Mossoró testemunha passivamente, o descredenciamento célere de pediatras de planos de Saúde com funcionamento na cidade. O processo parece irreversível.
Quem manifesta preocupação com o futuro da especialidade em Mossoró, é o pediatra Dix-sept Rosado Sobrinho. Voz pausada, quase inaudível, ele alerta para o agravamento do quadro.
– Nós temos pouco mais de 30 pediatras atuando em Mossoró, uma parte até vem de outras cidades apenas para plantões. Precisaríamos de pelo menos o dobro para cobertura da população local e população flutuante – comenta.
Segundo Dix-sept, um dos sócios da clínica Uniped, o descredenciamento tem sido decisão pessoal dos médicos. Não existe uma orientação específica nesse sentido. "Os planos de saúde não conseguem cumprir compromissos e às necessidades dos pediatras", diz.
Pior está por vir. Dix-sept dimensiona que não tem ocorrido interesse de estudantes de Medicina pela especialidade. Raros são os que manifestam essa aspiração na Faculdade de Medicina de Mossoró.
Boa parcela dos pediatras aposta na carteira de clientes formada em tempos de atividade. Prefere atender apenas a consultas particulares. Ou seja, termina transformando um serviço de primeira necessidade num privilégio de poucos.
Parte dessa demanda reprimida pipoca nos plantões e unidades básicas de saúde.
– Realmente eu não sei como será essa situação adiante. Em nossa clínica mesmo é um esforço sem tamanho para mantermos o atendimento 24 horas, nos desdobrando com sete médicos – conclui Dix-sept em depoimento ao Blog.
Peço que o caro amigo abra um parêntese para incluir também o descredenciamento de Geriatras dos planos de saúde. Acho incrível como se paga (e caro) por uma porcaria de uma assistência médica sem que, em contrapartida, tenhamos um mínino de retorno. Aí me vem à cabeça a seguinte indagação: Pra quê pagar plano de saúde?? Esse é o pais de Mossoró.
Essa é uma pergunta que eu sempre me fiz: prá que as pessoas pagam plano de saúde? Sinceramente, não dá prá entender.