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segunda-feira - 18/02/2019 - 05:40h
Reflexão

Somos filhotes do papa-sebo

Por François Silvestre

Do galope alagoano.

“Quando o sol vai se deitando
Nas quebradas do Poente,
E as nuvens cor de chumbo
Tomam conta do Nascente,
Eu penso na minha vida
Mesmo sem estar doente,
Que o fim da tarde parece
O fim da vida da gente”.

Pois é. Estamos todos, ou alguns poucos, a contemplar o ocaso da Inteligência que se debruça nas quebradas do Ocidente. E dá pena; não, cansaço, continuar a escrever na língua de Camões.

“O fraco rei faz fraca a forte gente”. Quantos ocasos da forte gente? Inúmeros.

Quantas auroras dos fracos reis? Incontáveis.

Será mesmo que há forte Gente, seu Luiz de Vaz? Ou só fracos reis?

“As coisas impossíveis, melhor esquecê-las do que desejá-las”.

Disse você, negando a atração do pronome, para ganhar na sonoridade.
Mas a fêmea do papa-sebo voltou ao ninho. E eu aqui triste, pensando na morte iminente dos filhotes.

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Categoria(s): Crônica

Comentários

  1. João Claudio diz:

    Nesse período que antecede o carnaval, o Rei é Momo e adora queimar a rosca.

    Também nessa época, o povo fraco e forte costuma sair do armário, se ‘abatôla’, veste saia, empina a bundxinha e sai às ruas à caça de bofes cantarolando:

    ♫ Olha a cabeleira da Zezé

    ♫ EU SEI QUE ELA É

    ♫ EU SEI QUE ELA É

    ♫ BI-CHAAAAAAAAAAAAAAA

    É bem verdade que esse povo sai de casa num boa dizendo a esposa, filhos, pai e mãe, que vai dar uma voltinha no quarteirão de trás para ver o ‘movimento’.

    Ao dobrar a esquina, entra na casa de um solteiro que também só sai do armário durante o carnaval, e aí se dá início a transformação que nem a esposa, filhos, papai e mamãe o reconhecerão.

    Ah, só chega em casa na tarde da quarta feira de cinzas, sem a maquiagem, adereços e purpurina.

    O filho de 15 anos que não saiu de casa porque passou todo o período do carnaval estudando para o ENEM, diz:

    – Papai, você parece cansado. O que aconteceu? O senhor saiu daqui no sábado de Zé Pereira dizendo que ia ver o ‘movimento’ na rua de trás e…!

    – Sua mãe está está em casa?

    – Não!

    – Kibon, filhão. Bem, logo que eu saí de casa me encontrei com aqueles dois garanhões, Paulão e Robertão. De pronto eles me convidaram para sair com três bundudas que estavam dando em cima deles. Aí, filhão, fomos parar no carnaval do Aracatxi. Cê sabe como o papai é machão, né? Quando você tiver mais idade vai entender que as vezes um macho precisa pular o muro, ‘arriá’ o óleo em outro posto, e piriri, e pororó. Não comente nada com a sua mãe, viu? Ela é muito ciumenta. Caso ela perceba que alguma mulher deu em cima de mim, ela me mata. E olha que foram várias que deram em cima de mim… quá quá quá quá…

    – Sim, papai, mas o senhor está muito cansado. Não sei porque está de pé desde a hora que chegou. Se sente no sofá.

    – Nem morta, digo, nem pensar, filhão. As minhas náfegas estão em prantos de tanto receber pancadas de ovos mexidos. Vou passar um tempo no Ofurô e depois me deitar na cama. De bruços, claro.

    – Ahhhhhh, o senhor não saiu com as bundudas. O senhor passou o carnaval jogando baralho na Granja São Mamilo e caiu do tamborete. Num foi?

    – Isso, isso, isso (ô menino inteligente, né não?)

  2. João Claudio diz:

    Tónha diz:

    – O que mulesta da cachorra esse seu comentário tem a ver com a postagem de FS?

    – Ora, peguei o ‘mote’: O Rei, o fraco e o forte.

    – E o papa-sebo?

    – Quando eu falei em viado o bicho bateu asas e voou. Acho que se assustou.

    – Sei não, viu? Daqui a pouco ele vai dizer que o maior assassino de língua do planeta é você. Num tenha cuidado não e ‘dêstá’.

    – ‘Dêxi’.

  3. Naide Maria Rosado de Souza diz:

    Os seus textos e Artigos sempre foram inspiradores, telas para apreciarmos uma grande inteligência, a ponto de eu descobrir que nas letras, poderia ter um Rei!
    Seu Luiz de Vaz, há forte Gente! Rei forte que pode iluminar gentes mais fracas. Porque não é justo que se perca o privilégio de admirar. Esse privilégio, o de admirar, incute em nós a sabedoria de outros.
    Há muitos, muitos, anos, não danço. No entanto, aprecio um espetáculo de ballet porque posso dançar com pernas alheias.
    Da mesma forma, posso me abrilhantar no reflexo do brilho alheio da escrita.

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