Por François Silvestre
Pego carona na assinatura que Raíssa fez da Netflix. Prefiro os filmes, mas vejo algumas séries. Algumas, muito poucas, consigo vê-las até o último capítulo.
Séries turcas, indianas, americanas, inglesas, sobre gangues, piratas e até sobre a nobiliarquia de milionários. Algumas me prendem inicialmente, depois me despeço com enfado.
A última que vi foi O Mecanismo, sobre essa coisa da “Lava Jato”. Muita discussão sobre o alcance real dessa ficção mesclada. Não li ainda uma avaliação convincente, seja dos “contras” ou dos “a favor”, sobre o enlace político ali estabelecido.
Vou tratar do que me interessa, nesse tipo de evento. Arte. Não sou crítico de arte ou de cinema, apenas observador e curioso, mas vou meter a colher nessa moqueca mal temperada. Muito dendê e pouco peixe.
Quando uma obra de ficção inspira-se ou se sustenta em fatos ou pessoas reais não deve vassalagem aos fatos ou às pessoas. Mas precisa de verossimilhança. O que não significa apenas copiar a realidade.
A verossimilhança não é pintura do real. É convencimento da ficção. Ela pode estar presente até na ficção de fatos ou pessoais impossíveis na realidade. Desde que convença pelo viés da arte. O realismo mágico ou fantástico é uma prova da verossimilhança ficcional sem necessidade do amparo real. Porque convence.
Pois bem. O Mecanismo da Netflix não convence. É caricato sem a plástica e o convencimento da caricatura. Na caricatura, a deformação acentua pela via da arte os contornos do real. Por isso, a caricatura é verossimilhante. Mas o caricato é a deformação não convincente.
O personagem principal da série não convence nem na realidade nem na ficção. É tão escrachadamente caricato que contamina o ator. Selton Mello é um dos nossos melhores atores, mas nessa obra ele cravou seu primeiro canastrão. Distância cósmica do ator de “O Palhaço” ou do “Auto da Compadecida”.
Aliás, a canastrice nasce no personagem e atinge o ator. O delegado da Polícia Federal, Ruffo, completamente inverossímil é uma piada que faz inveja até ao “Atrapalhando a Suate” de Zacarias, Didi, Mussum e Dedé.
Quando eu vi nas folhas a informação de que o juiz Sérgio Moro gostou do seu personagem, eu pensei:
– “Tomara que ele seja melhor operador do Direito do que observador de arte”.
A representação que a série faz dele é deprimente, coisa de inimigos do juiz. O personagem é patético. Até na burlesca cena sexual, o juiz fica mal; de cama. Quanto à inspiração real, só conheço pelos respingos dos holofotes. E pelas opiniões jurídicas do americanismo, realidade distante da nossa, e adesão política ao liberalismo pré-Adam Smith.
Com Lula, a série foi bondosa. Lulista que reclama, confessa fanatismo bocó. Pinçou uma frase emprestada não incriminadora, se comparada com muitas falas reais gravadas e comprometedoras. Se não do universo jurídico, pelo menos na seara moral.
Com Márcio Thomaz Bastos foram desonestos. Obviamente desonestos. Até a tosse é caricata. Vivo fosse, iria ganhar dinheiro com indenização.
A briga de vaidades entre a Polícia Federal e o Ministério Público foi mal explorada. Essa disputa de “quem é mais importante” retrata nossa incúria institucional. Um bando de bocós disputando notoriedade. Não se salva nem quando o delegado Ruffo chama de Cuzão o procurador do Ministério Público.
Mesmo ruim, vi até o fim. Na ficção ela terminou, mas parece que viverá “ad perpetuam rei memoriam” na realidade.
Té mais.
François Silvestre é escritor
O Cara da lava Jato foi num mono motor.
É o ‘Camburão Teco Teco Aéreo’ que a Policia Federal dispõe para transportar os presos PPPs.
Os presos ricos e obedientes (que não xingam juízes), vão de jatinho.
Maaaaas, para quem prometeu ir a pé de São ‘Beirnaido’ até Curitiba, Teco Teco é um LUXO.
Né não?
O diretor de ‘O Mecanismo’ é um tal de José Padilha.
Eu não vi e, depois dessa ‘metida de colher’, eu não pretendo ver.
Vou continuar a assistir o Chaves.
Raíssa e Fernanda, nossas filhas, são entendidas no assunto.
Fizeram curso juntas, opinariam bem. Conhecem a cinematografia e execução de seriados. Vou atrás. Fico devendo, François.
Com muito esforço consegui assistir dois episódios! Ele viu toda, pode falar melhor que eu. Mas, do que vi achei ruim de tudo. Um beijo!
Querida Raíssa Tâmisa. Que bom falar com você!
Fernanda não assistiu. Acho que a crítica não incentivou-a.
Nós duas mandamos beijos. Sou fã de carteirinha de seu pai.
A primeira da fila.
Os midiotas que tentam denegrir o cara, terão necessariamente que continuar levando sua vida medíocre, ignorante e fascista, e tal e qual papagaios/ventríloquos jamais terão alguma importância pleo cometimento e disseminação da raiva, do ódio e da intolerância…!!!
Igualmente à todo e qual quer Juiz que ao longo da história perpetrou/prolator alguma condenação sem provas, sendo esta, com viés eminentemente político, terão igual destino, qual seja… A LATA DO LIXO DA HISTÓRIA….!!!
Um baraço
FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
OAB/RN. 7318.
DESAPROVADO.
Ei! Vcs informados, andaram prendendo um assassino que causou biblicas hecatombes?
Tem caboco defendendo ele?
Vou “ariar” as vasilhas da “janta”.
Tenho mais o que fazer.