Por Josivan Barbosa
O presidente Michel Temer busca consolidar uma aliança para 2018 que reúna os partidos de centro com o objetivo de lançar um candidato competitivo do governo. O ministro Henrique Meirelles, da Fazenda, que é filiado ao PSD, não era o candidato do governo à sucessão presidencial até agora, mas, com o aval do presidente Michel Temer, acelerou o ritmo de postulante à indicação no fim de semana.
Para que Meirelles conquiste o posto, são necessários, de largada, três fatores: a consolidação da recuperação econômica, com a efetiva retomada da geração de empregos; que a melhora econômica se transforme em realidade no bolso dos eleitores; e que o ministro da Fazenda consiga convencer os eleitores de que é o responsável pelos bons resultados econômicos.
Por enquanto, ele alcança 2% de intenções de voto segundo a última pesquisa Datafolha.
Marina
Finalmente, o Rede Sustentabilidade confirmou no último final de semana a pré-candidatura da ex-senadora Marina Silva à Presidência da República em 2018. Diferentemente dos dois últimos pleitos, a pré-candidatura de Marina Silva mostra-se desidratada e isolada. O partido terá muita dificuldade de sustentar a candidatura.
Psol
No mesmo fim de semana em que a ex-senadora Marina Silva finalmente anunciou sua pré-candidatura à Presidência, na terceira tentativa seguida de chegar ao cargo, o Psol recebeu o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, em sua convenção nacional, mas, sem uma decisão do militante sobre a filiação à sigla e a candidatura, o partido adiou para março a escolha de seu candidato.
Com a situação de Boulos, que discursou no último sábado na convenção, indefinida, outros quatro possíveis candidatos se apresentaram: Hamilton Assis, do movimento negro da Bahia, Sônia Guajajara, da articulação indígena do partido, e os economistas Nildo Ouriques e Plínio e Arruda Sampaio Júnior. Sem garantia de que participará dos debates eleitorais em 2018, a sigla procura nome de expressão nacional para divulgar suas propostas.
Centrão e DEM
PP, DEM, PSD, SD, PR, PTB e PMDB avançaram em negociações para construir uma única candidatura presidencial. Num primeiro momento, o grupo pretende enfraquecer as candidaturas de centro e direita, como a do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ, mas a caminho de se filiar no PEN) e de empresários que tentem se vender como o novo.
O movimento é paralelo ao articulado pelo Palácio do Planalto, que procura um candidato da base aliada para defender o legado do presidente Michel Temer. Segundo três integrantes da cúpula desses partidos, se a popularidade do pemedebista não melhorar e a economia não “decolar”, essa defesa estaria descartada e o grupo sairia com o discurso de que tirou o Brasil da crise, ao apoiar o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e garantir uma pauta de crescimento para o país.
PSDB
O acesso dos mais ricos a serviços públicos gratuitos precisa ser reavaliado. O país deve ter um “choque de capitalismo”. O governo federal tem de ampliar as privatizações e concessões, cobrar mais tributos de quem ganha mais e renegociar as dívidas dos Estados e municípios. Essas são algumas das propostas apresentadas pelo PSDB, que servirão de diretrizes para o programa do partido e para o plano de governo tucano na disputa pela Presidência, em 2018. A legenda defende também que o Brasil adote o parlamentarismo, o voto distrital misto e o voto facultativo.
Lei Kandir
A Lei Kandir desonerou as exportações de produtos primários e semielaborados da incidência do ICMS. Com o fim da lei, as exportações desses produtos voltarão a ser taxados pelo imposto. O impacto da PEC é relevante sobre a pauta de exportações, pois, com o fim da Lei Kandir, o ICMS passará a incidir sobre as vendas ao exterior de petróleo bruto, soja, minério de ferro, café e açúcar, entre outros produtos.
Um setor que pode ser duramente afetado é a agricultura irrigada do Semiárido, especialmente os polos de fruticultura, como o Polo RN-CE, onde a exportação sustenta o setor há mais de 30 anos.
A PEC aprovada na CCJ segue agora para apreciação do plenário do Senado. Se for aprovada, irá para apreciação da Câmara. Como se trata de emenda constitucional, o Executivo não tem como vetar o texto aprovado pelo Congresso.
‘Novo’ DEM
O “novo” DEM será lançado numa convenção nacional no dia 14 de dezembro, em Brasília. Está certa a filiação de pelo menos oito deputados federais que são ou eram do PSB.
Além dos pessebistas, o DEM espera filiar outros sete deputados de outras legendas, como PMDB e PSDB, e chegar próximo dos 45 parlamentares federais, número que o aproximaria de PSDB e PP.
Josivan Barbosa é professor e ex-reitor da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA)
Estranho!
Como se projeta um cenário de avaliação de potenciais candidatos à Presidência da República e não se cita o mais importante candidato?
Proposital???