• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
quinta-feira - 13/05/2021 - 10:38h
Liberdade de imprensa

O que eu defendo, o que acredito e o que tenho nojo!

cérebro, falar, pensar, dialogar, diálogo, pensamento, inteligênciaO deputado federal General Girão (PSL) disparou uma ação extrajudicial contra o jornalista e blogueiro Bruno Barreto. Cobra reparos de comentários do profissional, que estariam o associando à defesa de golpismo militar.

Avisa, nesse instrumento ‘amigável’, que se não houver recuo o jornalista-blogueiro “vai arcar com as providências cabíveis”. Ou seja, presume-se, uma ação judicial (e não extrajudicial) por danos morais. É o normal numa democracia ou simulacro disso, que é o que experimentamos.

Numa ditadura seria diferente. Provavelmente, Bruno estaria dando explicações num bate-papo reto com a turma dos porões. Seria “convencido” a não pecar novamente ou “jamais”, caso voltasse de lá. Entende?

Minha solidariedade a Bruno Barreto é irrestrita, absolutamente completa, integral; em terra, ar e mar, no ambiente virtual e qualquer galáxia. Por princípios, não por compadrio ou corporativismo. Até porque, considero que o direito subjetivo de quem se apresenta como ofendido, maculado, tem no ambiente judicial a seara natural e civilizada a seu arrimo.

Vi o material que ele produziu e não sei onde possa ter ocorrido leviandade ou excessos.

Preferiria testemunhar o deputado Girão ser mais atuante em defesa dos interesses do povo do RN em vez de se notabilizar como centurião perpétuo e anteparo permanente do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o que é legítimo, que se diga. Se é sua vontade, vá lá! Seus eleitores parecem satisfeitos.

Um estado pobre como o nosso, com bancada tão minúscula (apenas oito deputados e os três senadores comuns aos demais entes federados), precisa e merece mais. Dele e dos demais parlamentares.

Não fosse a prerrogativa das emendas orçamentárias impositivas, boa parte dos nossos representantes em Brasília não teria absolutamente nada a mostrar como acervo de iniciativas pró-povo e pró-RN.

Confesso-lhe: eu tenho nojo, absoluto nojo de qualquer ditadura, da esquerda à direita e vice-versa. Do híbrido Getúlio Vargas a Fidel Castro; do generalato que comandou o país por décadas a Nicolae Ceauşescu (Romênia); de Francisco Franco (Espanha) a Josef Stalin (URSS).

A liberdade não é um meio, deve ser um fim.

“O poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente, de modo que os grandes homens são quase sempre homens maus”, classificou o professor e filósofo Lord Acton. Como o dogma da “infabilidade papal” (um dos grandes absurdos da Igreja Católica), querem nos fazer acreditar que os mandarins não erram jamais. Estão sempre certos e não devem ser questionados.

Para os que defendem esse modelo de autoridade restritiva, acreditando na liberdade, é preciso entender que eles são excludentes. Há um conflito inconciliável. Um pouco de estudo, mesmo raso, vai lhe mostrar que milhares de apoiadores e defensores da ditadura de 1964, acabaram perseguidos por ela – por discordâncias internas. De militares a civis influentes.

Houve, entre os fardados, quem sempre foi contra a quebra da legalidade e acabou tratado pelo regime como “inimigo do povo”, caso do marechal Henrique Teixeira Lott. Foi preso, desterrado da vida pública e em seu sepultamento no Rio de Janeiro, em 1984, lhe negaram até honras militares. Coube ao governador carioca e ex-expatriado politico, Leonel Brizola, ofertar-lhe o mínimo de dignidade com luto oficial de três dias.

Daqui a décadas e séculos, quando forem estudar essa época, com profundidade e distanciamento (inclusive do tempo), pode ter certeza: as referências confiáveis não serão o Twitter oficial de nenhum político e qualquer blog partisan.

Vão farejar dados de quem teimou em seguir a regra básica da “pirâmide invertida” (técnica do jornalismo à matéria factual), buscando resposta às perguntas de sempre: O quê? Quem? Quando? Onde? Por quê?

O jornalista tem um ofício vitalício. Alguns políticos o são hoje, amanhã terão o ostracismo.

Queiram ou não queiram!

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Categoria(s): Artigo / Opinião da Coluna do Herzog

Comentários

  1. Rocha Neto diz:

    Parabens pela atitude de defesa e lealdade à quem precisa, no caso o jornalista Bruno Barreto, o qual tem cumprido com muita inteligência o dever profissional no mundo da comunicação.
    Com relação ao político que se sente ofendido, ele deveria era pedir perdão ao povo do nosso estado, quando uma de suas emendas foi destinada pra o estado de São Paulo. Isso sim, é caso de justiça.

  2. Francisco Fabiano de Sousa diz:

    Parabéns! Concordo plenamente! Esse deputado Girão deveria procurar algo que justificasse os votos que obteve, sabe se lá como.

  3. Anderson diz:

    Fico imaginando o que diria Lima Barreto…
    Deputado toma atitude autoritária para dizer que não defende golpismo militar.
    Parece até manchete do sensacionalista…

  4. Amorim diz:

    Triste de nós se não fosse a boa impressa.
    Parabéns ao ” Nosso Blog”.

  5. Benilson Silvs diz:

    Girão e a família do vivendas da Barra estão completamente perdidos. É desespero demais. Bruno continue esse profissional sério, dedicado, que tanto tem contribuído para o desenvolvimento cognitivo de muitos norte riograndense. Vc tem não só a minha solidariedade, mas tbm, todo meu apoio. E Girão em 2022, vai girar.

  6. FRANSUELDO VIEIRA DE ARAUJO diz:

    O Bruno Barreto, na grande dos casos em que pública seus artigos com comentários e críticas, o faz com seriedade e embasamento necessários ao jornalismo praticado por quem realmente defende postulados de ordem democrática.

    Quanto ao GIRO GIRÃO…não se faz necessário..maiores elucubrações e..argumentos quando dia após dia constatamos sua idiotia, estupidez e obtusidade pessoal,.

    Sem falar, claro, da sua atividade parlamentar autoritária, reacionaria e OBSCURANTISTA, deveras lastimável, tanto em termos de projetos e de fiscalização do poder executivo federal quando não só se omite, como tenta o abominável exercício de defender..o indefensável e explicar o inexplicável, mais precisamente o governo da CAVALGADURA MOR: EXCREMENTISSIMO DR. JAIR CLOROQUINETE ASCO NATO.

    Parabéns ao jornalista Carlos Santos por cerrar fileiras em defesa do bom jornalismo…da liberdade de expressão e de Imprensa e, SOBRETUDO do Estado Democrático de Direito.

    Um baraco

    FRANSUELDO VIEIRA DE ARAÚJO
    OAB/RN. 7318

  7. Q1naide maria rosado de souza diz:

    Carlos, Bruno Barreto é o que eu chamo de “alemão”? Gosto dele. Que exponha suas opiniões com a liberdade dos pássaros. Engaiolar ideias é sufocar entendimentos, é afogar razões.

  8. Francisco César. diz:

    Que o deputado Girao continue girando, girando e girando, só quero ver quando ele parar de girar. Na eleição do ano que vem ele para girar.

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