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terça-feira - 31/07/2012 - 03:46h
PT e PMDB

Da cama ao octógono – romance e luta entre os partidos

Do Blog de José Roberto de Toledo

O PMDB é o maior aliado do PT. O PMDB é o maior adversário do PT. Se conseguir explicar a um marciano como as duas frases estão corretas ao mesmo tempo, você terá entendido como funciona a política no Brasil. Talvez consiga entender até o mensalão. Quanto ao marciano, há o risco de ele sair voando para outro planeta, onde a teoria quântica se limite à física.

PMDB e PT se apoiam mutuamente em 1.225 eleições de prefeito este ano. Os petistas dão apoio a 811 peemedebistas, e recebem de volta as juras de amor do PMDB em 414 cidades. É, de longe, a maior aliança entre dois partidos. A segunda ligação mais popular, do PSDB com o PP e vice-versa, é 27% menos frequente do que a ligação petista-peemedebista. Mas a coroa dessa moeda é proporcional à cara onde se assenta.

PMDB e PT se batem diretamente por 579 prefeituras. É o confronto mais comum nestas eleições, à frente até da disputa entre os arquirrivais petistas e tucanos. Se fosse luta de MMA seria tão repetida quanto Anderson Silva versus Chael Sonnen.

Como explicar essa contradição? Que os maiores aliados sejam, ao mesmo tempo, os maiores rivais? Que possam ir da cama ao octógono com tanta naturalidade? A teoria das probabilidades explica o que a ciência política tem dificuldade de justificar.

O PMDB é, dentre todos, o partido com mais candidatos a prefeito. É uma necessidade que a sigla alimenta desde que ganhou o “P”. O PMDB alicerça sua catedral federal na base municipalista. Sem milhares de prefeitos, não elegeria quase uma centena de deputados federais, e seus cardeais não teriam o que barganhar com o presidente de plantão. O PMDB depende de prefeitos como a Igreja depende de padres. Sua força é proporcional à quantidade de paróquias.

Nota do Blog do Carlos Santos – Por essa e por outras que não temos uma reforma política. Não interessa a quem está por cima.

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Categoria(s): Eleições 2012

Comentários

  1. Joaquim diz:

    Não são assim os casamentos? Nobre Bolgueiro, a competição é parte inerente da existência, porém essa é a regra entre um civilização que ainda vive na adolescência em estado animal. Na vida cotidiana, na galeria da fama, dos esportes, do jornalismo ou da politica, em todos os âmbitos está presente a luta e a competição. As vezes isso é feito de maneira licita, ética e moralmente aceitável, outras no entanto, de maneira vil, ilicita, antiética. Na politica, onde está em permanente disputa o Poder central da Nação. As alianças são sempre pontuais e o pragmatismo é a regra. No fundo todos estão jogando o mesmo jogo: “Banco imobiliário”. O Pôquer Nacional desfaz ilusões e espreme as ideologias para criar apenas o “possível”. Será que temos que suportar isso?

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