Nem sei lhe dizer o porquê, mas veio à mente, agora, duas Hannah de minha vida. Ambas, abstratas. Distantes, presentes.
A de Charles Chaplin, no “Último discurso” de “O grande ditador”, aparece como receptora de uma mensagem universal, numa sátira a Hitler e apologia ao pacifismo, ao humanismo.
Lembrei-me também de Hannah Arendt, a filósofa germânico-judia, que desafiou costumes e a ortodoxia judaica, para enxergar a violência sob outra ótica.
Identificou-a “na banalidade do mal”, ao verificar que o prisioneiro de guerra, Adolf Eichmann, não era uma encarnação de belzebu, mas parte de uma engrenagem social e política voltada para o genocídio.
Não sei se um dia terei uma Hannah de verdade. As duas, bastam-me. A de Chaplin, afetuosa e cândida; a filósofa, desafiadora.
Hannah!
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