domingo - 06/03/2022 - 08:04h

O Brasil e os princípios nas relações internacionais

Por Odemirton Filho 

Narra a história que o conceito de soberania nasceu da luta travada pelos reis da França para impor sua autoridade aos barões feudais, bem como para se livrarem do jugo do Santo Império Romano Germânico e do Papado. A primeira obra teórica sobre o conceito de soberania foi Os Seis Livros da República, de Jean Bodin, publicada em 1580. De acordo com o autor, soberania é um poder absoluto e perpétuo de uma República.  relacoes-internacionaisAssim, o primeiro fundamento da República Federativa do Brasil, segundo a Constituição Federal, é a soberania. (Art. 1º, inciso I). No tocante às relações internacionais, conforme o Art. 4º, o Brasil rege-se pelos seguintes princípios:

I – independência nacional; II – prevalência dos direitos humanos; III – autodeterminação dos povos; IV – não-intervenção; V – igualdade entre os Estados; VI – defesa da paz; VII – solução pacífica dos conflitos; VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X – concessão de asilo político.

De acordo com Jonas E. M. Machado, os princípios têm a função de estabelecer os limites do diálogo jurídico-interpretativo-internacional, a fim de garantir a unidade substancial entre o direito interno e o direito internacional. Vejamos cada um desses princípios, de forma geral.

A independência nacional confunde-se com o próprio conceito de soberania. A soberania pode ser vista sob dois aspectos: o interno e o externo. Internamente, é o poder mais elevado. Externamente, há relações de respeito em relação as outras nações, devendo-se igualdade, não subordinação. Entenda-se: a soberania é uma só. Do Estado brasileiro. Os estados-membros da Federação, a exemplo de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, possuem autonomia político-administrativa.

A prevalência dos direitos humanos significa que o Brasil se baseia nos direitos humanos fundamentais, respeitando-se tanto no âmbito do seu território, bem como no exterior. Em consequência, deverá existir a devida proteção e a efetividade dos direitos humanos.

Uma nação livre, soberana, não pode se submeter a quem quer que seja. Assim, o Brasil quando elegeu a autodeterminação dos povos como um dos seus princípios, objetivou respeitar os valores históricos e culturais dos demais países.

Por conseguinte, a não-intervenção, como o próprio nome diz, significa que o Brasil não deverá intervir nos negócios referentes aos outros Estados-nações, uma vez que faz parte das relações internacionais o respeito ao modo de existir e de viver de cada país.

A igualdade entre os Estados requer que as relações internacionais se fundamentem no respeito recíproco entre as nações. Ou seja, a noção de soberania exige que os países se abstenham de tentar subordinar os interesses dos outros aos seus.

Em um mundo dito civilizado, já não deveria existir espaço para a guerra. Depois dos horrores de duas guerras mundiais, e tantas outras, no atual estágio da civilização é descabida a beligerância entre os povos. Desse modo, a defesa da paz deve ser buscada constantemente.

O diálogo deve permear as relações entre os países. Assim, a solução pacífica dos conflitos deverá ser fomentada pelo Brasil. O nosso país, como se costuma ressaltar, tem uma tradição de buscar a paz, devendo intermediar as conversas entre os países em conflito.

repúdio ao terrorismo e ao racismo, como princípios das relações internacionais brasileiras, demonstra que o país não coaduna com esse tipo de comportamento. É um compromisso ético-jurídico assumido pelo Brasil, quer em face de sua própria Constituição, quer perante a comunidade internacional.

O Brasil deverá continuar promovendo a cooperação entre os povos para o progresso da humanidade. Cooperação que deverá abranger todos os aspectos da vida, tornando o mundo um lugar melhor para se viver.

Por derradeiro, como um dos princípios regentes das relações internacionais brasileiras, temos a concessão de asilo político àquelas pessoas perseguidas no seu país, quando o pedido do estrangeiro assumir a qualificação de crime político ou de opinião.

Desse modo, segundo a Carta Maior, são esses os princípios que devem pautar as relações internacionais do Brasil. E mais: conforme o professor Celso Antônio Bandeira de Mello, a desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo um sistema de comandos. É a mais grave forma de ilegalidade e inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio violado, porque representa insurgência contra todo o sistema, uma subversão de seus valores fundamentais.

Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça

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domingo - 06/03/2022 - 07:24h

Pedro Velho – A primeira ‘raposa-velha’ da política potiguar

O instincto de egualdade é o movel e a aspiração que encadeia e dirige todo o drama histórico da humanidade, e esta sublime conquista não será feita sem a lucta constante contra as tyrannias, todos os privilegios, todas as exceções odiosas e injustas que dividem os homens em um pequeno grupo de favoritos e numa immensa turba de infelizes. De todos os privilegios o mais humilhante, o mais pernicioso é a realeza hereditaria e irresponsavel(…) entre a dynastia e a nação a escolha não é difficil. (grafia original – [1] Artigo inaugural da 1° edição do Jornal “A REPUBLICA”, de 1° de julho de 1889.)

 

Por Jessé RebouçasPedro Velho de Albuquerque Maranhão

Há 130 anos, a 28 dias de fevereiro do ano da graça de 1892, tomara posse, pela segunda vez[1], como governador do Rio Grande do Norte, a partir do voto indireto da Segunda Constituinte potiguar, o médico, republicano e abolicionista Pedro Velho de Albuquerque Maranhão.

Dificilmente, a qualquer do povo, será totalmente desconhecida essa destacada figura que liderou a consolidação da república em nosso Estado, seja pela designação de logradouros públicos conhecidos, como uma praça no bairro de Petrópolis, em Natal; ruas, a exemplo do Município de Mossoró que, em bairros diferentes (Barrocas, Bom Jardim e Santo Antônio), as identificam; ou, por fim, à cidade Pedro Velho, localizada na divisa com o Estado da Paraíba, que recebera esse nome um ano após o óbito do afamado potiguar.

Pedro Velho de Albuquerque Maranhão nasceu em 27 de novembro de 1856, na cidade de Macaíba (RN). Concluiu o curso de medicina em 1880[2], no Rio de Janeiro, voltando para o RN em seguida, dedicando-se à medicina popular em São José de Mipibu e, posteriormente, também ao magistério.

Portanto, como filho da segunda metade do século XIX, foi o produto da tensão entre o já desfigurado ancien régime e as mutações estruturais na gramática do poder no mundo, mormente pelos ideais plasmados – pelas revoluções liberais – de legalidade, igualdade, fraternidade, separação dos poderes, laicização do Estado, nacionalismo[3], abolicionismo e republicanismo.

Com efeito, teve participação no movimento abolicionista que se agudizou no Estado na década de 80 dos anos 1800, ao lado de João Avelino, Janúncio da Nóbrega e Almino Afonso.

Um parêntese: em 1883, Mossoró, sob a gestão comerciante Romualdo Lopes Galvão, que esteve chefe do Executivo por dois períodos distintos (1883-86; 1892-95), de modo pioneiro no Estado, encetou quatro movimentos que recrudesceram a luta abolicionista entre os potiguares: o primeiro, em 06 de janeiro, com a instalação da sociedade libertadora mossoroense; o segundo, em 10 de junho, com a libertação (alforria) de quarenta dos oitenta e seis escravos registrados em Mossoró, segundos dados da época; o terceiro, em 30 de setembro, com libertação de todos os escravos; por fim, Areia Branca, em comunicação com os abolicionistas de Mossoró, em 10 de outubro, Almino Afonso fundou a “Sociedade Inter servil Os Trabalhadores do Mar”, que tinha por desiderato combater o tráfego de escravos no porto da cidade.

Nada obstante suas contribuições à causa antiescravista, foi na condução da campanha de expansão dos ideais republicanos em nosso Estado, a convite do conterrâneo Tobias do Rego Monteiro, aos 19 dias de agosto de 1888, que dr. Pedro Velho deu o primeiro passo rumo à hegemonia de poder que governaria o RN pelas quase três décadas seguintes, motivo por que viria a se tornar a primeira “raposa-velha” da política potiguar.

Imbuído da tarefa, aceitou-a, fundando o Partido Republicano do Rio Grande do Norte a 27 de janeiro do ano seguinte. O evento fora sediado na residência do seu primo, João Avelino Pereira de Vasconcelos, localizada à Praça Bom Jesus, na Ribeira, contando com 114 assinaturas.

Em primeiro de julho desse mesmo ano, dr. Pedro concebe o braço escrito do Partido Republicano que fundara no início do ano, o jornal “A República”, impresso no prelo do “Correio de Natal”, de propriedade do político açuense João Carlos Wanderley[4].

Com a proclamação da república no ano seguinte, João Leão Ferreira Souto, delegado do Partido da República na Corte, intercedendo por dr. Pedro Velho, convenceu o Ministro Aristides Lobo da centralidade do republicano na organização do Partido no Estado, ocasião em que resolveu enviar um telegrama à capital do Estado concitando o republicano a assumir o governo e proclamar a república na terra de Lourival Açucena[5].

Dessarte, essa convocatória pelo governo “das espadas” instalado no Palácio do Catete provocou um gesto que vem em socorro da explicação sobre o porquê do domínio político de Pedro Velho, e dos Albuquerque Maranhão por consequência, nas três décadas posteriores: buscou ouvir os conservadores do “Grupo da Botica”[6] e do “Cantão da Gameleira”[7], que foram apeados do poder, bem como os dissidentes liberais do amarismo, grupo de José Bernardo (Bispo do Seridó), todos esses naturais opositores do novo regime, que, num jogo de habilidade, tornou-se a base da vitória da primeira chapa da constituinte[8]. Às 15 horas do dia 17 de novembro de 1889, Pedro Velho fora aclamado presidente do RN.

Porém, esse período se caracterizou como sendo de um cruento ambiente de confronto pelo controle dos aparelhos do Estado recém-formado. Em janeiro de 1890, Hermógenes Tinôco, em artigo publicado na Gazeta de Natal, dá o ponta pé inicial daquele que seria o primeiro grupo de oposição após a proclamação da república, composto, basicamente, por antipedrovelhistas de vários matizes que foram preteridos do processo pós-15 de novembro de 1889. Esse veículo de imprensa passaria a ser a voz da oposição.

É de mister frisar que não há espaço para ingenuidades nesse particular, tanto um quanto outro lado, a depender de quem estava ocupando o assento governamental, usava de artifícios “pouco republicanos” para impor suas vontades políticas. Nesse aspecto, a Gazeta de Natal e A República passaram por processos de intimidação, aquela no governo de Silveira Jr., ligado a Pedro Velho; esta pelo governador deodorista Miguel de Castro, que não estava alinhado ao pedrovelhismo.

Mais tarde, os descontentes organizaram o Centro Republicano 15 de Novembro, que atuou nos vácuos de poder e desinformações da época, resultando, num período que vai de novembro de 1889 até 28 fevereiro de 1892, data da posse de Pedro Velho como governador, em onze administrações distintas.

Consciente dessas circunstâncias, dr. Pedro estreitou o alinhamento com o centro do poder político da república e, junto de correligionários – a chamada “tríplice aliança” –, estruturou a máquina do governo para as eleições na primeira constituinte (15 de setembro de 1890), gestando os embriões da “política dos governadores”, espécie de tratativa que costurava as três esferas de governo – Município, Estado e União – num acordo político-hegemônico que deu o tom da Primeira República; a desqualificação dos adversários políticos – no período, acusava-se de “monarquista” os opositores – e o controle dos mecanismos eleitorais – quem detinha o controle das mesas eleitorais fazia as eleições – que, na prática, impossibilitava o revezamento dos partidos.

Desses primeiros anos de instabilidade da república, em que há uma abrupta conformação de velhas forças políticas com os novos tempos, exsurge soberana a primeira grande oligarquia potiguar, os Albuquerque Maranhão, a partir da desenvoltura do seu maior expoente, Pedro Velho, sutil, mas implacável nas rédeas do poder.

Sob sua liderança, ocupou ele próprios os cargos de: primeiro governador do Estado, entre 17 de novembro a 6 de dezembro de 1889; vice-governador entre março e setembro de 1890; governador entre setembro e novembro de 1890; deputado federal (1891-92); governador de 28 de fevereiro de 1892 a março de 1896; deputado federal em 1896; senador da república entre 1897 e 1907, ano do seu falecimento.

Seus irmãos também ocuparam postos importantes na república, perfectibilizando a oligarquização do Estado pelos Albuquerque Maranhão: Alberto Frederico de Albuquerque Maranhão foi governador do Rio Grande do Norte de 1900 a 1904, deputado federal de 1904 a 1908, novamente governador de 1908 a 1914 e novamente deputado federal de 1915 a 1929; Augusto Severo de Albuquerque Maranhão, foi deputado federal de 1893 a 1902; e Fabrício Gomes de Albuquerque Maranhão foi presidente da intendência de Canguaretama (RN) de 1893 a 1913 e deputado estadual de 1894 a 1912.

O fim da hegemonia da primeira oligarquia da república se iniciou em 1917, dez anos após a morte do seu grande arquiteto, pelas mãos de um aliado histórico dos Albuquerque Maranhão, Joaquim Chaves, então governador reeleito com apoio de Alberto Maranhão (irmão de Pedro Velho), romper com seus patronos, abrindo-se os poros do poder para novos protagonistas na política estadual.

Jessé Rebouças é advogado

[1] A primeira foi em 17 de novembro de 1889, quando aclamado “presidente” do governo provisório estadual, sendo, portanto, o primeiro dos governadores potiguares. Há uma certa imprecisão histórica sobre as nomenclaturas empregadas no período: uns argumentam que seria propriamente um governo nomeado; outros, como se extrai das atas, seria uma aclamação com contornos de provisoriedade. Estamos inclinados pela segunda hipótese.

[2] Rocha POMBO, História do Estado do Rio Grande do Norte, 456.

[3] O século XIX representa, para literatura brasileira, “o geral desejo de criar uma literatura mais independente” (MACHADO DE ASSIS, J. M. Instinto de Nacionalidade. In: Instinto de Nacionalidade & outros ensaios. Porto Alegre: Editora Mercado Aberto, 1999, p. 01), pelo qual ascende o tema da nação e a valorização romântica da identidade nacional, a exemplo do romance de José de Alencar, O Guarani, publicado em 1857.

[4] Luís Câmara CASCUDO, História do Rio Grande do Norte, p. 207. Salvo melhor juízo, José Carlos Wanderley ocupou o posto de presidente da Província do RN por um breve período.

[5] Fato interessante é que, um dia antes de ser oficialmente proclamada a república em nosso Estado, os liberais, pela mão de Umbelino Freire de Gouveia Melo e conselhos do ouropretista Amaro Bezerra – que se tornaria opositor figadal de Pedro Velho –, maquinaram um golpe que seria liderado pelo coronel Antônio Basílio Ribeiro Dantas, então administrador da província. Num gesto de grandeza, Ribeiro Dantas recusou. Antônio Ribeiro Dantas foi um político muito influente no Estado, ocupando a presidência da Província por diversas oportunidades. Era natural de São José do Mipibu.

[6] Esse grupo pertencia ao farmacêutico José Gervasio de Amorim Garcia.

[7] Era o outro polo da divisão interna do Partido Conservador, sob a liderança do padre João Manoel de Carvalho.

[8] Luís Câmara CASCUDO. Antologia de Pedro Velho, p. 37.

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domingo - 06/03/2022 - 05:30h

Um mamute contra um jabuti

Por Marcos Ferreira

Pensei em afagar o ditador Vladimir Putin (só pensei) com a denominação O Senhor da Guerra, título da obra do célebre escritor britânico Bernard Cornwell. Mas, reparando direitinho, vejo que ao russo em questão melhor se aplica esta variante: O Senhor da Barbárie. Pois é, eu também, a exemplo da maior parte do planeta, estou puto com Putin. Perdoem o trocadilho. O ex-Esquilo Secreto do KGB está há mais de vinte anos no comando da Rússia e não deve sair tão cedo.

Desde 24 de fevereiro, quando a Ucrânia foi invadida, a matança não para. Falou-se num único e duvidoso cessar-fogo, porém a guerra acumula estragos irreparáveis. Segundo algumas agências de notícias, cerca de dois mil civis ucranianos já morreram nestes onze dias de bombardeios. Por sua vez, Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, diz que nove mil soldados russos foram mortos.

Putin é o líder russo numa guerra que parece muito desigual (Foto: Reuters)

Putin é o líder russo numa guerra que parece muito desigual (Foto: Reuters)

Como se percebe, além das ofensivas militares, está em curso a guerra da propaganda, uma disputa midiática que busca intimidar contendores e sensibilizar o mundo tanto para um lado quanto para o outro. A Ucrânia, especialmente, maldiz a omissão da Otan. Entrementes, como se lutasse uma guerra justa, de igual para igual, a Rússia usa e abusa de sua realidade paralela dos fatos, tentando provar à humanidade que eles são os mocinhos e os ucranianos são homens maus.

Enquanto isso, traiçoeiro e frio como a própria Sibéria, Putin não esquenta a cabeça com pouca coisa. Até porque nem o Sol brilha tanto em Moscou quanto o mais novo melhor amigo do nosso Grande Percevejo, este que até pouco tempo vivia osculando os possuídos do ianque Donald Trump. Ou seja, largou o loiro oxigenado. Agora, portanto, o menino dos olhos do Pateta brasileiro é Putin.

O Grande Percevejo, sem querer ofender as mulheres de vida “fácil”, é um tipo de messalina de luxo que deseja cair nas graças de Putin. Tem um fraco irreprimível por homens poderosos. Seu (dele) deslumbramento perante o bufão Donaldo Trump era algo tão obsceno a ponto de a baba escorrer no canto daquela boca de caçapa. Contudo Trump se deu mal nas urnas e aí o Nosferatu da Casa de Vidro mais que depressa se bandeou para o lado do neoczar e filhote da Guerra Fria.

No Brasil, além do Grande Percevejo, temos uma ala da esquerda sofrendo com uma forte crise de consciência. Até aqui, pelo que eu sei, o presidenciável Lula (para citarmos o líder máximo do Partido dos Trabalhadores) não emitiu uma só nota, sequer uma vírgula, condenando, enfaticamente, a invasão à Ucrânia. Muito menos reprovou o camarada Vladimir. Não com todas as letras.

Não é novidade alguma que as superpotências bélicas e econômicas, sobretudo bélicas, gostam de treinar a pontaria contra nações menores ou militarmente insignificantes. A história do mundo, como aquele jogo de tabuleiro War, está cheia de casos emblemáticos, desde os vikings a George W. Bush. Os Estados Unidos da América, por exemplo, têm grande know-how nessa prática execrável. Que o digam, entre outros, Coreia, Vietnã, Iraque, Afeganistão, Líbia e Somália.

Outra coisa que me revira o estômago é a hipocrisia em escala planetária. Pois os Estados Unidos, autoproclamados xerifes do globo terrestre, casam e batizam, pintam o sete e bordam o oito, fazem o mundo de gato e sapato e a suposta União das Nações Unidas (ONU) apenas faz vista grossa. A tal Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) é mais inútil ainda; não faz patavina.

Em 2003, quando os americanos explodiram Bagdá, capital do Iraque, matando sete mil civis apenas no primeiro dia de bombardeio, tais organizações inúteis não fizeram coisa alguma. Ao todo, ao longo daquela sangrenta operação intitulada “Choque e Pavor”, entre homens, mulheres e crianças, os soldadinhos carniceiros do Tio Sam assassinaram quase um milhão de civis. Abomino inteiramente a invasão russa à Ucrânia, no entanto não vi àquela época tanta comoção como agora.

Ao contrário da Rússia, se estou correto, os Estados Unidos nunca sofreram nenhum tipo de sanção por invadirem outras nações. Nunca foram acusados pela ONU por crimes de guerra. Muito menos, como ora se dá com a Rússia, foram banidos do sistema de transações financeiras. Americanos jamais foram expulsos de universidades, ou a Fifa os puniu, excluindo-os de uma Copa do Mundo.

Em 1994, enganada por um certo Memorando de Budapeste, a Ucrânia concordou em entregar à Rússia cerca de mil e seiscentas armas nucleares oriundas da extinta União Soviética. Isso em troca de um frágil tratado de paz e da promessa de que a Rússia jamais invadiria a Ucrânia. Ninguém, entretanto, exige, nem ao menos sugere, o desarmamento nuclear dos Estados Unidos e da Rússia. Juntos, só esses dois países possuem armamento nuclear para destruir o planeta dezesseis vezes.

— Saddam é mau! — gritava o Tio Sam.

Hoje, após a tragédia da Segunda Guerra, que deixou um rastro de setenta milhões de mortos, o mundo se converte outra vez num barril de pólvora. Isto é, num gigantesco paiol de armas nucleares sob o comando, repito, do mais novo melhor amigo do Pateta brasileiro. Noto que a invasão à Ucrânia, volto a dizer, quem sabe por ser o continente europeu, parece sensibilizar mais a humanidade.

Naquele 1º de setembro de 1939, quando a Alemanha nazista invadiu a Polônia, a Segunda Guerra Mundial foi oficialmente declarada. Nesse momento, com as tentativas diplomáticas desprezadas por Hitler, os britânicos e os franceses decidiram tomar as dores da Polônia e se opuseram militarmente ao Führer. Assim, sob a liderança da Inglaterra e da França, formou-se o grupo conhecido por Aliados, que posteriormente contaria com o apoio dos Estados Unidos e da então URSS.

Os Aliados, como se sabe, fortaleceram-se com a adesão de vários outros países, entre os quais estava o Brasil. Portanto, entre 1939 e 1945, os Aliados combateram, além do poderoso exército alemão, os chamados países do Eixo, cujos integrantes de primeira hora foram Itália e Japão. Aquela, a meu ver, por causa da índole maléfica e genocida de Hitler, foi uma guerra inevitável e justificável.

Digo justificável devido ao fracasso da diplomacia. O Holocausto precisava ser interrompido com a máxima urgência. Hoje em dia, entretanto, em pleno Século XXI, é inadmissível, intolerável, que ainda aconteçam ataques covardes como esse implementado pela gigantesca Rússia contra a pequenina Ucrânia, um duelo em que o segundo tem mínimas condições de se defender e contra-atacar, enquanto o primeiro veste impenetrável armadura e se encontra armado até os dentes.

O povo ucraniano, embora o seu presidente também não seja flor que se cheire, não merece tamanha atrocidade. Penso no que diria e sentiria a nossa Clarice Lispector, uma das maiores escritoras brasileiras, que na verdade era ucraniana, ao ver pela televisão toda a lástima que seus compatriotas têm enfrentado, o terror imposto por Vladimir Putin, o mais novo melhor amigo do Pateta brasileiro.

Creio que a esta hora, porventura estivessem vivos, entre outros importantes escritores daquele país, os mestres Dostoiévski e Tolstói também condenariam esse covarde massacre do mamute Rússia sobre o jabuti Ucrânia. Enquanto isso, na Sala de Injustiça, ONU e Otan assistem à barbárie de camarote.

Marcos Ferreira é escritor

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sábado - 05/03/2022 - 23:58h

Pensando bem…

“Tornar o simples em complicado é fácil, tornar o complicado em simples é criatividade.”

Charles Mingus

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  • Repet
sábado - 05/03/2022 - 21:44h
Cultura

Atriz Tony Silva receberá Tributo Ana Floriano

Tony e Allyson: cultura (Foto: cedida)

Tony e Allyson: cultura (Foto: cedida)

O prefeito de Mossoró Allyson Bezerra (Solidariedade) indicou a atriz mossoroense Tony Silva para ser homenageada com o Tributo Ana Floriano, concedido pelo Município anualmente em alusão ao Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março.

A escolha deve ser oficializada a partir de publicação de decreto municipal no Jornal Oficial de Mossoró (JOM), nesta sexta-feira, 4.

Tony Silva é atriz, professora, arte-educadora, tendo participado em mais de 70 espetáculos, como Chuva de Bala, Auto da Liberdade e Oratório de Santa Luzia, atuando em recitais, documentários e filmes.

A atriz é uma referência para os fazedoras de arte e cultura, assumindo com coragem e talento sua importância enquanto mulher na sociedade mossoroense.

Nota do  Canal BCS – Escolha mais do que merecida.

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sábado - 05/03/2022 - 20:34h
Igreja Católica

Campanha da Fraternidade 2022 começa nesse domingo

Neste domingo (6), às 11h, durante a Santa Missa na Catedral de Santa Luzia, o Bispo Diocesano Dom Mariano Manzana abre oficialmente a Campanha da Fraternidade 2022 na Diocese de Mossoró. A CF deste ano vai refletir, discutir e propor soluções sobre o tema “Fraternidade e Educação”.Campanha da Fraternidade 2022 - 06-03-22 - abertura em Mossoró - Catedral de Santa Luzia, Mossoró

É inspirada pelo lema bíblico extraído de Provérbios 31, 26: “Fala com sabedoria, ensina com amor”.

Fraternidade e Educação

A campanha acontece nas dioceses e espaços católicos de todo o país. Inspirada no Papa Francisco, que propôs um novo Pacto Educativo Global, a campanha quer promover diálogos a partir da realidade educativa do Brasil, à luz da fé cristã, propondo caminhos em favor do humanismo integral e solidário na educação.

Essa é a terceira vez que a temática da educação será abordada na Campanha da Fraternidade. O tema já foi objeto de reflexão e ação eclesial em 1982 e 1998. De acordo com a introdução do texto-base, foi “a realidade de nossos dias que fez com que o tema educação recebesse destaque, um tempo marcado pela pandemia da Covid-19 e por diversos conflitos, distanciamentos e polarizações”.

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  • Art&C - PMM - Sal & Luz - Julho de 2025
sábado - 05/03/2022 - 19:30h
Política

Com Rogério Marinho, Robinson espera um ‘sinal’ de Brasília

Rogério conversou com Robinson Faria, que espera um 'sinal' da Justiça Eleitoral em Brasília para ser candidato (Foto: cedida ao Canal BCS)

Rogério conversou com o ex-governador Robinson Faria nesse sábado em Natal (Foto: cedida ao Canal BCS)

Pré-candidato ao Senado, o ministro do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho (PL) abancou-se à mesa de uma padaria/loja de conveniência muito badalada em Natal, nesse sábado (5).

Entre um cafezinho e outro, ele ‘despachou’ com políticos como o ex-governador Robinson Faria (PSD).

Faria é pré-candidatos à Câmara dos Deputados.

 

Contudo, não se desvencilhou de decisão que o torna inelegível e pode precisar até saltar para outra sigla.

Aguarda um ‘sinal’ da Justiça Eleitoral em Brasília.

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sábado - 05/03/2022 - 18:22h
Bastidores

A boa relação entre dois aliados desde 2018, Ezequiel e Fátima

No dia 19 de outubro, final do segundo turno, Ezequiel garantiu apoio seu e do seu grupo à Fátima (Foto: divulgação)

No dia 19 de outubro de 2018, final do segundo turno, Ezequiel garantiu apoio seu e do seu grupo à Fátima (Foto: arquivo Canal BCS)

Enquanto o bolsonarismo trabalha e sonha em ter o presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira (PSDB), como seu candidato ao governo estadual, ele segue dando mostras de que não se inclina a esse projeto.

No dia 24 último, por exemplo, teve reunião fechada com a governadora Fátima Bezerra (PT), a quem apoia desde o primeiro dia de gestão. Ou antes disso: chegou a seu palanque dia 19 de outubro de 2018, segundo turno da disputa a governador.

Logo após o Carnaval, essa semana, o diálogo entre ambos continuou por celular.

Não tem quem diga, conhecendo minimamente os bastidores dessa relação política, que eles possam ser adversários daqui a alguns dias.

Mas…

Aguardemos, pois.

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  • Repet
sábado - 05/03/2022 - 17:50h
Abastecimento

Sem água, moradores ameaçam fazer novo protesto

Em outubro do ano passado protesto chegou à estrada e a solução veio em seguida (Foto: arquivo)

Em outubro do ano passado protesto chegou à estrada e a solução veio em seguida (Foto: arquivo)

Os moradores da Vila Alagoas, em Serra do Mel, estão mais vez se organizando para fechar a estrada em protesto devido a falta de água.

São mais de 20 dias sem água e a Companhia de Água e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN) não resolve o problema do poço que abastece a vila.

O detalhe é que somente a Caern é responsável pelo local, cabendo a mesma fazer com que o poço volte a funcionar e os moradores tenham o abastecimento restabelecido.

“Como os moradores estão cansados de aguardar a Caern, que continua a desrespeitar as famílias da Vila Alagoas, o protesto pode acontecer a qualquer momento, assim como eles fizeram em outubro do ano passado quando também passaram mais de 30 dias sem água”, informa comunicado de moradores que chega a essa página.

Ano passado, após realizar o protesto, fechando a estrada e queimando pneus, foi que a Caern solucionou o problema.

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sábado - 05/03/2022 - 16:20h
Esporte

Serra de João do Vale vai sediar 3° Eco Trilha de Off Road

No próximo final de semana, dias 12 e 13 (sábado e domingo) de março, os motores vão roncar na Serra de João do Vale em Jucurutu. Acontecerá a 3° Eco Trilha Off Road.

Evento chega à sua terceira edição com expectativa de grande número de participantes (Foto: divulgação)

Evento chega à sua terceira edição com expectativa de grande número de participantes (Foto: divulgação)

O evento vai reunir amantes do esporte do RN, Paraíba e Ceará num trecho que compreende 55 km, partindo de Jucurutu com visita à Barragem de Oiticica até a subida da serra.

A programação começa no sábado com adesivagem em Jucurutu. No domingo pela manhã acontece o trajeto até o alto da serra, onde será servido um almoço e feijoada – com música ao vivo – para os participantes.

Até o momento cerca de 90 inscrições já estão confirmadas. Podem participar veículos 4×4, motos e quadriciclos.

Reservas e inscrições com Janúncio Tavares no Telefone-WhatsApp 9 9980-7902.

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sábado - 05/03/2022 - 14:48h
Eleições

Faltam dois meses para regularização do título eleitoral

Título: eleições este ano (Foto ilustrativa)

Título: eleições este ano (Foto ilustrativa)

Faltam dois meses para terminar prazo àquelas pessoas que queiram tirar o título eleitoral pela primeira vez ou regularizar pendências com a Justiça Eleitoral, ficando apto para votar nas Eleições 2022.

Termina no dia 4 de maio o prazo para solicitar a emissão da primeira via do título, inclusão do nome social, transferência, atualização ou regularização do título de eleitor.

Nessa data, o cadastro eleitoral será fechado, conforme prevê a Lei das Eleições (Lei nº 9.504/97 – artigo 91).

No site do TRE-RN há um destaque principal que leva o internauta até a página do Atendimento On-Line

No Rio Grande do Norte, a regularização precisa ser solicitada por 68.384 eleitores, que estão com o título cancelado. Os motivos desses cancelamentos são: – 49.832 pessoas: não participação da revisão do eleitorado; – 18.552 pessoas: ausência de voto e justificativa em três eleições consecutivas.

Lá o eleitor acessa o sistema Título Net, preenche o formulário com suas informações e anexa os documentos solicitados. Após o preenchimento, é gerado protocolo para acompanhamento. Na sequência, os dados são enviados imediatamente para a Zona Eleitoral correspondente e, caso estejam todos corretos, após verificação pela equipe do cartório, as informações são encaminhadas para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para validação.

Vale lembrar que quem possui débito com a Justiça Eleitoral deve quitar a dívida antes de iniciar o requerimento.

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sábado - 05/03/2022 - 14:14h
Mossoró

Poetas e prosadores vão fazer o Dia Nacional da Poesia

O dia 14 de março marca o Dia Nacional da Poesia, uma alusão ao aniversário do poeta baiano Castro Alves, o “poeta dos escravos” (1847-1871). Em Mossoró, a data é lembrada desde 1997, ano de criação da Poetas e Prosadores de Mossoró (POEMA) e, depois, com outras instituições.

Vários poetas vão mostrar seu trabalho no palco do teatro, dia 12 (Fotomontagem de divulgação)

Vários poetas vão mostrar seu trabalho no palco do teatro, dia 12 (Fotomontagem de divulgação)

Este ano, o cantor, compositor e poeta Zé Lima idealizou um grande show para o próximo sábado (12), às 18h, reunindo grandes nomes da arte do verso no Teatro Lauro Monte Filho. No palco, Antônio Francisco, Nildo da Pedra Branca, Lalauzinho de Lalau, Zé Cardoso, Geraldo Amâncio, Moisés Marinho, Caio César Muniz, André da Mata e Symara Tâmara recitarão seus poemas e interpretarão poemas musicados, além do próprio Zé Lima.

O evento também terá um aspecto de solidariedade. A entrada será de dois quilos de alimentos não perecíveis, que serão doados a artistas que estejam em dificuldade por conta da pandemia.

“Esta data deve ser sempre lembrada por nós, amantes da poesia e este encontro será uma grande celebração. Mossoró é muito rica na arte da poesia e certamente gostaríamos de ter todo mundo no palco, mas seria impossível, então também será uma homenagem a todos os nossos demais poetas da cidade”, comenta o promotor do evento, Zé Lima.

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sábado - 05/03/2022 - 08:36h
Votos

Apesar de assédio, deputado não diz quem apoiará

Deputado está no segundo mandato e resolveu não tentar reeleição (Foto: Eduardo Maia)

Deputado está no segundo mandato e resolveu não tentar reeleição (Foto: Eduardo Maia)

O deputado estadual Souza Neto (PSB) não definiu – publicamente – ainda quem deverá apoiar à Assembleia Legislativa este ano. Certa está sua decisão de não concorrer ao terceiro mandato consecutivo a esse poder.

Em seu círculo próximo, o assunto é tratado com muita moderação. Mas, desde que anunciou a desistência no mês passado, que é assediado por atuais deputados e pré-candidatos novatos.

“Dentro de 15 dias no máximo ele se pronuncia”, comentou um assessor direto do parlamentar, em conversa com nossa página.

A principal base eleitoral de Souza é  Areia Branca, região da Costa Branca, onde ele foi vereador, vice-prefeito e prefeito por dois mandatos cada.

Nas eleições de 2018, o deputado reelegeu-se com 31.097 votos.

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Categoria(s): Política
sábado - 05/03/2022 - 06:48h
Política

MDB terá dobradinha de Garibaldi e Waltinho com Fátima

Walter e Garibaldi: alinhamento com governo (Foto: arquivo)

Walter e Garibaldi: alinhamento com governo (Foto: arquivo)

É ponto pacífico na cúpula do MDB do RN, a postulação do ex-senador Garibaldi Filho a Câmara Federal este ano.

Quanto a seu filho e atual deputado federal Walter Alves, as articulações avançam noutra direção. A tão sonhada vaga de vice da governadora Fátima Bezerra (PT) não vai vingar.

Assunto encerrado.

Sobra o que, então, para ‘Waltinho’?

Pai e filho farão dobradinha.

Ele concorrerá à Assembleia Legislativa, onde já esteve. E as costuras não param por aí.

O MDB deve ser importante força auxiliar de Fátima Bezerra numa possível nova gestão dela. E na campanha, a governadora não o quer do outro lado.

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sexta-feira - 04/03/2022 - 23:56h

Pensando bem…

“Se você muda o modo como você olha as coisas, as coisas que você olha mudam.”

Wayne Dyer

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sexta-feira - 04/03/2022 - 18:02h
Fim de greve

Estado e professores chegam a acordo sobre pagamento de piso

Em nova rodada de negociação com os trabalhadores da educação, nessa sexta-feira (4), o Governo do RN apresentou proposta para pagamento do reajuste do piso do magistério, de 33,24%. A reunião na Governadoria, dessa feita contou com a presença da governadora Fatima Bezerra (PT).

Assembleia geral resolveu encerrar greve que começou mês passado (Foto: Reprodução)

Assembleia geral resolveu encerrar greve que começou mês passado (Foto: Reprodução)

Foi assegurado o pagamento deste percentual até o mês de dezembro próximo. O reajuste será paritário para professores da ativa, aposentados e pensionistas.

Em assembleia geral, o professorado acatou a oferta do governo estadual. A categoria estava em greve desde o dia 14 passado.

O impacto financeiro no orçamento geral do Estado (OGE) em 2022 será de aproximadamente R$ 460 milhões.

Abaixo do piso

A nova proposta contempla o reajuste dos salários dos professores e especialistas em educação que estão abaixo do novo piso já neste mês de março, com efeito retroativo a janeiro, em até 33,24%.

Aos demais professores e especialistas, o reajuste se dará em três parcelas, da seguinte forma: 15,03% em março; 6% em novembro e 9,28% em dezembro.

Os estudos feitos pela área econômica do Governo chegaram à viabilidade de pagar o valor retroativo a janeiro também de forma escalonada – o retroativo da parcela de 15,03%, implantada em março, será pago a partir de abril em 09 (nove) parcelas.

O retroativo restante será pago em 12 parcelas a partir de janeiro de 2023. Esse parcelamento fica condicionado a ser menor que 2,5% da receita corrente líquida do Estado (gatilho). Caso seja maior, o Núcleo de Ações Coletivas será acionado para rediscutir a forma do parcelamento.

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sexta-feira - 04/03/2022 - 16:32h
Crônica

A dura escritura

Por François Silvestre

(para Guida Zerôncio, Eva Barros e Sueleide Suassuna)

Não se trata da prática notarial nem dos traslados cartoriais. Muito menos da prática burocrática, seja das justificativas ou dos requerimentos. Não. Isso aí não é escritura, na dureza do escrever, ou na arte de tentar substituir o ruído sonoro dos fonemas.escrever, escrita, leitura, texto, cultura, literatura, livro

Trato aqui da escritura doída a que se referiu Clarice Lispector. “Antes de mais nada, pinto pintura. E antes de mais nada te escrevo dura escritura”.

Em Clarice a dureza da escrita não era dificuldade na criação. Era a impossibilidade de espantar a dor íntima que fluía intensa no texto tenso.

De sua terra, na distante Ucrânia, dizia ela nunca ter posto os pés, nem para sair, posto que o fizera ainda no colo. E se fez recifense de pátria adotiva. Ao passar por Natal registrou: “Essa cidadezinha sem caráter”. De Brasília: “Uma prisão a céu aberto”.

Num veraneio de Muriú, Guida Zerôncio preparava a pós-graduação com base na obra de Clarice. Lacan e a ucraniana roubaram a cena naqueles dias. Até Omar Guerreiro, desligado da literatura, mas muito inteligente, fazia citações de “A Hora da Estrela” e “Perto do Coração Selvagem”.

“Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome”. Se há um arquétipo que ateste a conceituação de Lacan sobre a fotografia do inconsciente que o texto produz, esse modelo é Clarice. E na poesia, Zila Mamede.

Em Graciliano Ramos a dureza tinha duas dimensões restritivas. A restrição humana do Sertão e a necessidade de enxugar a linguagem. Na sua obra mais popular, ele depenou até o título. Retirou a grandeza substantiva de “O Mundo Coberto de Penas” para a escassez adjetiva de “Vidas Secas”.

Guimarães Rosa plagiou de garimpo o som vocálico das andanças, na voz dos modelos eleitos por seus ouvidos de nhambu. “Pela fraqueza do meu medo e pela força do meu ódio, acho que fui o primeiro que cri”.

Ao seguir essas veredas, o moçambicano Mia Couto confirmou Lacan: “O tiro certeiro sempre carrega algo de quem dispara”.

O autor fotografa o texto, mas é o texto quem o revela. Quando a escrita for apenas palavras postas, sem o condão da “dura escritura”, o texto será um daguerreótipo com a lente tapada. A revelação revelar-se-á uma mancha escura. Uma coisa é escrever. Outra é redigir.

“Na várzea grande do Capibaribe, durante o mês de Agosto, reúnem-se em Congresso todos os ventos do mundo”. Joaquim Cardozo, mestre do cálculo matemático e da poesia aritmética. Dizia ter vindo para uma estação de águas nos olhos da paixão.

Mário Quintana, que a Academia de Letras rejeitou, foi bem maior do que a imortalidade das pompas infantis, cujas rimas das crianças foram as primeiras inspirações do poeta. “Procurando os seus guardados no fundo de uns baús inexistentes”.

É isso. Uma coisa é escrever, outra é redigir.

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sexta-feira - 04/03/2022 - 14:02h
Crise babélica

Lei do piso do magistério vira guerra até com ataques pessoais

Governo apresenta argumentos indicando que já cumpre legislação; reação é bastante virulenta

Apesar de negociarem pontos legais, financeiros e orçamentários em relação à lei de fixação do piso do magistério, governo municipal e Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (SINDISERPUM) falam línguas distintas. Temos, de início, uma crise babélica.

A gestão apresentou parecer sobre a questão do piso em reunião nessa quinta-feira (3), mostrando que já contempla o professorado com o que é fixado como ‘piso’, até ultrapassando os valores.

Raul Santos e Humberto Fernandes são dois dos representantes do governo e mostram argumentos técnicos (Fotomontagem Diário Político)

Raul Santos e Humberto Fernandes são dois dos representantes do governo e mostram argumentos técnicos (Fotomontagem Diário Político)

Nas redes sociais e imprensa, mesmo antes de mais uma rodada de negociação, o brado sindical e político partidário deixou de lado a discussão técnica, sem contraponto ao que foi apresentado pela prefeitura. Convoca-se para a guerra.

O tom virou-se pro campo pessoal, com ataques principalmente ao procurador-geral do município, advogado Raul Santos, que conduz reuniões com o sindicato. Memes, achincalhes e insultos a ele fazem parte da catilinária.

Também, claro, sobra para o prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade). A vereadora e sindicalista Marleide Cunha (PT), por exemplo, já o tatuou como “destruidor” da educação.

O sindicato precisará se manifestar com um contra-arrazoado, mesmo que não largue a retórica apocalíptica. Enquanto não o faz, a gestão municipal apresenta seu cipoal de argumentos. E tudo indica: teremos um embate que vai descampar para o nível judicial, com possível greve – na trilha do que já acontece em relação ao governo estadual.

O que diz o governo

Portaria nº 67, de 4 de fevereiro de 2022 – Ministério da Educação, trata de piso para os profissionais de 30h/semanais, aplicando-se a proporcionalidade estabelecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em R$ 2.884,22 (dois mil, oitocentos e oitenta e quatro reais e vinte e dois centavos).

O piso de entrada do magistério no Município de Mossoró é, atualmente, R$ 435,12 (quatrocentos e trinta e cinco e doze centavos) acima do piso nacional. Está em R$ 3.319,34.

Quanto ao vencimento inicial dos professores de nível superior, com carga horária de 30h/semanais, encontra-se estabilizado no Nível II, Classe I, da carreira, sendo seu salário base fixado em R$ 2.995,51 (dois mil, novecentos e noventa e cinco reais e cinquenta e um centavos). Fazendo-se, portanto, o emparelhamento com o piso nacional, o Município paga, a mais, R$ 111,29 (cento e onze mil e vinte e nove centavos), cumprindo, portando, o que impõe a Lei nº 11.738, de 2008.

Em parecer da Consultoria-Geral do Município, que tem como titular o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Mossoró) Humberto Fernandes, ele defende: “Quanto à jornada de 40h/semanais, a Portaria nº 67, de 4 de fevereiro de 2022 – Ministério da Educação, fixou o piso nacional em R$ 3.845,63 (três mil, oitocentos e quarenta e cinco reais e sessenta e três centavos). No Município, o piso para os profissionais sob o regime da Lei nº 11.738, de 2012, é de R$ 3.994,03 (três mil, novecentos e noventa e quatro reais e três centavos), ultrapassando o piso nacional em R$ 148,40 (cento e quarenta e oito mil e quarenta centavos).”

Ele salienta também, que “considerando a legislação municipal sobre a carreira do magistério público, ou seja, a LC nº 070, de 2012, com as alterações da LC nº 72, de 2012, caso houvesse necessidade de incremento do Município para atingir o piso nacional do magistério, haveria gatilho para os níveis superiores, uma vez que a estrutura jurídica em vigor escalona as carreiras respectivas a partir de percentuais incidentes dos níveis inferiores para os níveis superiores”.

Veja abaixo a conclusão do parecer apresentado:

ANTE O EXPOSTO, o presente parecer fixa, como resposta aos quesitos apresentados, as seguintes conclusões:

I – quem são os profissionais da educação que fazem jus ao piso nacional do magistério público da educação básica, instituído pela Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008?

Resposta: aqueles que desempenham as atividades de docência ou as de suporte pedagógico à docência, isto é, direção ou administração, planejamento, inspeção, supervisão, orientação e coordenação educacionais e que tem a formação estabelecida pelo art. 61 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 – Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional;

II – como deve ser compreendido o regime jurídico da Lei nº 11.738, de 2008, quanto à sua aplicação, a partir dos quesitos seguintes:

a) o piso é uma garantia para o início da carreira do profissional da educação (nível inicial) ou deve ser aplicado a todos os níveis superiores da carreira do magistério público?

b) o piso deve utilizar a carga horária de 40h semanais como paradigma de proporcionalidade para o cálculo da jornada efetiva do profissional da educação ou deve ser aplicado de forma simétrica, independente da carga horária efetiva do profissional do magistério regulado pelo regime jurídico da Lei nº 11.738, de 2008?

Resposta: a) o que define a aplicação do piso, como obrigação imposta pelo regime jurídico da Lei nº 11.738, de 2008, é o nível inicial da carreira do profissional do magistério, não se aplicando o gatilho aos níveis superiores, salvo se houver legislação do Ente Federado regulando a matéria;

Resposta: b) a jornada de trabalho de 40 horas será o paradigma para estabelecer a proporcionalidade do piso, de modo que, quem cumprir 20h ou 30h/semanais deverá receber o piso proporcional à respectiva jornada.

III – qual a situação do piso dos profissionais da educação do Município de Mossoró, diante da legislação local:

a) o piso salarial dos profissionais da educação do Município de Mossoró, atualmente, é inferior ao piso nacional fixado pela Portaria nº 67, de 4 de fevereiro de 2022 – Ministério da Educação? Se sim, como deve ser equalizada essa diferença?

b) a legislação do Município prevê gatilho do piso para os níveis superiores do plano de carreira do magistério municipal? Resposta: a) o piso salarial dos profissionais da educação em Mossoró, seja o dos profissionais de 30h ou os de 40h semanais é superior ao piso nacional do magistério;

Resposta: b) o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração do magistério municipal prevê gatilho do piso para os níveis superiores da carreira.

Esse é o parecer, s.m.j. Mossoró/RN, 24 de fevereiro de 2022.

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sexta-feira - 04/03/2022 - 12:40h
Redes sociais

Em tratamento de saúde, prefeito licenciado fala em volta à rotina

Paulinho: esperança (Foto: redes sociais)

Paulinho: esperança (Foto: redes sociais)

O prefeito de São Gonçalo do Amarante, Paulo Emídio (Pros), o “Paulinho”, que está afastado do cargo para tratamento contra o câncer, informa que em breve deverá reassumir o cargo.

Em suas redes sociais ele posta foto e fala sobre o enfrentamento da doença. Leia abaixo:

Bom dia para quem está com os cabelos da barba e das sobrancelhas crescendo, como nos meus bons tempos de garoto lá do interior.

Aproveito para dizer aos amigos e amigas que a previsão é que seja finalizado meu tratamento ainda neste mês, e, assim, poderei voltar para minha casa, minha família, e minha rotina de trabalho.

Obrigado a todos pelas orações e mensagens. Tenho lido cada uma e guardado com muito carinho.

Deus abençoe vocês e suas famílias!

Paulinho licenciou-se no início do mês passado (veja AQUI), passando a gestão para o vice Eraldo Paiva (PT). No dia 17 de fevereiro alongou o afastamento oficialmente, com expectativa de ficar 30 dias distante do cargo (veja AQUI).

Nota do Canal BCS – Saúde, prefeito. Todos estamos na torcida à sua recuperação.

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Categoria(s): Política
sexta-feira - 04/03/2022 - 11:24h
Janela partidária

Pelo menos três partidos podem receber maiores filiações

convenções, partidos, discursos, votos, eleitorado, comícioMDB, PSDB e PSB devem receber maior número de novas filiações (vários deputados estaduais), a partir da abertura da janela partidária que começou nessa quinta-feira (3) e vai até 1º de abril (veja AQUI).

As movimentações de bastidores apontam nessa direção, com formação de chapões.

As conversas são tensas.

As contas, projeções de votos etc. fazem parte desse intrincado jogo de pré-campanha.

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Categoria(s): Política
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sexta-feira - 04/03/2022 - 07:46h
Anote, por favor

Dobro a aposta – Ezequiel não será candidato ao governo

Digo há meses, muitos meses, bote anos até, que o presidente da Assembleia Legislativa do RN, deputado Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB), não será candidato a governador em 2022.

Ezequiel é uma das maiores inteligências da política contemporânea estadual, sobrevivente do expurgo eleitoral ocorrido nas urnas em 2018.Jogo, roleta, dobrar apostaTem juízo.

Não age por impulso ou qualquer tipo de açodamento; por ódio ou paixão.

Move-se por aquilo que Napoleão Bonaparte definia como forças que fazem qualquer homem sair da inércia: o interesse e o medo.

Portanto, dobro a aposta: Ezequiel não será candidato a governador.

Anote, por favor.

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Categoria(s): Opinião da Coluna do Herzog / Política
quinta-feira - 03/03/2022 - 23:56h

Pensando bem…

“Esforço contínuo – não força ou inteligência – é a chave para desbloquear o nosso potencial.

Winston Churchill

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