Chego para abastecer meu ‘transporte’ num posto de combustÃvel de Mossoró e a frentista demora a me atender. Nem me queixo. Estamos próximos das 22h do sábado (26).
– Está lendo, né? – brinco.
A leitura de uma revista com texto sobre psicanálise a tirara de sintonia em pleno horário de expediente. Lia sobre Sigmund Freud, o “pai da psicanálise”.
– Adoro Freud – transborda ela. E passa a falar sobre a personalidade do autor de estudos emblemáticos quanto à mente e o corportamento humano. Parece ter intimidade com ele. Fala com ar que oscila entre o professoral e o coloquial.
Vez por outra a gente encontra essas preciosidades: a leitura que empolga e os mais simples envolvidos por ela. São um alento para um paÃs que não lê.
Ontem, direto de Paris-França, via Twitter, Jean-Paul Prates (ex-secretário do Governo Wilma de Faria-PSB) dizia: “Antigamente, a cena tÃpica do metrô de Paris era o leitor de jornais. Hoje são os operadores de iPhones.”
Parisienses letrados, agora sob outra plataforma de leitura e gosto pela cultura, o conhecimento.
Nós, aqui do outro lado do Atlântico e abaixo da linha do Equador, ainda engatinhando no prazer da escrita – seja ela impressa ou digitalizada.
Aqui, do outro lado do Atlântico, com o fone de ouvido conectado ao celular, a grande maioria das pessoas prefere ouvir coisas do tipo “chupa que é de uva”, “dança do kuduru” ou “dança do enfinca”. Nada contra, mas nesse aspecto somos mesmo terceiro mundo.
Que legal, Carlos Santos.
Este exemplo é bem válido para nós mesmos, que alegamos falta de tempo para a leitura.
Rui, enquanto isso, vou curtindo minha velha Jovem Guarda.