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terça-feira - 01/04/2014 - 08:57h
Eleições suplementares

Rosalba segura “candidata laranja”, mas pensa em “voto útil”

Cláudia Regina é concorrente de novo, mas para frear grupo de Sandra Rosado, Rosalba vê "Silveira"

A contenda eleitoral mossoroense, marcada para o dia 4 de maio, está carregada de faz-de-conta, articulações tensas e pesado jogo de bastidores nos campo político e judicial. Vale tudo pela sobrevivência.

Rosalba e "Silveira": afinidades e manutenção de ligações (Foto: Carlos Costa)

As principais lideranças políticas jogam com o desconhecimento de causa da maioria do eleitorado, informações privilegiadas decorrentes de pesquisas para consumo interno e minucioso lobby nos corredores do Judiciário.

A costura de apoios, escolha de candidaturas e alianças, além de organização de campanha são tarefas imprescindíveis, mas não suficientes para as exigências dessa eleição atípida.

Há, ainda, hipótese de se utilizar o “voto útil” nessa guerra pelo poder.

Mas o que é o voto útil e como e por quem ele poderá ser utilizado nesse contexto?

É um artifício eleitoral também conhecido como “voto estratégico” e “voto tático”, em que o eleitor é estimulado a votar em outro candidato, mesmo não sendo de sua preferência, para evitar a vitória de outro.

Esse fenômeno pode acontecer também de forma natural ou quase natural, inoculando-se na sociedade informações distorcidas (ou reais), para fomento do voto de muitos indecisos naquele candidato que estaria em maiores condições de vitória.

Prejuízo menor

Na realidade mossoroense, o voto útil pode ser uma arma de grosso calibre que o rosalbismo, grupo político simbolizado pela governadora Rosalba Ciarlini (DEM), venha a usar em “caso extremo”. Apresenta Cláudia Regina (DEM) – veja AQUI -, mas tem seu “Plano B” calibrado.

De que forma?

Para frear uma hipotética vitória iminente da pré-candidata à prefeitura, deputada estadual Larissa Rosado (PSB). Assim, favoreceria indiretamente o pré-candidato e atual prefeito provisório Francisco José Júnior (PSD).

“Silveira”, como o prefeito provisório é conhecido, pode ser um “mal menor” para Rosalba. Sua eleição, em lugar de Larissa, daria teoricamente menor prejuízo.

Rosalba e seu marido e líder Carlos Augusto Rosado (DEM) sabem, que a prefeitura nas mãos do esquema de Larissa, sob liderança de sua mãe e deputada federal Sandra Rosado (PSB), é uma ameaça e grande reviravolta no cenário político local. A mesma ou em maior escala, que Carlos operou no distante ano de 1988, quando articulou “inesperada” eleição de Rosalba pela primeira vez à prefeitura.

Orientar votação do seu eleitor fiel, em Silveira, caso veja possibilidade de Larissa vencer o pleito – se for candidata -, não pode parecer estranho na trajetória do rosalbismo e na política.

Rosalba apoiou Wilma

Para quem não sabe, por exemplo, em 2002, no segundo turno das eleições estaduais, o rosalbismo apoiou e votou em Wilma de Faria (PSB) ao Governo do Estado. Procurava impedir que o governador Fernando Freire (PP), avalizado pelo grupo de Henrique e Garibaldi Alves, do PMDB, vencesse o pleito.

No primeiro turno, Carlos fora candidato a vice-governador do senador Fernando Bezerra (então no PTB), mas perdeu o pleito para a chapa com Fernando Freire e Laíre Rosado, deputado federal, candidato a vice-governador.

Ao final, a manobra de Carlos e Rosalba deu certo: Wilma derrotou Fernando e Laíre Rosado (marido de Sandra Rosado, pai de Larissa), adversário local do casal.

Para 2014, nas eleições suplementares, Rosalba e Carlos sabem que a nova “candidatura” de Cláudia Regina à prefeitura é um blefe. Tem formato “laranja”.

Ela cumpre também papel motivacional à militância, em face do capital de imagem e votos que a prefeita cassada e afastada amealhou. Cláudia segura lugar; guarda espaço pro próprio grupo injetar outro nome “em cima da hora”, se for o caso.

Na prática, o casal não tem candidato a prefeito. Seu grupo atrofiou em Mossoró com Rosalba no Governo do Estado, perdendo quadros, não se renovando e definhando em termos de meios à campanha, sem a prefeitura em suas mãos, como acontecia há mais de 16 anos.

Para se ter uma ideia, não tem sequer um vereador na infantaria da “campanha” de Cláudia Regina.

Em números de pesquisas internas, os dados são reveladores de desastre iminente, com a ideia inicial de se ter a secretária estadual da Infra-estrutura, Kátia Pinto (DEM), como candidata a prefeito. Rosalba também não convenceu Cláudia a ser apenas “colaboradora”.

Rosalba e Carlos tiveram que ceder à sua relutância em não abrir mão de postulação outra vez a prefeito, mesmo sem qualquer amparo jurídico. São pelo menos trinta decisões judiciais, nas três instâncias (veja AQUI), contra seu retorno à prefeitura e elegibilidade.

Porta aberta

Rosalba apoiou Wilma para evitar ascensão de grupo de Sandra. Afinação que deu certo.

Um voto útil em Silveira, estando o pré-candidato em condições de vencer Larissa ou outro nome de Sandra Rosado, pode ser a última cartada do rosalbismo.

Em 2002 deu certo.  O grupo de Sandra, Laíre e Larissa não chegaram ao poder estadual.

O prefeito provisório, a propósito, não tem qualquer aresta com o grupo da governadora e seu marido. Já fez parte do seu sistema politico e sempre deixou porta aberta à civilidade social e política. Para vencer, os votos rosalbistas são bem-vindos, lógico.

Prova dessa boa convivência, é que sua mãe, Lúcia Bessa, até hoje é diretora do Hospital Rafael Fernandes, órgão da estrutura de saúde do Estado, em Mossoró.

Em sua passagem pelo Senado, Rosalba também teve em seu elenco de assessoria, outro membro do clã “Silveira”.

A própria Cláudia Regina, por sua vez, não viabilizada à prefeitura, pode estar diante de um dilema: cruzar os braços ou facilitar vitória do grupo de Sandra, Laíre e Larissa Rosado?

Portanto…

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Categoria(s): Política / Reportagem Especial

Comentários

  1. Ana katarina diz:

    “Sabe qual é o meu desejo??? De verdade verdadeira seu minino?” Que os políticos tivessem o mesmo empenho, a mesma dedicação, a mesma garra, pra vencer a violência na nossa cidade, pra encarar o problema da saúde e educação, que tem pra vencer as eleições. O problema é que detonam toda a carga neuronal para VENCER as eleições, quando essas passam, só sobram o famoso “tico e teco”, sendo que tico precisa descansar… Aí… Pronto… Kbosse!!!!

  2. B.Aragon diz:

    Mais perdida que cego em tiroteio!

  3. CLAUDETE diz:

    Só estão falando isso pq Rosalba do lado de alguém é sinal de queimação. Não acredito que Fco. José Jr. se articularia de alguma forma com a desgovernadora. Todo empenho dela nos últimos anos para algum candidato ou político terminou em uma grande desgraça. Alteração na política com Larissa? Qual seria mesmo? Depois dela a Mãe, depois o irmão, o sobrinho. Agora entendi, o lado b ficaria no poder mais uns 20 (vinte) tratando a cidade e o povo com migálhas. Lado A e B do mesmo disco. Xô !!!!

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  1. […] Mossoró, nas eleições suplementares, a hipótese é bem concreta (veja AQUI). O Blog disserta sobre o assunto, em postagem de […]

  2. […] gestação, incluindo hipótese de estímulo informal para que seu eleitor vote em outro nome (veja AQUI e […]

  3. […] como é conhecido o prefeito – sabe que pode contar com esse “apoio” (veja AQUI o que o Blog antecipou há tempos). Sua “arca” cabe indivíduos de todas as espécies, […]

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