulsar, É preciso paz pra poder sorrir, É preciso a chuva para florir”. Acreditamos que sim, pois “Todo mundo ama um dia todo mundo chora, Um dia a gente chega, no outro vai embora, Cada um de nós compõe a sua história, Cada ser em si carrega o dom de ser capaz, E ser feliz.” Amigos(as), felicidades!

  2. YONARA diz:

    Segundo Augusto Cury, psicanalista estudioso no assunto, seria impossível a mente humana criar, um cara como Jesus.
    Tem uma passagem bacana de Jesus com Simão Pedro, quando Pedro o aborda sobre o vinho, se não estaria ele a incentivar a bebedeira, transformando agua em vinho.
    Jesus sorriu e lhe disse:
    – Simão você não sabe a alegria que é poder servir a um amigo.
    Acho que assim que me sinto, pela homenagem feita por você Carlos Santos.
    Embora que o vinho, já estava pronto, né?
    Obrigada!

  3. FERNANDO fF diz:

    O professor, Elizeu Viana,cidadão praticamente esquecido na história de Mossoró fez um hino voltado para a natureza.
    Lembram-se:
    Plantemos arvores plantemos.
    O chão da patria rir em festa
    Verdes palacios nos erguemos
    para os cantores da floreta.
    Já pensou se fosse um Rosado o autor dessa bela poesia á natureza.?Estariam,lutando pra canoniza-lo.

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