Servidores municipais realizaram assembleia hoje pela manhã em frente à sua sede, em Mossoró.
De imediato, já saíram em passeata até a sede da Prefeitura, o Palácio da Resistência, onde decidiram acampar.
A mobilização é organizada – com greve – pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (SINDISERPUM).
Sindicato e servidores cobram pagamento atualizado de salário, que a municipalidade anuncia ser possível fazer “até o dia 10” deste mês.
Outros compromissos estão em atraso, em especial com pessoal da Saúde.
Pela foto, percebe-se uma multidão incalculável. Creio que todas as ruas do centro estão interditadas. Um sufoco.
Misericórdia.
É um absurdo como tratam os professores no Brasil inteiro, que a única saída é a FEDERALIZAÇÃO da Educação Básica até o Ensino Médio.
Vozes d’África
Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?
Em que mundo, em qu’estrela tu t’escondes
Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde desde então corre o infinito…
Onde estás, Senhor Deus?…
Qual Prometeu tu me amarraste um dia
Do deserto na rubra penedia
— Infinito: galé! …
Por abutre — me deste o sol candente,
E a terra de Suez — foi a corrente
Que me ligaste ao pé…
………………………..
A Europa é sempre Europa, a gloriosa! …
A mulher deslumbrante e caprichosa,
Rainha e cortesã.
Artista — corta o mármor de Carrara;
Poetisa — tange os hinos de Ferrara,
No glorioso afã! …
Sempre a láurea lhe cabe no litígio…
Ora uma c’roa, ora o barrete frígio
Enflora-lhe a cerviz.
Universo após ela — doudo amante
Segue cativo o passo delirante
Da grande meretriz.
………………………………
Mas eu, Senhor!… Eu triste abandonada
Em meio das areias esgarrada,
Perdida marcho em vão!
Se choro… bebe o pranto a areia ardente;
talvez… p’ra que meu pranto, ó Deus clemente!
Não descubras no chão…
E nem tenho uma sombra de floresta…
Para cobrir-me nem um templo resta
No solo abrasador…
Quando subo às Pirâmides do Egito
Embalde aos quatro céus chorando grito:
“Abriga-me, Senhor!…”
……………………
Nem vêem que o deserto é meu sudário,
Que o silêncio campeia solitário
Por sobre o peito meu.
Lá no solo onde o cardo apenas medra
Boceja a Esfinge colossal de pedra
Fitando o morno céu.
De Tebas nas colunas derrocadas
As cegonhas espiam debruçadas
O horizonte sem fim …
Onde branqueia a caravana errante,
E o camelo monótono, arquejante
Que desce de Efraim
…………………………………
Não basta inda de dor, ó Deus terrível?!
É, pois, teu peito eterno, inexaurível
De vingança e rancor?…
E que é que fiz, Senhor? que torvo crime
Eu cometi jamais que assim me oprime
Teu gládio vingador?!
………………………………….
Foi depois do dilúvio… um viadante,
Negro, sombrio, pálido, arquejante,
Descia do Arará…
E eu disse ao peregrino fulminado:
“Cam! … serás meu esposo bem-amado…
— Serei tua Eloá. . . ”
Desde este dia o vento da desgraça
Por meus cabelos ululando passa
O anátema cruel.
As tribos erram do areal nas vagas,
E o nômade faminto corta as plagas
No rápido corcel.
…………………………..
Cristo! embalde morreste sobre um monte
Teu sangue não lavou de minha fronte
A mancha original.
Ainda hoje são, por fado adverso,
Meus filhos — alimária do universo,
Eu — pasto universal…
Hoje em meu sangue a América se nutre
Condor que transformara-se em abutre,
Ave da escravidão,
Ela juntou-se às mais… irmã traidora
Qual de José os vis irmãos outrora
Venderam seu irmão.
Basta, Senhor! De teu potente braço
Role através dos astros e do espaço
Perdão p’ra os crimes meus!
Há dois mil anos eu soluço um grito…
escuta o brado meu lá no infinito,
Meu Deus! Senhor, meu Deus!!…
CASTRO ALVES
” Estou me convencendo que tudo o que fizerem com o povo brasileiro é pouco.
Um povo que suporta tudo isto e não se revolta é porque merece toda esta humilhação.
Em Mossoró trabalhadores nas ruas clamando pelos seus salários. Nos restaurantes de luxo políticos se banqueteiam usando verbas públicas que direcionam para este fim através de leis imorais que eles aprovam. Estes da foto clamam pelo recebimento dos salários. Ainda têm força de saírem à rua e de gritarem pelos seus direitos. Mas em Mossoró dezenas de milhares de trabalhadores perderam seus empregos e já não conseguem nem falar porque calados foram pela depressão que acomete a todos os que veem seus filhos chorando de fome.
“Senhor! De teu potente braço
Role através dos astros e do espaço
Perdão p’ra os crimes meus!
Há dois mil anos eu soluço um grito…
Escuta o brado meu lá no infinito,
Meu Deus! Senhor, meu Deus!!… ”
CASTRO ALVES
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SAL GROSSO NÃO VAI PRESCREVER! SAL GROSSO NÃO PODE PRESCREVER!
SE SAL GROSSO PRESCREVER EU DIREI AOS MEUS FILHOS QUE O CRIME COMPENSA.
Ridículo o que o Sindicato dos servidores fazem com os servidores, pura ilusão, lógico que é uma manifestação política, com interesse político. Se a Prefeitura começar a atrasar o pagamento dos servidores, lógico que não é porque quer. A crise vem de cima para baixo é Mossoró é Brasil. Torço que o Prefeito consiga contornar essa queda de arrecadação o mais rápido possível.