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domingo - 02/10/2011 - 09:12h

Mossoró

Por Beatriz Bandeira

Um vento morno
de salitre e fogo
abre flores de sal
nos velhos muros.

Esquálidos meninos macilentos
tangem bandos de cabras esqueléticas
e, sob um sol que queima
e um chão que abrasa,
desenham Portinaris na paisagem.

“Índio é terra que anda”
disse um poeta.
E eu vejo em tua gente,
retorcidas raízes, rijos caules,
e essa força que brota
de entranhas minerais
da terra calcinada, e se prolonga
em duras caminhadas.

Mossoró, Mossoró, predestinada aurora,
pioneira de lutas precursoras
castigada e sofrida sentinela
de históricas vigílias.

Um vento morno
de salitre e fogo
abre flores de sal
nos velhos muros
e lágrimas de dor
choram meus olhos
de saudade e de ausências consumidas.

Beatriz Bandeira – Poetisa

* Do livro “100 Poetas de Mossoró”, Fund. Guimarães Duque, Fundação Vingt-un Rosado, Coleção Mossoroense, 2000, RN

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Categoria(s): Poesia

Comentários

  1. zeroberto diz:

    Hum!

  2. fernando fla diz:

    Me passou a ideia de que existe gente inteligente em Mossoró, fora do clã Rosado.Será?

  3. Aluisio Barros diz:

    A verdade(ira da) poesia.

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