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quarta-feira - 21/01/2015 - 10:11h
Governo Robinson

Gabinete Civil resume bem a complexidade do poder político

Tatiana Mendes e Hudson Brito dividem um espaço importante em administração que está começando

Estão divididas na Governadoria, tarefas que costumam ser cumulativas do Gabinete Civil. O ajuste tem razão de ser.

Tatiana Mendes ocupa posição estratégica num cargo muito delicado (Foto: reprodução)

A advogada Tatiana Mendes, secretária-chefe do Gabinete Civil, trata do tecnicismo legal e burocrático. É pessoa da confiança absoluta do governante. Cuida do que domina.

O ex-prefeito de Santana do Seridó Hudson Brito é secretário da Articulação, voz do “meio de campo”, intermediando contatos entre as lidernças políticas e o governador Robinson Faria (PSD). É do ramo.

Em parte considerável do Governo Rosalba (DEM), houve esse tipo de divisão também, mas num formato à moda da “República Mossoroense” que se instalou no poder.

O advogado José Anselmo de Carvalho Júnior foi nomeado pro Gabinete, mas o adjunto Galbi Saldanha cumpria parte das tarefas burocráticas e o ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado (sem partido) era o chefe de Gabinete “de fato”, mesmo sem cargo.

Na fase posterior e conclusiva do Governo, Carlos finalmente assumiu o Gabinete. “Governou” assim. Antes, era da Residência Oficial, no bairro de Morro Branco. Galbi – que o acompanha desde os tempos de Assembleia Legislativa – ficou em igual papel.

Ghost writer

A Chefia de Gabinete é um cargo estratégico. Raras pessoas conseguem se desdobrar em suas exigências técnicas e políticas.

Depois do fim do Estado Novo (Governo ditatorial de Getúlio Vargas), promulgação da Constituição de 1946 e início de outro ciclo de ventos democráticos no país, havia no organograma de poder dos estados federados a figura do “secretário geral”. Era praticamente a segunda pessoa após o governador.

Um dos mais notórios no estado, apesar do curtíssimo período de atuação, foi o advogado Mário Negócio. Ocupou esse papel na administração de Dix-sept Rosado durante poucos meses, antes de falecer num acidente de carro na Paraíba.

Negócio: "irmão" de Dix-sept (Foto: reprodução)

Mário era “ghost writer” (literalmente o termo significa “escritor fantasma”, pessoa que faz discursos para alguém) de Dix-sept e seu principal orientador político.

Advogado, ex-deputado estadual e nascido em Fortaleza-CE, Mário Negócio reuniu todas as qualidades indispensáveis ao cargo. E era mais do que um político hábil.

Segundo seu filho, Danilo Negócio, que foi secretário da Fazenda do Governo Tarcísio Maia, “Mário Negócio e Dix-Sept Rosado não foram apenas amigos. Foram almas gêmeas da política do Rio Grande do Norte”.

Ele cunhou essa definição esmerada em 2011, quando discursou em sessão solene da Assembleia Legislativa, que homenageou seu pai, falecido em 1951.

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Categoria(s): Administração Pública / Política / Reportagem Especial

Comentários

  1. Francisco diz:

    Só uma retificação, acredito que o termo certo é ghost writer. Abraço!

  2. naide maria rosado de souza diz:

    Ter a possibilidade de contar com um “ghost writer” como Mário Negócio é uma espécie de bênção. Muitas vezes, são tantas as atribuições de um governante que passar para o papel realidades e planos torna-se quase impossível. Beleza ler que “Mário Negócio e Dix-sept Rosado não foram apenas amigos. Foram almas gêmeas da política do Rio Grande do Norte”.

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