A possibilidade crescente e iminente de que a ex-deputada estadual e atual vereadora, Larissa Rosado (PSDB), concorra a uma vaga à Câmara Federal (veja AQUI), amplifica mais ainda a dificuldade à reeleição do primo e hoje adversário Beto Rosado (PP). Vão concorrer no mesmo campo político e colégio eleitoral primário de ambos: Mossoró.
Adversários históricos por cerca de 30 anos, os grupos político-familiares de Larissa e de Beto fizeram um arranjo de “união” em 2016, em torno da campanha à Prefeitura de Mossoró da então ex-governadora Rosalba Ciarlini (PP). O entendimento durou a curta existência da corrida eleitoral daquele ano até o fim do mandato da eleita, em dezembro do ano passado.

Em 2018, Beto contou com apoio satisfatório de Larissa e seu grupo; em 2022, não o terá ((Foto: arquivo)
Em 2018, na luta pela reeleição por seu segundo mandato de federal, Beto contou com o recuo da ex-deputada federal e mãe de Larissa, Sandra Rosado (PSDB), na pretensão propagada de candidatura à Câmara Federal (veja AQUI, AQUI, AQUI, AQUI, AQUI e AQUI). O temor da época do seu sistema político era o mesmo que paira agora: embate por votos no mesmo espaço e campo geopolítico.
Àquele ano, vereadora, Sandra forçava o rosalbismo a casar a dobradinha Beto-Larissa (federal-estadual). Contudo, de verdade mesmo, a sua desistência (de uma pré-candidatura natimorta, que se diga) só beneficiou Beto Rosado, que se reelegeu, apesar de sub judice até hoje, graças a recurso de operação judicial.
Polarização fratricida
Larissa teve apoio meia-boca de Rosalba e seu esquema. Na apuração dos votos, não passou da segunda suplência em sua coligação. Não foi prioridade, ao contrário do primo, para conseguir vitória nas urnas.
Confirmando-se a candidatura de Larissa, ela e Beto Rosado podem ter uma polarização fratricida em reduzido contingente votante. Possível candidato governista do prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade), o presidente da Câmara Municipal, Lawrence Amorim (Solidariedade), caminha para ocupar faixa própria e mais ampla no eleitorado, sem maiores obstruções, contando – se assim continuar – com a alta aprovação do governante (veja AQUI).
É pouco provável que Beto e Larissa repitam duelos que o clã Rosado fermentou no passado com candidatos à Câmara Federal de um lado e de outro, criando uma ‘rivalidade’ que fazia bem aos dois lados. Exemplo de 2010, só para ilustrar: o pai de Beto, Betinho Rosado (DEM, á época), teve vitória nas urnas com 109.627 votos no estado, enquanto Sandra Rosado (no PSB) conseguiu o mesmo êxito com 92.746 votos.
Em Mossoró, Betinho empalmou 32.245 votos (28,17%) e teve atrás de si a prima Sandra com 25.072 votos (21,9%). Ou seja, os dois somaram quase 50% dos votos válidos à Câmara Federal, no município.
A ‘Caldeira’
Nas eleições anteriores, em 2006, Betinho tinha totalizado 28.709 votos (25,43%) e Sandra chegou a 19.859 votos (17,59%) em Mossoró.
Para 2022, sem o rosalbismo ser alimentado pela ‘caldeira’ da Prefeitura Municipal de Mossoró, o comum durante várias eleições, será bastante difícil Beto Rosado ultrapassar a barreira dos 16.241 votos (14,79%) recebidos em 2018 em sua terra natal. O rebaixamento pode se acentuar.
Larissa Rosado, que contabilizou com 17.753 votos (15,08%) a deputado estadual nesse mesmo pleito, é franca atiradora, não tendo muito a perder ao assumir uma missão partidária (PSDB).
O primo Beto e seu grupo, com certeza gostariam de rebobinar a história para contar com ela e Sandra Rosado de lado, mais uma vez. Foram úteis em 2016 e 2018.
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