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sábado - 21/01/2017 - 01:08h
Revista Época

Trapalhada do governo culmina em sete dias de rebelião

Revista Época detalha acordo feito pela gestão Robinson Faria com bandidos, apesar de ele negar

Da revista Época

Já fazia mais de 100 horas que, com escudos improvisados e rostos encobertos por camisetas, presos dominavam a penitenciária de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte. Na manhã da quarta-feira (18), o pátio da cadeia lembrava um campo de batalha medieval prestes a explodir. Criminosos da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) ocupavam o lado esquerdo da arena.

Separados por uma barricada de chapas de madeira, membros da organização potiguar Sindicato do Crime (SDC) estavam a postos à direita. Àquela altura, com o peso de 26 assassinatos desde o início da rebelião, o governo estadual se viu emparedado. Em desvantagem, decidiu negociar.

Facções rivais se enfrentam na quinta-feira (19). Governo quer construir um muro (Foto: Andressa Anholete/AFP)

A missão foi encabeçada pela delegada Sheila Freitas, diretora da Polícia Civil na Grande Natal. Sheila é descrita em uma homenagem de parlamentares como “sinônimo de força e de muita determinação”, predicados úteis nas tratativas com a bandidagem.

Segundo um integrante do alto escalão do governo, a negociação aconteceu na sede da polícia, no bairro Cidade Esperança, com José Claudio Cândido do Prado, o Doni Gil, um dos chefões da facção paulista no Rio Grande do Norte. O acordo foi registrado em ata.

Na segunda-feira (16), ele havia sido retirado do presídio com outros quatro do PCC para presídios federais. Foi Doni quem determinou os termos da rendição. Em troca de devolver a calmaria à cadeia, exigiu que o governo transferisse dali somente membros do SDC – no mundo do crime, mudar de “casa” é como ter a prisão decretada pela segunda vez. Sheila consentiu, e o pacto foi selado.

Ao determinar a remoção de 220 detentos de Alcaçuz, nenhum deles do PCC, o governador Robinson Faria (PSD) ignorou a recomendação do setor de inteligência prisional: a de retirar integrantes da facção paulista em vez dos membros da potiguar, por serem minoria – 500 diante de 1.000.

Secretário lamenta orientação ser ignorada por governador

“O que dissemos não foi levado em consideração”, afirmou Wallber Virgolino, secretário de Justiça e Cidadania, em entrevista a ÉPOCA. Num roteiro recorrente para autoridades da segurança pública, Faria negou com veemência qualquer tipo de acordo com o crime, assim como minimizou a divergência com Virgolino. Sheila negou-se a atender à reportagem por impossibilidade de agenda.

Desavenças em momentos de crise são sinais inequívocos de que a situação está fugindo do controle. A confusão entre as autoridades logo foi sentida fora do gabinete. Na mesma tarde do aval para a remoção dos presos, chefes do Sindicato do Crime emitiram um “salve”, como são chamadas as ordens, determinando que os ataques chegassem às ruas.

Pela primeira vez desde o começo da crise na segurança pública – deflagrada em outubro passado, em decorrência de uma guerra entre PCC e a carioca Comando Vermelho (CV) –, a barbárie saiu das prisões.

A Grande Natal foi tomada por cenas de horror. A Polícia Militar registrou pelo menos 38 incêndios e ataques a ônibus, carros oficiais e prédios públicos. Amedrontada, boa parte dos turistas não saiu dos hotéis. Na manhã da quinta-feira (19), a batalha campal se concretizou em Alcaçuz – e pôs fim ao frágil armistício costurado com o governo.

Os presos se enfrentaram com barras de ferro, pedras e pedaços de pau e armas de fogo. A Polícia Militar afirmou que os detentos “estavam armados e se matando”. Sobrou até para o diretor do presídio, Ivo Freire, ferido por estilhaços. Houve mais mortes, mas o número não foi confirmado.

Trapalhadas

O governador Robinson Faria veio a público na quinta-feira para dar uma resposta às trapalhadas ao longo da semana. No ponto mais agudo da crise, anunciou a entrada do Batalhão de Choque em Alcaçuz como medida imediata para conter a batalha medieval. Prometeu mais.

Na entrevista ao canal de TV Globonews (veja AQUI), disse ao vivo para o Brasil que, na manhã seguinte, daria início à construção de um muro para isolar grupos rivais. Parecia ter esquecido que a derrubada de um, dias antes, permitiu o massacre em Alcaçuz.

Saiba mais detalhes AQUI.

Nota do Blog – A revista Época é mais um órgão de imprensa da chamada Grande Imprensa a confirmar, ratificar e detalhar, o acordo feito entre o Governo do RN e o crime organizado (veja AQUI também).

Apesar de negar (veja AQUI), o governador na prática não prova o contrário nem exonerou qualquer auxiliar que atestou a existência dessa negociação de esgoto.

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Categoria(s): Segurança Pública/Polícia

Comentários

  1. ercimar lindolfo diz:

    carlos,esse governador e um
    cagão,calça frouxa kkkkkkkk.

  2. João Claudio diz:

    O ”governador da segurança” demonstra a todos que não tem capacidade sequer de administrar periquitos presos em gaiola.

    A invenção ridícula do tal ”paredão humano” KKKKKK mostrou ainda que o governador está mais perdido que cego em meio a um tiroteio, entrou numa sinuca de bico e chupa bila desde o inicio da rebelião.

    Inédito:

    ↓↓↓↓

    Neste momento contêineres estão sendo desembarcados no presidio para substituir o ”paredão humano”.

  3. Inácio Augusto de Almeida diz:

    HÁ DOIS ANOS ATRÁS EU ESCREVI, PUBLIQUEI E DIVULGUEI NA RÁDIO RURAL ESTA SUGESTÃO.
    Apenas riram. Hoje a verdade se faz presente.

    CAMPO DE CONFINAMENTO
    O que eu chamo de CAMPO DE CONFINAMENTO nada mais é do que uma prisão de segurança mínima onde seriam mantidos presos com penas de até no máximo quatro anos. Estes presos, que são de baixa periculosidade, hoje são mantidos juntos com presos de alta periculosidade e ao final da pena saem piores do que entraram, já que recebem influência de bandidos altamente perigosos.
    Além do mais, como são em grande número, superlotam os presídios e dificultam um maior controle do Estado sobre os que cumprem pena.
    E como resolver estes dois problemas e ainda tentar recuperar para o convívio social jovem que cometeu pequenos delitos?
    A construção de CAMPOS DE CONFINAMENTO, custo baixíssimo de construção e manutenção é a solução.
    O CAMPO DE CONFINAMENTO
    Numa área um pouco afastada da cidade serão construídos grandes galpões onde seriam abrigados estes presos de baixa periculosidade. Estes galpões, que abrigariam cada um em média 50 presos, ficariam dentro de uma área cercada e com apenas duas torres de vigia. Antes da cerca seria feita uma marcação, distando dez metros da cerca e qualquer preso que entrasse nesta área seria punido com a suspensão da visita que recebe semanalmente. A reincidência nesta falta por três vezes resultaria na remoção do preso para o presídio. Qualquer preso que tente fuga será IMEDIATAMENTE removido para o presido.
    E como os presos sabem o sufoco que é o presídio, acredito que esta medida será suficiente para desestimular a tentativa de fuga por preso que está prestes a ser solto por cumprimento de pena.
    Cada galpão terá um agente penitenciário ou um policial responsável pela manutenção da ordem. O preso que estiver mais perto de ser solto auxiliará o policial ou agente penitenciário na manutenção do galpão.
    Qualquer preso que seja flagrado com drogas ou aparelho celular será transferido para o presídio.
    Um grande refeitório será feito num galpão e presos receberão suas refeições em bandejas. Refeições que serão preparadas com o auxílio de alguns presos e sob supervisão de um nutricionista e um cozinheiro. Os familiares dos presos durante as visitas poderão levar alimentos.
    Para as necessidades fisiológicas os presos terão sanitários dentro dos galpões onde estão alojados. Banheiros serão construídos dentro dos galpões na área destinada aos aparelhos sanitários. Isto poupará gastos de recursos e aproveitará melhor o espaço.
    Considerando que são presos de baixa periculosidade; assaltantes de celular, furto e roubo de moto etc, estimular a prática de esportes e disponibilizar apoio psicológico e religioso, além de criar sala de leitura. Cursos de formação de pedreiro, marceneiro, eletricista e outros deverão funcionar dentro do CAMPO DE CONFINAMENTO. E o preso que participar do curso poderá ter sua pena reduzida após a conclusão do curso. O Serviço de Assistência Social do Estado deverá envidar esforços para tentar colocar no mercado de trabalho presos que concluíram os cursos e cumpriram a pena
    ////////
    Esta é a ideia que tenho para a criação de um CAMPO DE CONFINAMENTO a fim de desafogar os presídios e possibilitar a recuperação de presos que desejem uma nova chance na sociedade,
    Estes CAMPOS DE CONFINAMENTO deverão ser construídos em todas as cidades onde presídios estejam com problemas de superlotação.
    DE CUSTO BAIXÍSSIMO, POSSIBILIDADE MAIOR DE RECUPERAR PRESOS DE BAIXA PERICULOSIDADE, OS CAMPOS DE CONFINAMENTO, CASO SE TORNEM UMA REALIDADE, PODERÃO MELHORAR O SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO.
    Para isto é necessário a colaboração das igrejas de todas as religiões e de toda a sociedade.
    Trabalho de resgate da autoestima dos presos deve ser feito com apoio de psicólogos e outros profissionais da área.
    Semanalmente um médico atenderá os presos que necessitem de cuidados de saúde. Um dentista estará uma vez por semana à disposição dos presos. Noções de higiene corporal e bucal devem ser ministradas aos presos. Mostrar a todos presos que caso queiram poderão voltar ao convívio social.
    Claro que esta ideia precisa ser melhorada e adaptada à realidade do sistema prisional brasileiro. Digo brasileiro porque acredito que se aplicado no RN será copiado em todo o Brasil.
    Inácio Augusto de Almeida

  4. naide maria rosado de souza diz:

    Sr.Inácio. Excelente a sua proposta : Campos de Confinamento.
    Diz a História, com exemplo da Itália onde houve acordo desastroso entre governo e a máfia, que não se negocia com bandido. O bom senso grita isso!

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