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terça-feira - 04/02/2014 - 16:59h
Eleições de Mossoró

Festival de pedido de vistas emperra julgamentos no TRE

Nada avançou hoje no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), em julgamento de processos relativos, ainda, às eleições de Mossoró em 2012. Pedidos de vistas emperraram, de novo, a apreciação processual.

O juiz Carlo Virgílio pediu vistas (pausa para exame mais detalhado do processo), deixando seu voto para outra sessão.

Carlo Virgílio: overdose de vistas

No processo de número 539-77.2012.6.20.0034, o relator Verlano Medeiros contrariou sentença de primeiro grau que inocentou a prefeita e vice-prefeito cassados e afastados, Cláudia Regina (DEM) e Wellington Filho (PMDB). Ele votou pela condenação de ambos.

Mas, aí, Carlo Virgílio foi instado a se pronunciar e pediu vistas.

Esse processo é um recurso da Coligação Frente Popular Mossoró Mais Feliz, que sustentou candidatura a prefeito da deputada estadual Larissa Rosado (PSDB).

Nos autos, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) aparece em grande evidência, cabalando votos na comunidade rural do Hipólito.

Mais vistas

Não satisfeito com o primeiro pedido de vistas, Carlos Virgílio (que chegou ao TRE como representante dos advogados), voltou à carga noutro recurso, de número 417-67.2012.6.20.0033, iniciado  à tarde de quinta-feira (30 de janeiro).

Àquele dia, ele já pedira vistas, quando o relator Eduardo Guimarães tinha emitido seu voto, mantendo cassação, inelegibilidade e afastamento da prefeita e vice.

Hoje, com o julgamento sendo sequenciado, além de Guimarães houve votos de Nilson Cavalcanti, Verlano Medeiros e Artur Cortez pela manutenção da condenação de primeiro grau. Placar de 4 x 0, portanto irreversível.

Mas eis que pela segunda vez, no mesmo recurso, já com placar de 4 x 0 contra Cláudia e Wellington, Carlos Virgílio volta a pedir vistas.

No ano passado, ele chegou a ficar mais de um mês com processo debaixo do braço, aguardando seu voto-vistas. Noutra situação, saiu do plenário em plena sessão, deixando-o sem quórum.

Depois de muita celeuma e péssima repercussão até nacional do caso, o TRE empurrou votação para frente (veja AQUI).

Agora, os dois processos ficam para outras datas, quando serão concluídos. Se Carlos Virgílio deixar, claro.

O recurso eleitoral 417-67.2012.6.20.0033 deriva de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) protocolizada pela coligação Frente Popular Mossoró Mais Feliz e o Partido Socialista Brasileiro (PSB).

No rol de denúncias, eis síntese do que é imputado aos réus, constante nos autos:

Denúncias

a) A promessa de Edvaldo Fagundes (empresário do Grupo Líder) as duas principais instituições católicas de Mossoró, com influência no sentimento subjetivo da caridade inerente à população católica. Promessa estendida a outras entidades de cunho solidário com indicativo de continuidade do auxílio, tudo para o caso exclusivo de sucesso da campanha de Cláudia Regina, isto acompanhado de ampla cobertura midiática de tal feito. Criação, sob abuso econômico e político, de circunstâncias favoráveis à eleição dos investigados.

b) Doações de Edvaldo de bicicletas a eleitores, sendo esta promessa antecedente à eleição e a entrega posterior documentada por Blog Carlos Santos, com a presença dos filhos da governadora e do deputado Betinho Rosado. Atos abusivos que gestaram situações favoráveis à eleição dos investigados, com atribuição de vantagens a serem recebidas em caso de vitória.

c) Doação de cadeira de rodas pela filha de Edvaldo Fagundes, antes da eleição, com panfletos ligando Larissa Rosado ao caso dos “Sanguessugas”.

d) Apreensão de camisas padronizadas no dia da eleição, distribuídas pelos investigados.

e) Abuso de poder econômico e a ilicitude havida no emprego de dezenas de veículos Hilux na campanha dos investigados.

f) Helicóptero adesivado e responsável por jogar fumaça laranja sobre a cidade de Mossoró, mediante prática de propaganda/atividade de cunho eleitoral não contabilizada.

g) Irregularidade das doações efetivadas pelo colégio Mater Christi – empresa integrante de grupo educacional que recebe recursos públicos compulsórios para custeio do programa pró-superior.

h) Doações relacionadas a atividades que não pertencem à atividade econômica da parte doadora e que também não apresentam compatibilidade com o valor de mercado dos bens doados, implicando em custo significativamente superior àquele contabilizado pelos representados.

Saiba mais informações de bastidores acompanhando nosso TWITTERclicando AQUI.

i) Emprego de veículos em propaganda eleitoral, mediante registro junto à justiça eleitoral, mas sem contabilização em prestação de contas.

j) Doações efetivadas após o dia 07 de outubro de 2012.

l) Alteração de limites de gastos em campanha de forma irregular, sob falso pretexto e vinculada a gastos diversos dos que deram suporte à alteração econômica verificada.

m) Superação do limite de gastos previstos para custeio da campanha dos investigados

n) Ilícita propaganda realizada pelos investigados no dia das eleições por meio da fala da governadora deste estado.

o) Abuso de poder econômico no amplo emprego de torpedos destinados a celulares com veiculação de propaganda negativa da candidata Larissa Rosado em prol da campanha dos investigados.

p) Emprego de recursos econômicos para doações irregulares em prol da campanha dos investigados – formas de captação de sufrágio que são mais evidentes como abuso de poder econômico: fato n° 01 – a troca de voto por pacotes de cimento; fato n° 02 – troca de voto por pares de óculos

q) Flagrante com detenção de servidores da SEDETEMA praticando atos políticos e distribuindo material de campanha dos representados em dia comum de expediente.

u) Flagrante feito em hospital privado com prestação de serviços ao Município de Mossoró por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

v) Doação de bens públicos em período vedado.

 

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Categoria(s): Eleições 2012 / Justiça/Direito/Ministério Público

Comentários

  1. Jean Torquato diz:

    Poxa se isso for realmente verdade, como os juízes tem dúvidas?
    Agora tenho uma certeza: a candidatura derrotada perdeu porque ao invés de investir em sua candidatura, investiu tempo e dinheiro para passar a campanha acompanhando a adversária e/ou criando fatos.

  2. João Paulo diz:

    Que vergonha um juiz com esse comportamento, se seu voto não altera mais nada, tá na cara que tá enrolando pra ganhar tempo.

  3. carlos antonio diz:

    e verdade carlos santos, pare o mundo que quero descer, esse carlos virgilio e o rei das vistas, isso e vergonhoso demaissssssssssssssssssssssssssss

  4. CANINDÉ SILVA (CANINDÉ DO SANTO ANTONIO) diz:

    E a chapa composta por LARISA ROSADO, não fez nada, só rezando na Igreja de Santa Luzia, homem vão encher pneu de trem.

  5. Diogo diz:

    Enquanto a política potiguar for comandada por caciques (e isso durará pelo menos mais 1/2 século), viveremos casos esquisitos como esse: pra quê pedir vistas de algo tão claro como água cristalina?

  6. Alvany Jose Barros diz:

    Na verdade ele esta tentando evitar a publicação de outra sentença contra Claudia Regina temendo atrapalhar qualquer entendimento da ministra Laurita Vaz que seja favorável a ela. Lamentável, vergonhoso o comportamento dessa pessoa que não merece ser chamado de Juiz. Sabemos que o nobre entrou pela porta dos fundos no TRE e deve favores que são pagos dessa forma. Um dia o nosso Brasil vai se livrar de todas essas maracutaias, eu tenho fé.

  7. B.Aragon diz:

    O acesso a cargo de Desembargador, deveria ser através de concurso público, e não por meio de indicação!

  8. Carlos Magno diz:

    Prezado Carlos Santos, muita gente até pensou que a Procissão de Santa Luzia de 2012 sairia do bairro Aeroporto II (Quixabeirinha ou Macarrão), como queiram, pois a “ótica distribuidora” dos óculos é localizada por lá e a “senha” para a obtenção do famigerado óculos era: “Mossoró com alegria, saúda Santa Luzia”.

  9. eduardo mourão diz:

    Senhores…Senhoras.. Jovens…Adultos….Vi e analisei essas denuncias….Estão querendo cassar a Prefeita eleita pelo Povo, por causas dessas denuncias ? ( se verdadeiras ou não) podem cassar os mandatos dos prefeitos dos 5 mil e tantos eleitos no Brasil. È por isso que o Natalense diz…. Só em Mossoró mesmo””” Guenta seu Raimundo.rsrsrs

    • chagas nascimento diz:

      Caro Eduardo Mourão,
      Sua defesa é inconsistente. Não se deve resguardar alguém, apontando as falhas dos outros. Outra coisa, a justiça de Mossoró está dando o exemplo que deveria ser seguida pelas outras.
      Basta de abusos eleitorais, falo sem defender A ou B, as duas principais coligações cometeram os seus excessos, e devem pagar por isto.

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  1. […] como o juiz Carlo Virgílio pediu vistas na mesma sessão (terça-feira, 4, veja AQUI), o julgamento foi […]

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