O forte e repetitivo discurso do prefeito Álvaro Dias (MDB) em defesa de uma ortodoxa revisão no Plano Diretor do Natal, não é por acaso.
Ele não manifesta apenas a opinião como gestor, o administrador que quer o melhor para sua comuna.
Sua posição tem ingrediente de marketing político e eleitoral. É uma estratégia de olho nas eleições municipais de 2020, em que será candidato a novo mandato.
É retórica em contraponto ao pensamento da esquerda preservacionista e urbanisticamente restritiva, que para ele e boa parte da opinião pública trava o desenvolvimento da cidade.
Álvaro fala para esse público. Mexe com os brios de cada um, ao se referir até depreciativamente à orla natalense, tratando-a como “feia”, num comparativo com outras capitais nordestinas.
Os escombros do Reis Magos
O prefeito adota um viés de centro-direita, exatamente o que é sua essência. Age em contraposição às pregações da esquerda e centro-esquerda, bem simbolizadas pela deputada federal Natália Bonavides (PT), por exemplo.
A parlamentar abraça o Hotel Internacional dos Reis Magos, localizado na Praia do Meio e foi inaugurado no dia 7 de setembro de 1965, na luta por sua preservação.
Ótimo para Álvaro Dias. Era o que mais precisava à sua tática.
Ele, artificialmente, encarna o moderno e ousado futuro de Natal; ela, nesse momento, é a própria representação dos escombros dos Reis Magos. Advoga a decadência, diante de tanta beleza natural que o prefeito enxerga no litoral; um dos mais belos do país, exalta.
Por enquanto, é ampla a vantagem que Álvaro Dias mostra na discussão sobre a revisão do Plano Diretor. Em relação às intenções de voto, nem tanto assim. Mas se mexe bem nesse preâmbulo da campanha 2020.
Marca posição importante para o embate que se avizinha, sem ficar acantonado no Palácio Felipe Camarão (sede da municipalidade). E a revisão do Plano Diretor dirá muito sobre suas escolhas, estratagemas e futuro eleitoral.
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