Morreu o ex-deputado federal Wanderley Mariz, 79. Estava internado na Casa de Saúde São Lucas, em Natal, com Covid-19. Nessa quinta-feira (2), já ocorrera constatação de morte cerebral pela manhã (veja AQUI). À tarde, veio o desfecho de seu óbito.
O jornalista Cassiano Arruda, no blog Território Independente, escreve sobre sua trajetória. Reproduzimos abaixo:
Por Cassiano Arruda (Território Independente)
Nos anos 60′ e 70′, em pleno “Milagre Brasileiro”, nosso Rio Grande do Norte era unânime com os governos militares, mas mantinha uma arenga interna, cada lado com uma bandeira própria.
A bandeira verde de Aluízio Alves e a bandeira vermelha de Dinarte Mariz.
As duas bandeiras cabiam na legenda da Arena (Aliança Renovadora Nacional), o partido governista, quando a Arena-verde, perdeu a expressão, com a cassação de Aluízio Alves, Garibaldi Alves e Agnelo Alves, único caso de uma mesma família ter sido toda cassada.
A Arena-verde virou MDB, e o partido que cabia num fusca recebeu os estudantes Henrique Eduardo e Garibaldi Filho, que se elegeram com grande votação e levaram a mensagem da oposição ao povão, já em 1970, quando a Arena teve seu melhor desempenho.
Outra disputa
Faltava um nome novo para enfrentar o MDB.
E a Arena vermelha atraiu o filho mais novo de Dinarte, que estudava no Rio de Janeiro, Titi, que tinha 34 anos. Vigolvino Walderley Mariz, o filho mais novo de Dinarte que fez dobradinha com Moacyr Duarte, um dos parlamentares mais experientes, genro de Dinarte Mariz.
Wandeley elegeu-se Deputado Federal em 74 e 78, pela Arena, e, em 1982 pelo PDS. Em 1986 foi candidato a Senador, mas não se elegeu.
Wanderley não voltou mais para o Rio, ficou em Natal e ganhou a missão de preservar “Solidão“, a fazenda do pai, em Serra Negra palco de muitos acontecimentos da política potiguar.
O menino do Rio virou um seridoense de Natal.
Do Rio, manteve uma única paixão, o Fluminense, o seu time. E daqui acompanhou de longe, o êxito dos filhos, Wanderley, que elegeu-se Vereador, Vitor, Procurador da República e o advogado Rubem Mariz.
Ainda foi Secretário da Justiça no Governo Geraldo Melo, e depois mesmo sem ocupar nenhum cargo não perdeu a ligação com a política.
Em 2008 disputou – também sem êxito – a Prefeitura de Caicó. Na última campanha, apoiou Bolsonaro, falando aos dinartistas…
Hoje à tarde, depois de ter comprovada a morte cerebral, o coração de Titi parou de bater. Foi mais um derrotado pelo terrível Covid-19.
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Meus sinceros sentimentos à família de Wanderley Mariz. A lembrança de Dinarte Mariz está em minha vida. Foi meu padrinho de casamento.
Meus sentimentos a familia.