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segunda-feira - 03/09/2018 - 08:12h
Ultimato

Partido ameaça tirar candidatura do Capitão Styvenson

REDE Sustentabilidade exige que candidato cumpra deveres elementares que estatutos apontam

O partido REDE Sustentabilidade do RN acaba de emitir uma “Carta Aberta”, em que trata da candidatura ao Senado do Capitão Styvenson Valentim (REDE) e sua relação e compromissos com a legenda.

Apesar de laudatória, leia a sua íntegra abaixo, em que o Rede esclarece que é preciso ele atender a exigências do próprio estatuto partidário. Não obstante a plena liberdade dada ao candidato, também se cobra uma postura de alinhamento partidário.

Deixa claro que “toda e qualquer candidatura dentro do partido precisa coadunar com o que foi exposto nesta carta, sob risco de ter a sua manutenção desabonada”. Simplificando: seu nome pode ser riscado da lista de candidatos.

Carta Aberta Rede Sustentabilidade

Diante do que vem sendo divulgado na mídia na última semana, sobre a candidatura do capitão Styvenson, a Rede Sustentabilidade do Rio Grande do Norte vem a público expor a verdade dos fatos.

No período de pré campanha eleitoral, o capitão Styvenson Valentim procurou a executiva da Rede Sustentabilidade para se filiar ao partido.

O militar optou pela candidatura cidadã: uma inovação política que permite a qualquer cidadão, membros de movimentos de renovação política, partidos sem registro na justiça eleitoral e figuras com atuação destacada na sociedade possam disputar um pleito eleitoral sem possuir militância partidária orgânica.

Entretanto, embora confira independência enquanto estratégia eleitoral, as diretrizes que regem a candidatura cívica, conforme o estatuto e as resoluções nacionais preveem, também estabelecem vínculo programático com o partido.

Tratam-se de alianças onde os candidatos assinam um termo de compromisso público com os princípios norteadores e inegociáveis da Rede, que são cláusulas pétreas, conforme se vê no Artigo 4º do Estatuto da Rede:

I – da pluralidade política;
II – da dignidade da pessoa humana;
III – da justiça social;
IV – defesa dos direitos das minorias;
V – do respeito à natureza e à vida em todas as suas formas de manifestação e da promoção e defesa do meio ambiente ecologicamente equilibrado;
VI – da função social da terra e dos conhecimentos tecnológicos e científicos; VII – da função social da propriedade; VIII – da solidariedade e da cooperação;
IX – respeito às convicções religiosas e à liberdade para professá-las; X – da transparência, eficiência e eficácia na gestão pública; XI – da impessoalidade e do interesse público;
XII – da legalidade;
XIII – do pleno respeito às diversidades, à coisa pública e ao bem comum;
XIV – na construção de consenso progressivo nas deliberações da REDE.

Ademais, especificamente sobre a Candidatura Cidadã, a Resolução Elo nº 09, de 2017 preceitua atuação coerente com os princípios e valores da sigla onde a militância orgânica não seja preterida, nem passada para trás.

“Queremos uma equação de soma positiva, uma corresponsabilidade entre militância orgânica e candidaturas cidadãs. Queremos candidaturas cidadãs que defendam causas coerentes aos nossos princípios, o que certamente se traduzirão por entusiasmo com nossas candidaturas partidárias. No caso das candidaturas cidadãs para cargos majoritários, a identidade programática e a afinidade com o projeto nacional e com as demais candidaturas majoritárias e proporcionais da REDE são essenciais. As candidaturas cidadãs proporcionais não podem manifestar críticas aos candidatos (as) da REDE nem apoiar candidatos(as) adversários(as), na forma da Lei”, diz trecho da Resolução.

Em entrevista ao programa Momento Metropolitano, exibida no Facebook e que foi ao ar no dia 29 de Agosto, o capitão Styvenson violou flagrantemente a Resolução Elo nº 09, de 2017 ao ressaltar seu descompromisso programático com os candidatos orgânicos da REDE. Postura que adotou logo após a convenção partidária da Rede e que se acentuou nas últimas semanas.

No programa, o militar afirma que sua candidatura é isolada e que recebeu (sic) liberdade para não subir em palanque, não dar apoio e nem falar em nome de político. “Político que aparecer ai falando que tá comigo é mentira, viu? Eu não tô com ninguém, eu tô só”. Ainda na entrevista, o capitão afirma que essa liberdade teve um preço e que ele foi alto: recusou dinheiro público, horário eleitoral na TV e estrutura partidária.

Sobre propaganda eleitoral na TV e Rádio, a executiva da Rede externa que, mesmo isso não tendo sido tratado nas discussões iniciais, destinou 50% do tempo que dispunha para o capitão Styvenson. A outra metade foi reservada para o sindicalista Napoleão, candidato orgânico do partido ao senado.

A assessoria do militar sugeriu o horário integral, deixando de fora o candidato orgânico do partido, o sindicalista Napoleão, por ter, segundo eles, menos expressividade eleitoral. A Rede manteve a oferta de metade do tempo para ambos, de forma igualitária, como procede em todas as suas questões internas e externas.

Outro ponto importante é que a Rede não disponibilizou nem estrutura nem recursos partidários para nenhum dos seus candidatos majoritários até agora, uma vez que tais verbas ainda não foram disponibilizadas pela executiva nacional. Portanto, não foram sequer oferecidas tais condições.

Cabe salientar que, em tempos sombrios em que conquistas sociais e a democracia estão em risco, a Rede Sustentabilidade não abre mão de discursos e práticas políticas que estejam alinhados com os ideais partidários, com a figura de Marina Silva – pessoa ética, sem qualquer envolvimento com escândalos de corrupção – e com os candidatos majoritários do partido: Freitas Júnior, candidato ao governo, Flávio Rebouças, candidato a vice-governador e Napoleão, candidato ao Senado.

Desse modo, a Rede Sustentabilidade repudia a deturpação da candidatura cidadã feita pelo militar, assim como sua omissão no que tange à gestão do governo de Robinson Faria.

Sobre ética, reitere-se que a Rede é o único partido que acolhe e apoia incondicionalmente a Lei da Ficha-Limpa. Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), é o partido que mais combate a corrupção no Brasil. Por sinal, é o único partido que exige que todos os seus filiados estejam enquadrados nas hipóteses da Lei de Ficha Limpa.

Credibilidade que o capitão Styvenson pôde atestar: após o ingresso dele na Rede, passou a liderar as pesquisas.

Considerando todos os princípios que norteiam a Rede, é incompatível qualquer candidatura, orgânica ou cidadã, que mantenha alinhamento duvidoso com posições políticas conflitantes. Seja com o personalismo, com o apoio ao governo do Estado, com oligarquias estabelecidas, com práticas que a Rede condena ou com a própria identidade política.

Desse modo, toda e qualquer candidatura dentro do partido precisa coadunar com o que foi exposto nesta carta, sob risco de ter a sua manutenção desabonada.

Cumpriremos o que foi acordado em todas as nossas discussões e esperamos que tais pontos expostos anteriormente também sejam respeitados.

Por último, é importante que se diga que, antes de qualquer vitória eleitoral ou cálculo eleitoreiro, a Rede prioriza sua identidade programática, protagonismo social e construções coletivas, fortalecendo nossas lutas por um Rio Grande do Norte e um Brasil justo e sustentável.

Nota do Blog – O Rede está absolutamente certo. Ou se enquadra ou saia. O Capitão Styvenson não está acima do bem e do mal, não é o dono do mundo. Mesmo que seja eleito de forma “independente”, precisará ouvir, conversar, prestar contas à própria sociedade despido de pelo menos parte desse personalismo doentio que revela possuir.

Eleito, no Senado, essa sua postura trará enormes prejuízos para o país e para o Estado do RN, a quem deve representar.

Terá dificuldades de aprovar simples emenda para construção de um chafariz em Bodó, sem dialogar com seus pares. A palavra “Parlamento” carrega em sua origem a essência do verbo, da conversação, que ele já disse não aceitar e não se interessar em promover.

Estranho é que o capitão, oriundo de uma instituição tão hierarquizada como a Polícia Militar, não tenha aprendido o elementar sobre hierarquia, respeito às normas, cumprimento de deveres e consciência sobre direitos individuais e coletivos.

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Categoria(s): Política

Comentários

  1. Inácio Augusto de Almeida diz:

    Como eleitor declarado do Cap. Styvenson faço um apelo para que assine logo este termo de compromisso.
    Nada mais se parece com programa de governo do que os princípios norteadores e inegociáveis dos partidos políticos.
    Assine este termo de compromisso e afaste assim a possibilidade do norte riograndense não ter em quem votar para senador.
    ////
    CORRUPTO NÃO TEM FAMÍLIA. CORRUPTO TEM CÚMPLICES.
    SETEMBRO SE INDO E NEM SINAL DE QUE OS RECURSOS SAL GROSSO SERÃO JULGADOS.

  2. carlos diz:

    Afinal , Quem é o Dono do Mandato : O Povo que elege ou o Partido ? # Candidatura Avulsa Já

    • Carlos Santos diz:

      NOTA DO BLOG – Caro José Cláudio de F. Montenegro, o dono do mandato é o partido. Isso está decidido legalmente.

      • Tercio diz:

        Boa tarde!!! Acho que essa decisão do mandato ser do partido so serve para eleições proporcionais (Deputados). Nos mandatos eleitos por sistema majoritário( Presidente,senador, governador e prefeitos) não terá perda de mandato por desfiliação e infidelidade…

  3. neilson diz:

    TO COM VC INÁCIO…

  4. François Silvestre diz:

    Essa é a diferença entre militar e militarista, moral e moralista. Esse cidadão, a quem devo respeito mas nego concordância, é o típico líder e liderado de si mesmo. Sua popularidade é fruto do desgaste político dos “nossos” politiqueiros. Num quartel ele é tropa e comando, no parlamento será o vazio da gaiatice do individualismo. “Triste de um povo que precisa de heróis”. Brigado, Brecht.

  5. Francisco Pereira Sobrinho diz:

    CONCORDO TENHO INTENÇÃO DE VOTAR NELE, MAS COMEÇO A DISCORDAR DE DETERMINAS POSIÇÕES QUE A MIM NÃO PARECE CORRETA, É BOM QUE ELE CORRIJA DETERMINADAS POSIÇÕES QUE MIM PARECE ESTRANHAS …

  6. Marcelo Salazar diz:

    Justo. Ter vontade de fazer o certo e expressar opinião sem temer ou agradar os outros é bom, mas humildade abre portas. Penso em votar nele, mas ouço falar de sua arrogância. Tenho medo dela tanto quanto da corrupção.

  7. Naide Maria Rosado de Souza diz:

    Capitão Styvenson. O sr. não pode ser estrela solitária. Há de fazer parte de uma constelação, alinhar-se.
    Escolheu um Partido decente. Converse com os outros Astros e siga-lhes os Dez Mandamentos. São bons.
    Lembre-se, não esqueça: “estrelas mudam de lugar.”

    • Carlos Santos diz:

      NOTA DO BLOG – Ele ainda não entendeu isso, Naide.

      Imagine só eu, com essas canelas de talo-de-coentro, resolvendo jogar o Campeonato Brasileiro da Série A.

      Apareço num estádio, me meto em toda a indumentária de um dos times, chuteiras, meiões etc. e entro em campo para jogar.

      É possível? Claro que não. Eu preciso ter um clube, eu preciso estar inscrito, eu preciso seguir uma série de normas para estar credenciado a participar da competição.

      Na política é a mesma coisa.

      O Capitão precisa ser esclarecido sobre isso. No Senado, eleito, se não se compor, se não conversar, se não dialogar com contrários, vai boiar como fezes na água.

      Não é questão de ser melhor ou pior do que os outros, é uma questão de entender o elementar.

      Abraços, querida.

  8. william diz:

    Faça este favor ao RN e tire a candidatura deste imposto e arrogante.

    • Diego diz:

      A unica chance de extinguir Garibaldi ALVES do senado é votando no capitão. Ninguém é perfeito, mas sem duvidas ter Styvenson no senado é melhor do que a oligarquia ALVES. REPITO, ninguém é perfeito, mas pela razoabilidade melhor votar em Styvenson do que dar chances de Garibaldi ALVES continuar.

  9. Tallys diz:

    Essa nota é no mínimo RIDÍCULA, lembrando que o partido aceitou essas condições impostas pelo capitão previamente. Tá mais do que claro que o capitão incomoda velhos caciques e courrptos do RN.

  10. carlos diz:

    Esse também “não é do ramo”, termo que não é meu e peço permissão para o usá-lo. Aliás, está difícil um do ramo !!!

  11. Jorge de Castro diz:

    Com essa postura extremamente arrogante, se eleito não pisará no chão achando-se o próprio Deus.

  12. George diz:

    Isso é um boçal, era para estar junto do outro BOSTONARO.

  13. João Claudio diz:

    ‘Istive’ quer se prostituir e entrar no cabaré sem a ajuda dos ‘cafetinos’. Fato, fato e fato.

    Eu acho que a pressão maior não é do partido, e sim do Bacurau e da ‘MAIAda’ que, sentindo-se ameaçados por um estranho no ninho, digo, ao covil de serpentes, estão pressionando o partido a retirar o ‘Istive’ do páreo.

    Pode até estar ‘rolando $$$’ por fora para o partido ‘desprostituí-lo’. Eu não sei informar, mas mesmo assim anotem.

  14. Nazareno diz:

    Nenhum outro candidato usou tanto dinheiro
    Público quanto o Capitão Styvenson.
    Foi com dinheiro público que ele se promoveu
    Em operações quando atuava a serviço do DETRAN.
    Ele deu visibilidade a sua imagem, repito, com
    recursos públicos, para depois transformar-se em
    candidato.
    Simples assim

  15. Marcelo diz:

    Então ele deve ‘dialogar’ com Alves no Senado para servir bem ao RN? É exatamente o que não se deve fazer. Essa oligarquia transformou o RN em uma latrina. Portanto, se ele se mantiver afastado dessa gente, ponto para ele.
    No caso das ‘regras do partido’, assine logo o termo Capitão. E ao ganhar as eleições, veremos se esse partido terá coragem de pedir para o senhor sair…

  16. Fábio Oliveira diz:

    Não gosto desse posicionamento em fingir ficar em cima do muro, sabemos que cada um tem o seu preterido, então, nessa ideia de querer agradar a todos, acaba desagradando. Por exemplo, mesmo que eu tenha interesse em votá-lo, até pela falta de opção, se por acaso ele declarasse o voto a Bolsonaro, já não mais votaria nele, assim como, acredito que se ele declarasse o voto a Marina, quem não mais iria votar nele, seria a turma de Bolsonaro.

    • Amauri diz:

      No processo eleitoral brasileiro a candidatura está diretamente relacionada a um partido, porque NÃO EXISTE CANDIDATURA INDIVIDUALIZADA CHAMADA “SEM PARTIDO” como nos EUA.
      Desta feita defendo a fidelização com o partido escolhido para lançar-se ao pleito. Não é questão ideológica, mas questão legal, prevista em lei.
      Já que o candidato ao Senado Cap Styvenson vem de uma cultura idealista, legalista e moral, como foi sua formação na Academia Policial Militar, assuma publicamente essa postura diante de seus eleitores e coaduna-se com seu partido .

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