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domingo - 24/01/2021 - 10:52h

Hospital do Vale do Jaguaribe pode ser alternativa para RN

Por Josivan Barbosa

Na semana passada colocamos neste espaço (veja AQUI) que o Hospital Regional do Vale do Jaguaribe (HRVJ) deveria se transformar na opção número 1 para os estudantes de Medicina da Universidade do Semiárido como espaço de desenvolvimento das atividades práticas do curso.

Implantado em localização estratégica, nas proximidades da BR-116 no entrocamento entre Limoeiro do Norte, Russas e Morada Nova, o HRVJ funcionará para dar cobertura à Macrorregião Litoral Leste/Jaguaribe, garantindo atendimento médico-hospitalar à população de pelo menos 20 municípios. Contará com unidades de emergência e urgência, ambulatório, centro de imagem e diagnóstico, centro de parto, centro cirúrgico com seis salas, e enfermarias clínica, cirúrgica, traumatológica e pediátrica, somando 304 leitos.

Construção de hospital deve ensejar inauguração ainda esse ano no Ceará (Foto: autor)

Construção de hospital deve ensejar inauguração ainda esse ano no Ceará (Foto: autor)

Terá ainda Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) neonatal e UTIs neonatal, pediátrica e adulta, além de espaço para ensino e pesquisa.

A nova unidade vai ampliar a rede da Secretaria de Saúde do Ceará (SESA), que hoje possui três hospitais regionais em operação: o Hospital Regional Norte (HRN), em Sobral; o Hospital Regional do Cariri (HRC), em Juazeiro do Norte; e o Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), em Quixeramobim. O Consórcio Marquise/Normatel é o responsável pela construção.

A estimativa é que o HRVJ seja equipado e entre em funcionamento ainda em 2021.

O HRVJ como alternativa número um

            O Hospital Regional do Vale do Jaguaribe terá três vezes mais capacidade de receber alunos de Medicina para desenvolver a parte prática do curso do que o nosso Hospital Regional Tarcísio Maia e fica localizado a apenas 70 min de deslocamento de Mossoró até a sua sede, ou seja, pouco mais de 100 km de distância.

A Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) é a única instituição de ensino superior que oferece curso de Medicina e que fica localizada no raio de atuação do referido hospital. Seria o mesmo grau de dificuldade em termos de logística de deslocar os nossos discentes para o Hospital Geral de Assu, se aquele hospital tivesse condições de receber os nossos discentes para realizar as atividades práticas.

A Ufersa precisa se antecipar e procurar a Secretaria de Saúde do Governo do Estado do Ceará e buscar apoio da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), do MEC e do Ministério da Saúde para viabilizar essa importante parceria, que preencherá uma lacuna no currículo dos nossos discentes de Medicina enquanto o Hospital Universitário do Semiárido não é construído.

Maquete do hospital cearense (Reprodução BCS)

Maquete do hospital cearense (Reprodução BCS)

Recursos federais

            As universidades federais e os demais órgãos que necessitam de repasses de recursos do OGU correm o risco de passar por sérias dificuldades nesse início de ano. O problema é que a equipe econômica prepara um decreto de programação orçamentária e financeira que deve prever um “bloqueio preventivo” mais restritivo nos pagamentos de despesas deste ano. A ideia é que o “bloqueio” não seja linear, como feito em anos anteriores. O decreto de programação orçamentária e financeira, que está sendo analisado, deverá fixar, para algumas despesas, o limite de 1/18. Segundo fontes da área econômica, o assunto está em análise, mas, ainda não há uma decisão tomada.

Na proposta orçamentária, o governo estimou uma inflação no ano passado, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de apenas 2,09%. Esse foi o percentual utilizado para corrigir o salário mínimo, que é o piso dos benefícios previdenciários e assistenciais, bem como os benefícios de valor acima do mínimo. O problema é que o INPC ficou em 5,45%.

Shutdown

O governo está, agora, refazendo suas contas, levando em consideração o INPC de 5,45%. As avaliações preliminares da área técnica indicam que o impacto do INPC, somado ao gasto adicional com a prorrogação da desoneração da folha de salários para 37 setores da economia, elevará as despesas obrigatórias em cerca de R$ 20 bilhões.

Com isso, o governo será obrigado a realizar um contingenciamento mais drásticos nas despesas discricionárias, principalmente nos investimentos. O corte mais profundo nos investimentos e no custeio da máquina terá que ser feito para que o governo possa cumprir o teto de gastos da União neste ano. Os técnicos admitem que existe o risco de paralisia de alguns serviços públicos, o chamado shutdown.

Parque Tecnológico

         O segundo projeto mais importante da Universidade do Semiárido para a década que se inicia é a instalação de um parque tecnológico. São poucas as universidades federais que ainda não avançaram nesse tema. A instalação de parques tecnológicos nas universidades federais tem se tornado umas das excelentes oportunidades para captação de recursos nos diferentes ministérios. Não há saída para a nossa IFES. Basta seguir o exemplo das universidades federais de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina.

O assunto de um parque tecnológico para a nossa Ufersa foi iniciado em 2012, mas se perdeu nos últimos oito anos sem qualquer rumo. Na próxima semana retornaremos neste espaço com o referido tema.

Novo parque eólico no RN

         Reforçando o compromisso de tornar sua matriz energética mais renovável, a Braskem acaba de fechar um acordo de compra de energia com a Casa dos Ventos, uma das maiores investidoras na fonte eólica do país.

O contrato, que supera R$ 1 bilhão, tem prazo de 20 anos e vai viabilizar a construção de um novo parque em Rio do Vento, complexo eólico com capacidade instalada total de 504 megawatts (MW) que está sendo desenvolvido pela Casa dos Ventos no Rio Grande do Norte.

Josivan Barbosa é professor e ex-reitor da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA)

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Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. Inácio Augusto de Almeida diz:

    E Mossoró sem um Secretário de Desenvolvimento Econômico e Social.
    Até quando a barganha de cargos por apoio vai continuar prevalecendo e preterindo valores que podem alavancar o crescimento econômico e social de Mossoró?

  2. Rafael diz:

    A Ufersa não é a única instituição que possui o curso de Medicina. Fale lembrar na UERN e também na FACENE.

  3. Lair Solano Vale diz:

    Um bom caminho professor Josiane.
    Acho que Mossoró tem onde acolher os seus universitários : Tarcísio Maia, Hospital da Polícia, Hospital da mulher / materno infantil ( que será inaugurado em 2021 ) e as UBS PARA CLINICA MÉDICA.

  4. João Bôsco Cabral Freire diz:

    Caro Josivan, lembro bem do seu total apoio, a frente da UFERSA, ao Projeto do Parque Tecnológico de Mossoró, lançado pelo SEBRAE na inauguração da Incubadora CITECS da UERN, contando com a parceria tb da FIERN, UERN e IFRN. Seria o primeiro do Estado. Com foco nos segmentos do sal, petróleo, fruticultura, calcário e cultura. Suporte das incubadoras IAGRAM (Ufersa); ITMO (Ifrn) e CITECS ( Uern). Pedras surgiram no caminhos. Sucesso na retomada da ideia desenvolvimentista do empreendedorismo inovador. Abç

  5. Q1naide maria rosado de souza diz:

    Excelentes posições, prof. Josivan. Hospital bem-vindo aos discentes de Medicina da UFERSA e novo Parque eólico em andamento!

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