Por Carlos Santos
“O meu ideal político é a democracia, para que todo o homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado.” (Albert Einstein)
Chegou o grande dia. Espero que com ódios aplacados, paixões vigiadas e interesses menores em segundo plano. Nossa imberbe democracia ou simulacro – ainda – de democracia nos oferta novos poderes.
Temos o poder de botar e tirar representantes no Legislativo e Executivo.
Temos o poder de mudar de canal ou continuar com a mesma “tela” diante de si.
Temos o poder de outorgar a outras pessoas a primazia de nos representar, na gestão da coisa pública, na busca do que é um primado desse modelo de sistema político: o bem-estar social.
Recorro a um dos políticos mais destacados deste país, Mário Covas (governador de São Paulo, falecido em 2001), para manifestar neste espaço virtual a minha crença no ser humano e na sua capacidade de transformar a vida de outros pela boa ação coletiva, dever de consciência e ousadia:
– Sou, por formação e por índole, um homem que fundamentalmente crê. Desejo morrer réu do crime da boa-fé, antes que portador do pecado da desconfiança.
Conheci este país ainda menino, imerso no regime militar.
Compenetrado, diante do Pavilhão Nacional, envolto na disciplina de Organização Social e Política Brasileira (OSPB), inebriado com o futebol, tocado pela propaganda ufanista e a música de Dom e Ravel (…Este é um país que vai pra frente…), eu vivia no melhor dos mundos.
“Eles”, os donos do poder, em verde-oliva, diziam que não havia meio-termo para os que pensavam diferente no pindorama brasileiro: “ame-o ou deixe-o”. Muitos foram trucidados e mortos; houve quem preferisse fugir.
Cresci, deparei-me com o Brasil real. A descoberta de um Brasil que não existia nos livros escolares, nem aparecia nas revistas e na TV ainda em preto e branco, ou na Voz do Brasil. Um Brasil para poucos, pela exploração de muitos.
Descobri-me como indivíduo político, cidadão e cresci como gente puxado pelo jornalismo. Tem sido minha razão de viver, compreendendo que meu analfabetismo político e o alheamento às coisas da vida pública são terrenos férteis à nova dominação despótica.
Não vivemos num “admirável mundo novo”, mas melhoramos como nação, país e gente. Daqui, dessa lonjura, é fácil perceber que ainda estamos distantes do ideal.
Claro que nos falta muito. Falta a parte que nos cabe nesse latifúndio com tanta injustiça social, intolerância e impunidade.
Cumpramos nosso papel, não apenas votando. Fundamental a vigilância, o controle social e a participação cidadã nas questões que dizem respeito ao nosso cotidiano e ao futuro de nossos filhos.
“A vida é combate”, repito Gonçaves Dias no célebre poema Juca-Pirama.
Gládio à mão; à luta.
Vc blogueiro, deu simplesmente um show nesse “PENSAMENTO”. PARABÉNS…