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quinta-feira - 21/05/2015 - 09:08h
Lamentável

Fundação Vingt-un Rosado entra em fase de “desmanche”

Uma das mais importantes entidades do Rio Grande do Norte e do país, no campo da cultura, a Fundação Vingt-un Rosado, toma providências para pelo menos ficar viva. A entidade definha, sem meios para continuar seu importante trabalho de décadas.

Veja abaixo uma Nota à Imprensa e à Sociedade emitida pela instituição.

A Diretoria da Fundação Vingt-un Rosado, instituição que mantém a Coleção Mossoroense, diante das condições de extrema dificuldade de funcionamento e falta de apoio a esta entidade cultural nos últimos tempos, vem por meio desta, informar a sociedade mossoroense em geral, em especial ao meio literário do Rio Grande do Norte, que em reunião no dia 19 de maio de 2015 resolveu:

1 – Suspender as atividades da Fundação Vingt-un Rosado por tempo indeterminado;

2 – Dispensar seus funcionários;

3 – Consultar a Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte e outros locais sobre a possibilidade de guarda do acervo particular de Vingt-un Rosado;

4 – Visita ao Museu do Sertão onde se encontra cerca de 90% dos exemplares da Coleção Mossoroense para verificar a situação atual do acervo;

5 – Venda dos equipamentos que compõem a sua gráfica para custear algumas das dívidas existentes.

Mossoró – RN, 20 de maio de 2015.

Jerônimo Dix-sept Rosado Maia Sobrinho – Diretor Executivo da Fundação Vingt-un Rosado

Nota do Blog – A entidade nasceu em Mossoró, que um dia se atreveu a concorrer nacionalmente a certame para ser escolhida como Capital da Cultura.

Cidade que tem botado ao chão uma série de prédios históricos, incluindo aí o “Catetinho”, da família da ex-prefeita Fafá Rosado.

Cidade que ignorou a biblioteca do jornalista Dorian Jorge Freire.

Cidade que não tem como conservar a biblioteca de João Batista Cascudo Rodrigues.

Cidade que vai deixar a  hemeroteca  de Raimundo Brito (Raibrito) desaparecer, com um acervo espetacular.

Cidade que confunde festim popularesco com cultura.

Cidade que levou mais de dez anos para fazer uma reforma física em seu museu.

Pobre Mossoró inculta!

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Categoria(s): Cultura

Comentários

  1. Inácio Augusto de Almeida diz:

    Difícil crer que está tragédia venha a se consumar.
    É inaceitável, do ponto de vista cultural, saber que gastam milhões com festejos e deixam morrer à míngua de recursos uma Fundação como a Vingt-un Rosado.
    Que escala de valores é esta que adotam em Mossoró?
    Por que todos silenciam? Entidades que deveriam clamar contra este despautério se calam. Onde estão o CDL, OAB, Maçonaria, Diocese e todas as forças vivas de Mossoró?
    O que faz a Secretaria de Cultura de Mossoró que não move uma palha em favor da Fundação?
    Que Secretária de Cultura é esta que se cala frente a comportamento tão despropositado?
    Não vou apelar para a Câmara dos Vereadores. Lá estão muito ocupados em desfrutar da Lei da Mordomia dos Vereadores e com festejos populares que rendem votos das camadas mais distanciadas da cultura e que formam a maioria do eleitorado mossoroense.
    Alguma coisa tem que ser feita para salvar a Fundação Vingt-um Rosado.
    ////
    QUANDO SERÃO JULGADOS OS RCURSOS SAL GROSSO?

  2. Dorian Jorge Freire diz:

    Acrescentaria o Teatro Lauro Monte Filho, que agoniza em uma reforma inacabada. E oTeatro Dix-huit Rosado que está se desmanchando literalmente.

  3. françois silvestre diz:

    E ainda há quem professe e estufe o peito a dizer que cultura é supérfluo. Quando na realidade supérflua é a ignorância. E é esse o nosso quadro: Ignorância privada a endossar a burrice pública. Essa realidade mossoroense é apenas um pequeno traço na pintura estadual.

  4. Moisés diz:

    O que esperar de governantes que têm verdadeiro desprezo por livros? Quantos livros vocês acham que o nosso prefeito leu nos últimos 10 anos? quantos livros os nossos vereadores leram nos últimos 10 anos? O pessoal da Fundação Vingt-un Rosado, seus colaboradores, diretores, financiadores, são guerreiros que tentaram até onde puderam. A inteligência, a cultura, a informação, são como as árvores das avenidas ou a saúde em nossas vidas. Só temos a dimensão da sua importância quando elas não existem mais. Não adianta no futuro se questionar: por que uns lugares avançam e outros não? Está aqui, no seu post, um dos porquês. E viva Recife, Olinda, Salvador, Porto Alegre, João Pessoa e outras tantas, que defendem seu patrimônio cultural o quanto podem. E quanto a nós…Sigamos nossa medíocre caminhada…

  5. fernando diz:

    Ainda se diz: Eles adoram Mossoró. Essa turma ainda pensa retornar ao poder.

  6. Antonio Augusto de Sousa diz:

    Lamentável, profundamente lamentável!!!

    Enquanto isso, a propaganda do prefeito, reage à “derrota” por não ter trazido a Banda “Aviões do Forró” para os festejos juninos de Mossoró (os “Aviões”, devido à indecisão do prefeito e sua turma, optou por Assú), anuncia Luan Santana!!! Como diziam nos tempos antigos: “Pra quem gosta de ________, é um bom prato”!! À atração de LÁ, e a de CÁ!!!

  7. Samir Albuquerque diz:

    A uns 3 anos que não vou a nenhum evento do “Mossoró Cidade Junina” que já quiseram comparar com as festividades em Campina grande, incluindo ai o “Chuva de Bala”. A cultura em Mossoró sempre viveu de migalhas em suas múltiplas esferas.

    Contratam bandas lixo para fazer volume humano na “Estação das Artes”, e arte que é bom, nada. Vem o espaço de frente à Igreja São Vicente e o povão, dedo nas ventas.

    Lembro com muita alegria quando ir ao chuva de balas era algo bem mais democrático. Quando o talento de nosso povo era que contava a nossa historia.

    Infeliz\mente, tudo isso só mostra o verdadeiro espírito de nossos governantes. Enfim.

  8. P. Poty diz:

    O quê esperar de uma cidade onde seus políticos só pensam em politicagem e eleição? Nada mais natural.

    P. Poty

  9. Gustavo Almeida diz:

    Toda Mossoró sabe do zelo que tinha o saudoso Vingt-Un Rosado pela fundação. É lamentável, que uma cidade onde se diz que é a “capital da cultura”, veja fato dessa natureza acontecer. O acervo é enorme. Berço de vários e vários autores da nossa terra.
    Só nos resta lamentar profundamente. E se solidarizar com o amigo Dix-Sept Sobrinho e família que lutaram até a última hora para que isso não viesse a ocorrer. Como Também ao amigo Caio César Muniz. Grande defensor da fundação.
    Grande abraço a todos que fazem a Fundação Vingt-un Rosado.

  10. Lossian Barbosa Bacelar Miranda diz:

    É muito triste sabermos disso. Mossoró é uma das poucas cidades do Brasil que no século XX, construiu a sua história, através deste grande movimento que foi e, que continua sendo, a Coleção Mossoroense. Mas nós não devemos esquecer que a cultura sempre teve e sempre terá os seus inimigo, inclusive cultos. Mas a cidade não deve se amolecer diante destes pilantras-mores! O povo deve reagir, tal como você amigo, está reagindo. Os livros devem ser todos, preservados, reeditados, digitalizados e postos à venda em todos os tipos de mídias. Não custa nada aos mais abastados, seguir à frente neste movimento de restauração cultural. Em caso contrário, haverá um doloroso arrependimento futuramente.

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