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domingo - 26/02/2017 - 04:18h

O futuro econômico de Mossoró ainda passa pelo petróleo

Por Gutemberg Dias

Mossoró, com o processo de desinvestimento da Petrobras, a maior operadora brasileira de campos petrolíferos, vem amargando sucessivas perdas de empregos ligados ao setor e, também, uma retração do mercado, principalmente, o setor do varejo e imobiliário.

Há alguns anos era difícil encontrar placas indicando imóveis para alugar. Hoje basta dar uma pequena volta em qualquer bairro de nossa urbe que nos deparamos com as placas apresentando imóveis para locação. Virou parte do mobiliário urbano.

Feito esse preambulo, para dizer que a economia de Mossoró não anda bem, faço a seguinte indagação: como reaquecer o mercado local a curto e médio prazo? Talvez muitos achem que seja uma pergunta de difícil resposta, mas não é. Existe muitos caminhos a serem seguidos, basta ter planejamento e perseverança para fazer acontecer.

Um dos caminhos e, certamente, o mais fácil é a revitalização da cadeia de petróleo e gás. Digo isso com base na capacidade produtiva/serviços embarcadas em Mossoró e, também, em perspectivas de atração de novos empreendimentos a partir de um possível revitalização do setor.

O Governo Federal, através do Ministério de Minas e Energia (MME) no final de janeiro/2017, lançou o programa REATE. Esse programa trata da Revitalização da Atividade de Exploração e Produção de Petróleo Terrestre e pretende triplicar a produção terrestre brasileira de aproximadamente 150 mil para 500 mil barris/dia nos próximos anos.

Dentro desse contexto, a cidade de Mossoró, a partir da sua posição geográfica e de sua capacidade de prover bens e serviços para a cadeia do petróleo, pode ser trabalhada para se tornar um grande “hub” de serviços para atender a indústria petrolífera desde a Bahia até o Maranhão, quiçá a região amazônica.

Obviamente, para que isso aconteça, será preciso que o poder público municipal e estadual sejam grandes parceiros nessa empreitada. Principalmente, no tocante a mostrar que a cidade tem vocação e capacidade para absorver a demanda que virá com o novo cenário que está sendo desenhado para o setor e, sobretudo, serem os catalizadores da atração de grandes empresas que queiram investir localmente com foco no atendimento da cadeia de petróleo e gás.

Vale destacar que trabalhar, hoje, a revitalização da cadeia de petróleo e gás em Mossoró é o caminho mais fácil para se retomar o aquecimento da economia local e regional, haja vista que o incremento de recursos nessa área é volumoso e, naturalmente, é gerador de empregos diretos e indiretos.

É bom deixar claro que outros setores são importantes e que precisam entrar no radar, como as energias renováveis (eólica e solar),  turismo e o ordenamento do polo universitário. Esse último de extrema importância para o suporte tecnológico para atender o setor petrolífero e os demais segmentos.

Com base no exposto fica claro que temos um caminho a seguir e ele precisa ter a parceria do poder público e privado. É preciso que todos os atores estejam juntos nesse objetivo, pois, só assim, seremos capazes de reescrever uma nova página quanto ao reaquecimento econômico a partir, incialmente, da revitalização da cadeia de petróleo e gás.

O mundo já reconhece o Brasil como uma grande referencia no desenvolvimento de tecnologias para o seguimento petrolífero. Nesse mesmo diapasão, para mim e tantos outros colegas, Mossoró tem tudo para se transformar na maior referencia nacional em soluções para o setor de petróleo e gás. Garantindo, dessa forma, uma retomada histórica de seu potencial produtivo e, sobretudo, retomando sua pujança econômica, de outrora, num curto e médio prazo.

Gutemberg Dias é geógrafo, ex-candidato a prefeito de Mossoró (2016) e presidente da Redepetro RN

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Categoria(s): Artigo / Economia

Comentários

  1. Inácio Augusto de Almeida diz:

    “O mundo já reconhece o Brasil como uma grande referencia no desenvolvimento de tecnologias para o seguimento petrolífero.”
    Que seguimento petrolífero é este? Seguimento? SEGUIMENTO…
    “uma retomada histórica de seu potencial produtivo”
    Se isto fosse possível o petróleo continuaria sendo explorado em muitas áreas onde os campos foram fechados.
    A ERA DO PETRÓLEO EM MOSSORÓ ACABOU-SE!
    Buscar novos caminhos é preciso.
    Não dá para viver de sonhos, fantasias ou quimeras.
    Cite uma só área onde a revitalização fez voltar a produção antes existente. Uma só!
    E que ninguém se engane. Dentro de mais 20 anos a produção de petróleo terrestre findará.
    ////
    OS RECURSOS SAL GROSSO SERÃO JULGADOS A QUALQUER INSTANTE! AGUARDEM!

  2. João Claudio diz:

    Ele esqueceu de dizer que o partido politico do qual defende com unhas e dentes, quebrou a Petrobras em 3 pedaços.

    Por que não sugerir que expurguem o PT antes que faça mais estragos?

    Pra cima de mim, meu?

  3. ALEXSANDRO SILVA COUTINHO diz:

    A Associação dos Engenheiros da Petrobras já alertava sobre a irresponsabilidade da classe política do RN desde cinco anos atrás.

    //www.aepet.org.br/noticias/pagina/374/AEPET-NS-lana-a-Nota-O-Ouro-dos-Tolos-contra-a-Entrega-dos-Campos-Maduros-Iniciativa-Privada

  4. ALEXSANDRO SILVA COUTINHO diz:

    Muitas pessoas confundem os conceitos de Campos Marginais e Campos Maduros, alguns ainda acham que o significado dos dois termos é o mesmo. Bom, existe uma diferença: Campos Marginais é um conceito econômico, já Campos Maduros é um termo técnico.

    Campo Marginal é aquele que, por diversas razões,(entre eles o declínio na produção) um campo deixa de ser rentável para um determinado operador.

    Já o campo maduro é aquele que se encontra naturalmente em queda de produtividade rumo à exaustão de sua reserva recuperável. Todo o campo de petróleo em um determinado tempo de sua vida produtiva tem um declínio de produção, porém continua a ser interessante economicamente.

    Resumindo: a marginalidade de um campo é o operador dele que decide sobre a sua economicidade; a maturidade trata-se de um efeito do regime de produção.

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