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domingo - 22/11/2020 - 12:38h

O ‘Menino’ e a ‘Rosa’

Por Odemirton Filho

As campanhas eleitorais em Mossoró sempre se caracterizaram pelo seu acirramento. O clima político sempre foi quente, fazendo justiça as altas temperaturas da terra de Santa Luzia.

A disputa para o cargo de prefeito deste ano entrará para a história dos pleitos eleitorais.

Allyson venceu a favorita Rosalba numa disputa em que outras concorrentes se voltaram contra ele (Fotomontagem Agora RN)

De um lado, a experiência e a continuidade de um projeto político que há tempos domina o cenário político da cidade, tendo à frente Rosalba Ciarlini, que já administrou o município por quatro vezes, tendo sido senadora e governadora do Estado.

“É a Rosa!”, gritam, entusiasmados, os seus eleitores.

Doutro lado, um jovem deputado estadual, Allyson Bezerra, que, para muitos, de forma surpreendente, conquistou o primeiro mandato em 2018. De origem humilde, sem carregar o sobrenome da tradicional família de Mossoró, enfrentou em pé de igualdade a franca favorita.

“É o Menino!”, como chamam os seus correligionários.

Os demais candidatos a prefeito não conseguiram empolgar os eleitores e obtiveram votações inexpressivas.

Assim, a campanha eleitoral, como se sabe, ficou polarizada entre o Menino e a Rosa.

Em uma época em que as redes sociais são o palco da disputa político-eleitoral, os contendores travaram uma luta medonha à cata do voto.

Acusações de parte a parte que visavam a desqualificar o opositor fizeram parte do mundo real e, principalmente, virtual.

Tudo, é claro, com o objetivo de exaltar as qualidades de seu candidato e descontruir o adversário.

Além disso, várias pesquisas de intenções de votos foram publicadas. Para todos os gostos. Desacreditar a pesquisa na qual o seu candidato estava em desvantagem foi a estratégia adotada no decorrer de toda a campanha.

Para os partidários do Menino e da Rosa somente as pesquisas que os colocava em vantagem estavam corretas.

Alguns institutos de pesquisa, diante de erros graves, perderam a credibilidade. Sabe-se que números contraditórios podem influenciar o eleitor que “não quer votar pra perder”.

Contudo, o mais incrível foram as aglomerações em tempos de pandemia. O eleitor foi às ruas, lotando os comícios, carreatas e passeatas. Parecia que o coronavírus “estava em férias”.

O discurso adotado pela Rosa consistiu em apontar a inexperiência do Menino para administrar um município do porte de Mossoró. Argumentava que era preciso maturidade e experiência para gerir o destino da capital do Oeste potiguar.

“A Rosa tinha feito e iria fazer muito mais”. Aliava a sua fala o fato de ter recebido uma “herança maldita” do seu antecessor.

Já o Menino se apresentou como o “novo”, aquele que venceria uma família que há décadas mandava e desmandava na cidade. Conseguiu atrair a simpatia da maioria dos eleitores, prometendo uma administração diferente e moderna.

O Menino levou bordoadas de todos os lados. Era o “inimigo” comum a ser abatido.

Na reta final da campanha, a troca de acusações se acentuou. A militância dos candidatos ficou com os ânimos à flor da pele.

Não se acreditava na derrota da Rosa, mesmo diante da maioria das pesquisas que indicava a vitória do Menino.

A Rosa perder as eleições em Mossoró sendo candidata? Que conversa é essa?! Ela ganharia, nem que fosse por poucos votos. Vamos apostar?

O resultado das urnas, contudo, apresentou um quadro que, para muitos, parecia impossível de acontecer.

A Rosa não era imbatível. Apesar de toda a sua experiência político-administrativa e inegável carisma não conseguiu se reeleger.

O Menino, com apenas 28 anos de idade e o seu chapéu de vaqueiro, venceu a eleição.

O “impossível”, às vezes, acontece.

Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça

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Categoria(s): Artigo / Eleições 2020 / Política

Comentários

  1. Cesar diz:

    Se o submundo não age com todas as suas “oferendas” o menino teria tranquilamente mais de 15 mil votos de maioria qquando as urnas fossem abertas!
    Os órgãos de fiscalização são falhos, não conseguem fazer jus ao nome que levam, é preciso que se reinventem . A cultura da corrupção e a experiência prática de pleitos anteriores fazia ecoar grito de que o “sistema” jamais perderia às eleições para um “liso”. Deu errado, o menino venceu todo o sistema!

  2. Fernando diz:

    Quando administrou Mossoró pela primeira vez, a experiência que ela tinha era de pertencer a família Rosado.

  3. Q1naide maria rosado de souza diz:

    Sim, aconteceu. Então, vamos ter fé no menino e aguardar uma gestão profícua. O tempo nos dirá rapidamente, mas o sucesso é o que desejamos.

  4. Marcos diz:

    Há tempo de vender e tempo de perder, há um tempo pra tudo debaixo do sol. A vitória de Alison é boa não só pra Mossoró como para todo o estado

  5. Rocha Neto diz:

    O MENINO E A ROSA, escrevi sem apóstrofo por motivo de achar que é o titulo de um livro, se não for, será!
    Pelo menos motivo e enredo já se encontram no tabuleiro, seu lançamento poderá ser em 2024. O autor ? Qualquer um de nós que habita a terra de Santa Luiza. E a editora? Denomina-se TEMPO.

  6. Flavio diz:

    O discurso de Rosalba “a mesmice” nos 4 mandatos ,saturou o povo. Quem venha o Novo,Parabéns ao menino !!!!!

  7. Marcos Pinto. diz:

    A semente é de boa cepa e está lançada. DEUS a irrigue e ilumine o nosso semeador com as luzes da paz e do amor.

  8. Juliane diz:

    Nada dura para sempre; tudo é possível principalmente quando colocamos Deus a frente, fizemos um trabalho duro e honesto conquistando a confiança de cada eleitor, Davi venceu Golias quando até mesmo seu pai não acreditava nele. O menino pobrezinho veio e conquistou cada um de nós e se Deus quiser vamos fazer uma Mossoró melhor.

  9. Mario diz:

    Para alguns, número ínfimo talvez, trocamos seis por meia dúzia. As jogatinas podem ter continuado. Agora com peões diferentes. Quem sabe estejamos enganados. Mas não custa perguntar: Seria adivinhação imaginar que já começou a briga pelo contrato do lixo cujo clã de sal e combustível já dispararou na frente?

  10. João Claudio diz:

    Os pregos da tampa foram batidos e as pontas viradas.

    Carlos Augusto, com certeza, NÃO deu conta do recado.

    A ‘cabrita’ já apanhou tanto (é tetra) que dificilmente vai voltar a concorrer à prefeitura.

    A próxima tampa a ser pregada é a do caixão do Beto. Quando?

    2022 é logo alí. Antecipe-se e compre os pregos. Não deixe para última hora.

    Escrevi o comentário ao som de ‘DA BOCA PRA FORA’, by Francis Lopez; ‘Eu tenho pena de você’, by José Orlando; ‘O Chorão’, by Paulo Diniz, e ‘A Gargalhada’, by Nelson Gondin.

    Sorry!

  11. Marcos Pinto. diz:

    Aviso aos meus escassos e raros leitores: No próximo Domingo estarei voltando às placas citadinas do nosso celebrado e consagrado Blog Carlos Santos, com um artigo intitulado: O PREDESTINADO. Engodo o pleito deste ano no atinente ao tão almejado cargo de Prefeito de Mossoró. Inté lá.

  12. Marcos Pinto. diz:

    Em anexo ao primeiro comentário. Onde se lê. ..Às placas citadinas, leia-se …Às plagas citadinas.

  13. JOSE ALDO DE OLIVEIRA JUNIOR diz:

    Triste, é que tem gente torcendo que não dê certo. mais vai dar sim com ajuda de Deus e amizade grande que o menino fez. kkkkkkkkkk.

  14. Inácio Augusto de Almeida diz:

    Rosalba perdeu porque esqueceu que Mossoró tem eleitores. Cega pela soberba, a todos via e tratava como servos. Riscou do seu dicionário a palavra humildade. Preferiu sempre mostrar-se arrogante e prepotente.
    O que Rosalba dispensou de atenção aos que moram na Zona Rural faz qualquer feitor ou capitão do mato parecer uma Madre Teresa de Calcutá.
    E esta forma de tratar as pessoas foi rapidamente assimilada por algumas das suas auxiliares. Auxiliares que recebiam pai de alunas de escola pública em busca do UNIFORME ESCOLAR não entregue aos gritos de O QUE É QUE VOCÊ QUER? Isto fazia na tentativa de intimidar quem buscava o que pertencia aos alunos da rede de ensino municipal. O uso da tática de intimidar era usada como forma de defesa. Não podia justificar o erro e gritava na tentativa de calar quem conhecia os seus direitos. Depois de ouvir também gritos de QUERO O UNIFORME DOS MEUS FILHOS, aparentava calma e usava a desculpa padrão de que estava EM LICITAÇÃO…
    Esta forma de tratar o mossoroense disseminou-se e qualquer funcionário de quinto escalão tratava de maneira desatenciosa o usuário de algum serviço público.
    O exemplo do errado prospera rapidamente.
    Allysson teve a vitória facilitada por uma somatória de grandes e pequenos erros cometidos por Rosalba.
    Escrevi tudo isto sonhando que Allysson mude a maneira dos seus auxiliares se relacionarem com os que, pagando impostos, mantém o funcionamento da máquina administrativa.
    Aprendi que na vida ninguém tem muito para dar.

    Daí pedir apenas o mínimo desta nova administração: RESPEITO!

  15. Solange Belém diz:

    Gostei muito de suas palavras professor

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