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domingo - 05/05/2019 - 10:30h

Dose de moderação

Por Odemirton Filho

Desde 2013, com as manifestações que foram às ruas em quase todo o Brasil, o país vive uma polarização política sem fim.

Seja de matiz à esquerda ou à direita, a sociedade permanece em um espiral de ódio e intolerância.

Com a eleição de Dilma Rousseff, em 2014, e seu impeachment em 2016, os ânimos se exaltaram mais ainda.

Entretanto, o ponto nevrálgico, sem dúvida, foram as eleições gerais de 2018, na qual as redes sociais foram o fio condutor de uma guerra política insana.

A prisão do ex-presidente Lula (PT) acendeu a chama de seus partidários que afirmam ser política e ilegal a sua prisão, ainda que julgado por três instâncias.

Por outro lado, o presidente Jair Bolsonaro (PSL), mesmo pós-eleições, insiste em postar nas redes sociais temas que só aumentam o fogo da discórdia. Com isso, os seus asseclas fazem todo tipo de contorcionismo para dar razão a todas as suas medidas.

De salientar que os embates políticos não se travam apenas em nível nacional. É uma realidade nos estados e municípios, em defesa ou contra governadores e prefeitos.

No Rio Grande do Norte e em Mossoró os partidários da governadora e da prefeita a defendem com todo vigor.

Ou seja, no entendimento de alguns criticar qualquer gestão pública é ser da oposição e não apenas um posicionamento de cunho político-administrativo.

Saliente-se que o condenável não são os debates, imprescindíveis para a consolidação da democracia e a convivência dos contrários. O que se questiona são os excessos, a falta de discernimento para aceitar uma opinião crítico-reflexiva, sem o maniqueísmo atual.

Moderação não é sinônimo de omissão, como pode parecer para alguns. Ao contrário, é analisar os fatos despido de paixões, sem ofender ou difamar o interlocutor, que pensa contrário.

Dessa forma, respeitando-se o limite da razoabilidade, é dever de todo cidadão fiscalizar e cobrar de qualquer gestor público uma escorreita condução do seu mandato, seja no âmbito do Poder Executivo ou do Poder Legislativo.

Porém, uma dose de moderação, por favor.

Odemirton Filho é bacharel em direito e oficial de Justiça

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Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. Roberto Mitre diz:

    Muito bom artigo, merecedor do nosso aplauso. Uma dose de moderação e equilíbrio, assim como caldo de galinha não faz mal a ninguém. Né não?

  2. Naide Maria Rosado de Souza diz:

    Parabéns, prof. Odemirton. A dose de moderação, se me permite acrescentar, deve estar presente em todos os relacionamentos. Entre marido e mulher, pais e filhos, empregadores e empregados, amigos, companheiros de blog, etc …
    A minha avó materna ía mais longe. Ela me criou, embora também morasse na casa de meus pais. Dizia que por mais amiga que eu fosse de alguém, mesmo quando eu me casasse, que eu sempre guardasse uma cerimônia. Que a cerimônia garantia o bom relacionamento. É verdade, prof. Odemirton, é verdade!

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