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terça-feira - 04/07/2017 - 09:50h
Política

Um vazio de liderança e nebulosas perspectivas

Há um vazio de liderança e atrofia de capital político no Rio Grande do Norte. Esse vácuo tem-se acentuado nos últimos anos e chega aos píncaros neste 2017, com o redemoinho de denúncias e até prisões de alguns figurões.

E pode piorar.

Natural, então, que surjam nomes novos, outros nem tantos e aparentes novidades à ocupação desses espaços.

No final de semana, por exemplo, o pequeno PSDC apresentou a vereadora grossense Clorisa Linhares de Vasconcelos como opção ao governo estadual.

O Psol ‘reencarnou’ o ex-deputado federal e ex-prefeito de Janduís Salomão Gurgel para mesmo fim.

Da microrregião da Borborema Potiguar há zunzunzum que aponta vontade do deputado estadual Tomba Farias (PSB) de alçar voo idêntico.

Em Mossoró, o empresário e ex-candidato a prefeito Tião Couto (PSDB) está ouvindo zumbido da “mosca azul” para se lançar à corrida governamental.

Mais um nome aqui, outro acolá.

Todos, sem exceção, sabem que as forças tradicionais, oligarquias e políticos profissionais estão no cadafalso. Mas precisam perceber, também, o estado de ânimo do próprio povo, o cidadão. Sem essa leitura, não terão a plena compreensão do tempo que vivem e querem pontificar.

A descrença não é apenas com políticos e a política, mas com um modelo de poder que prospera há décadas/séculos.

Também está em xeque a própria figura do empresário brasileiro, sua relação desonrosa com o poder institucional.

À esquerda, um sindicalismo chapa branca, sustentado pela máquina pública para servir a interesses que muitas vezes colidem com a categoria representada. É aparelho e aparelhado por partidos, sob um discurso maniqueísta.

Há um Brasil e um Rio Grande do Norte perplexos, mesmo que pareçam indiferentes – longe de movimentos de rua. Sentem na pele o resultado do desmanche acelerado no papel precípuo do ente público – que é promover o bem-estar social.

Desconfiar é preciso. Tudo pode surgir como novo, supostamente diferente, teoricamente alternativo ou repaginado.

“Sem reforma política, o expurgo de parte do que há de pior vem pela via da judicialização mesmo. Mas serão substituídos por outros, piores ou menos ruins um pouco”, escrevemos no dia 21 de junho do ano passado, na postagem “Não se iluda com as próximas eleições” (veja AQUI).

O texto continua atual, porque nada muda. O que parece mudar tende a produzir efeitos similares ao que temos convivido.

Como atual segue “O Leopardo”, clássico do italiano Tomasi di Lampedusa e seu personagem Tancredi, obra do final dos anos 50. Retrata a decadência  na Itália fracionada do século 19.

Na ótica de Tancredi, “para que as coisas permaneçam iguais, é preciso que tudo mude.” Parece um paradoxo, mas conhecendo um pouco da história do Brasil, não deve soar estranho essa realidade por aqui.

O que mudou do Brasil monárquico para a República Velha (1889 a 1930)? Nomenclaturas, para tudo continuar do mesmo jeito.

De lá para cá, o “patriciado” (classe dominante na Roma antiga) tem sido formado por gente e partidos que se misturam, em nome de seus privilégios. Como sempre foi. A Operação Lava Jato mostra isso. Sujos e mal-lavados se irmanam.

Quase nada sobra limpo da “lavanderia brasil” (minúsculo mesmo). Há nebulosas perspectivas à frente de todos nós. Infelizmente.

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Categoria(s): Opinião da Coluna do Herzog / Política

Comentários

  1. naide maria rosado de souza diz:

    O vazio na liderança e nebulosas perspectivas , trocas por politicos piores ou um pouco menos ruins é desalentador. Sufoca as esperanças.
    Fale-me, novamente, Jornalista Carlos Santos, sobre nossa energia eólica. Preciso ler algo bom para despertar a minha fé nos homens. Vejo a própria humanidade comprometida.

  2. João Claudio diz:

    Eleições 2018.

    áɾ ɐçuɐpnM

    No RN, vote assim.

    Inácio → Sal Grosso – Presidente

    João Claudio → Calo dos PTralha$ – Vice

    Slogan de campanha: ”Se melhorar estraga”.

    ןısɐɹq ɐpnM

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