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quarta-feira - 15/11/2017 - 06:29h
Clara Camarão

Rebaixamento de refinaria repete enredo da Petrobras no RN

Classe política teima em produzir reuniões, audiências e discursos inócuos em meio à terra arrasada

Por proposição do vereador Eudes Miranda (PR), a Câmara Municipal de Guamaré promoveu audiência pública nessa terça-feira (14), para debater a questão do rebaixamento à categoria da Refinaria Clara Camarão e as consequências econômicas e sociais para a região e Estado.

Audiência em Guamaré (Foto: cedida)

À semana passada, representantes da bancada federal do RN estiveram reunidos com executivos de terceiro escalão da Petrobras (veja AQUI). Ouviram que não existiria qualquer modificação com prejuízos econômicos para o estado, na nova adequação técnica da refinaria.

Eis o perigo. A história vai se repetindo como nova farsa.

Em 2013, a Petrobras começou o Programa de Otimização de Custos Operacionais (PROCOP), que visava economizar R$ 32 bilhões de 2013 a 2016 (veja AQUI). O RN foi um dos mais atingidos, com a exploração em terra. Houve recuo na exploração e produção, com milhares de desempregos.

Audiência

No dia 18 de abril de 2013, Graça Foster, presidente da estatal na era Dilma Rousseff (PT), recebeu numerosa delegação de políticos do estado em seu gabinete no Rio de Janeiro, e argumentou que tudo não passava de “ajustes” (veja AQUI). Até prometeu novos investimentos. Acreditaram nela.

A Câmara Municipal de Mossoró tinha realizado audiência pública sobre o assunto e gerou documento (“Carta de Mossoró”) para manifestar preocupação com o desmanche da estatal no município e estado, que foi entregue a Foster. De lá para cá o estrago só aumentou.

Pouco tempo após a audiência, a Petrobras começou o programa “Mobiliza 2013”, transferindo mais de 3,3 mil trabalhadores seus da região de produção nordestina, para outras bases no país.

Reunião semana passada: lero-lero (Foto: Leandro Martins)

Demissões numerosas em terceirizadas e cancelamento de contratos tiveram início bem antes. Mossoró e o RN acusaram o golpe.

Incompetência, má-fé e roubalheira

O “Plano de desinvestimentos” era prenúncio da bomba que viria adiante, revelado na Operação Lava Jato e outras derivadas dela. Mistura de incompetência, má-fé e roubalheira em escala industrial.

Afastada do comando da Petrobras, Graça Foster ficou pelo menos com o consolo de ter ganho “título de cidadania” mossoroense. Uma comenda, que se diga, sem qualquer mérito.

Ela mesma não fez questão alguma de receber a honraria, em sessão solene no dia 25 de novembro de 2013. Mossoró é uma cidade que ela sequer conhece.

Lengalenga fora da realidade

Graça Foster posou com delegação e enganou a todos, como Blog Carlos Santos previu à época (Foto: arquivo)

RN segue como terra arrasada.

No caso da Clara Camarão, o enredo se repete. Políticos, trabalhadores e empresários do setor insistem num lengalenga de discurso que se distancia da realidade.

Participaram da audiência pública em Guamaré a deputada federal Zenaide Maia (PR), os deputados estaduais George Soares (PR), Hermano Morais (PMDB) e Kelps Lima (SDD).

Também estiveram no debate,  representante da Petrobras, Tuerte Rolim,  presidente do Sindicato de Empresas do Setor Energético do Rio Grande Norte, Jean-Paul Prates, o diretor do Sindicato dos Petroleiros do Estado, José Antônio de Araújo, prefeitos de cidades vizinhas, vereadores e populares.

Leia também: Petrobras faz desmanche com retirada em massa de pessoal AQUI;

Leia também: Carta de Mossoró e região a presidente da Petrobras AQUI;

Acompanhe o Blog Carlos Santos pelo Twitter clicando AQUI.

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Categoria(s): Economia / Política

Comentários

  1. Inácio Augusto de Almeida diz:

    Esta Graça Foster, cidadã mossoroense por obra e graça da Câmara Municipal de Mossoró, tratou a todos como meninos buchudos. Na época escrevi num comentário que ela tinha colocado pirulito na boca desta gente e que tudo não passava de enganação.
    Esta Graça Foster está com os bens bloqueados pela justiça. Mas o título de cidadã mossoroense, título que nunca sequer veio receber, continua mantido.
    Agora estão fazendo o mesmo.
    A verdade é que a era do petróleo passou.
    E como não cuidaram de preparar o RN para quando isto acontecesse, sabiam que ia acontecer, agora ficam jogando para a plateia buscando mostrar-se preocupados com a situação.
    Só falta concederem título de cidadania a estes que hoje colocam pirulitos na boca destes que fingem estarem se deixando enganar.
    Afinal, continuar jogando para a plateia é preciso.
    /////
    OS RECURSOS SAL GROSSO SERÃO JULGADOS DEPOIS DAS CALENDAS GREGAS? NÃO SEI.
    AS DENÚNCIAS DO EX-PROCURADOR DA CMM, CHAMOU OS VEREADORES DA LEGISLATURA PASSADA DE CORJA, ESTÃO SENDO APURADAS DESDE 06/12/2016.
    O ARRASTÃO ACONTECIDO EM JUNHO NA CASA DA PRESIDENTE DA CMM AINDA NÃO FOI ELUCIDADO.

  2. Elves Alves diz:

    Politicagem e demagogia fervendo no caldeirão da corrida eleitoral 2018. Nada mais que isso.
    Onde já se viu gente de terceiro escalão estatal apitar nada neste mundo? Quanta conversa mole!
    “Carta de Mossoró”, “Carta de Guamaré”, “Carta de Sindipetro”, “Carta de suplente petista”… Contem outra.
    Não estadualizaram e ampliaram a Uern? Então copiem a idea: criem a Petroern e tá tudo resolvido.

  3. Paulo Maia diz:

    É preciso entender que o modelo de negócio gerido pela “gigante” Petrobras realmente acabou no RN, mas não necessariamente a atividade de exploração e produção do Petróleo. Temos alternativas adotadas em outros países onde pequenas e médias empresas tem resultados muito bons. Falar em detalhes seria entrar numa seara de especialistas (inclusive muitos Mossoroenses).

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