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domingo - 08/03/2020 - 08:04h

Fraternidade e vida

Por Odemirton Filho

“Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão; e, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre o seu animal, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele”. (Lc 10, 33-34).

 

De acordo com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Campanha da Fraternidade nasceu por iniciativa de Dom Eugênio de Araújo Sales, em Nísia Floresta, Arquidiocese de Natal, RN, como expressão da caridade e da solidariedade em favor da dignidade da pessoa humana, dos filhos e filhas de Deus.

Neste ano, a Campanha da Fraternidade tem como tema “Fraternidade e vida: dom e compromisso”, e lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”.Para os católicos é momento de, no período quaresmal, refletir sobre a vida, sendo um tempo de oração e conversão, preparando a Páscoa do Senhor.

Tocou-me, especialmente, o lema:

“Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”.

Em uma era marcada pelo individualismo, na qual as redes sociais são o centro das atenções, cultivar a compaixão nos fará bem.

A compaixão é um sentimento que desperta em cada um de nós a solidariedade para com a dor do semelhante.

Contudo, o que estamos vivendo nos dias que correm?

Vive-se em torno do mundo virtual. O mundo real se tornou de menor importância.

Como as redes sociais viraram o palco de nossas vidas, a necessidade de receber “curtidas” é o que realmente interessa a alguns.

Fechamo-nos em uma redoma virtual que, muitas vezes, não reflete as dificuldades que estamos a enfrentar.

A busca incessante pelo ter e a competitividade do mundo contemporâneo, tornaram-nos frios ao sofrimento alheio, apáticos diante da triste realidade humana que nos rodeia.

A intolerância, infelizmente, está à flor da pele.

As discussões sobre assuntos diversos, seja política ou religião, nos fizeram perder a empatia, ou seja, a qualidade de nos colocar no lugar do outro e respeitar a opinião contrária.

Sabe-se que cuidar do próximo vai além da assistência de bens materiais. A alma, em muitos momentos, é a que mais precisa de alento.

Às vezes, as pessoas que estão ao nosso lado precisam de uma maior atenção, talvez uma simples palavra amiga.  Estamos tão próximos e, na maioria do tempo, distantes.

Conforme Élio Gasda o tema proposto em 2020 tem quatro palavras de profundo significado:

A fraternidade, que deve coexistir entre os humanos, a vida, considerada de forma ampla, o dom, sinônimo de presente, e o compromisso, que se realiza quando o cristão age com responsabilidade em todos os setores de sua vida, seja pessoal, na sociedade ou no aspecto ecológico e político.

Isto é, a compaixão deve estar presente em todos os momentos de nossas vidas, nas relações humanas e sociais, no sentir e, sobretudo, no agir.

Santa Dulce dos Pobres foi inspiração para a Campanha da Fraternidade deste ano, o anjo bom da Bahia, um raro exemplo de humildade e bondade nos dias de hoje.

“Somos chamados a ser uma Igreja samaritana”, afirmou o Papa Francisco.

Entretanto, amparar o próximo em suas carências espirituais ou materiais vai além de uma atitude cristã. É um ato de solidariedade humana.

Atualmente, precisamos, mais do que nunca, semear esse belo sentimento.

Portanto, independentemente de professar uma religião, sentir compaixão nos fará mais humanos, pois fraternidade é vida.

Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça

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Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. Q1naide maria rosado de souza diz:

    Que beleza, prof. Odemirton. Santo Ignácio de Loyola!

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