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quarta-feira - 10/02/2016 - 18:37h
Cultura e faz-de-conta

Picaretagem continuada

Meu caro Carlos Santos, como não sei o jeito de mandar um texto que publiquei no meu blog, com pedido de repercussão na Coluna do Herzog, faço-o como comentário.

Se achar pertinente, gostaria de vê-lo neste espaço privilegiado do seu Blog.

Nota do Blog Carlos Santos – Meu caro François Silvestre, seu pedido tem sempre meu endosso. Em troca, peço para que reserves uma branquinha no pé do pote em seu endereço, na serra do Martins. Por esses dias esbarro aí em cima. Inté. Abaixo, eis o seu texto:

Picaretagem continuada

Na cultura. Quando edifiquei o Teatro de Cultura Popular (TCP), e digo na primeira pessoa sem contestação dos fatos, Chico Daniel passava fome. Além dele, também estavam abandonados Manoel Marinheiro, do Boi de Reis, e seu Cornélio Campina, do Araruna.

TCP em funcionamento (Foto: arquivo)

Trouxe-os à atividade remunerada.

O Boi de Manoel Marinheiro retornou às atividades culturais sem esmola, com participação digna.

Chico Daniel me chegou acabrunhado. Inclui seu Mamulengo nas atividades do interior. Ele me agradeceu e pediu: “Mande me servir comida mole, pois meus dentes são de mentira”.

Seu Cornélio Campina pediu pra visitar Portalegre, que deixara há oitenta anos. Levei-o juntamente com seu grupo de dança, O Araruna, a Portalegre e outras cidades do interior. Determinei por minha conta e do meu bolso uma feira semanal pra ele.

Volto ao TCP. E vejo um gesto demagógico do Governador Robinson Faria (PSD) mandando ao seu mandado da FJA adotar o nome Chico Daniel como substituto ostensivo do TCP. A mesma demagogia foi praticada por um picareta wilmista.

Chico Daniel merece todas as homenagens. Até de quem nada fez por ele nem pela cultura popular. Mas a Cultura Popular, que dá nome ao Teatro, serve mais a Chico Daniel do que a demagogia e à picaretagem.

Na “reinauguração”, após o abandono, vão cobrir ou arrancar a placa que registra sua criação? Pergunto porque já soube que, nos eventos do governo Rosalba, a placa era coberta com um banner. Placa não faz história, que se faz por ações.

François Silvestre.

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Categoria(s): Cultura

Comentários

  1. François Silvestre diz:

    Continuação do texto:

    Aos que desprezam o adjetivo “popular”, por ignorância ou preconceito, não custa lembrar que não há cultura fora da criação do povo; portanto, toda cultura é popular. Até a arte erudita nasce da representação do povo na genialidade de sua criação. A Cultura Popular foi cantada e louvada por Câmara Cascudo, Ariano Suassuna, Caio Prado Jr., Gilberto Freire, Joaquim Cardoso, Drummond de Andrade, Nelson Rodrigues, Oscar Niemeyer, Cândido Portinari, Pixinguinha, Luis Gonzaga, Dominguinhos, Ari Barroso. Para citar apenas poucos, de todas as tendências e de todas as artes. Não é um preconceito bobo, elitista, que vai desmerecer a expressão. Viva a Cultura Popular!

  2. naide maria rosado de souza diz:

    Sim, “toda cultura é popular”. Sem desmerecer Chico Daniel e seu valor, se é, de fato para homenagear alguém que contribuiu para a cultura popular, a troca haveria de conter todos os nomes que enriqueceram a nossa cultura e a lista, meu senhor, atravessaria o país e cobriria o Teatro. Não vejo sentido na troca pois Chico Daniel já está inserido no nome Teatro de Cultura Popular. O mérito dele foi apreciado de maneira mais notável do que nomeando o TCP. Em última instância, arrisco dizer que, salvo raras exceções,quando se reinaugura uma obra , aquele que faz a reinauguração pretende se apresentar como criador da obra. Eis o fato, no meu modesto ponto de vista. Agora, se o Teatro, não tivesse nome, ou fosse , apenas, Teatro de Cadeiras, Teatro da Rua dos Buracos, Teatro de Janeiro, Fevereiro ou Março, merecido seria dar-lhe um nome mais representativo. Agora, Teatro da Cultura Popular não pode ser mais abrangente.

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