Por Odemirton Filho
Dia desses, li um belo poema do professor-poeta, Aluísio Barros. Um texto sobre “Janeiros”. Ele navegou em lembranças de tempos idos, mergulhando no mar de Tibau de outrora.
Eu também mergulhei. O mês de janeiro, para mim, é nostálgico. Remete-me aos tempos da minha infância, da minha juventude. Era o frescor dos meus dias. Tempos nos quais vivia sem preocupações de qualquer espécie, no aconchego do ninho familiar.
Os sonhos eram muitos. Imberbe, eu vivia o junho da minha vida. E o tempo passava devagar, quase parando.
Pressa? Pra quê? A vida deve ser vivida lentamente, saboreando cada pedacinho de nossa efêmera existência. Contudo, somente quando entramos no crepúsculo de nossos dias, aprendemos a caminhar com mais vagar.
Por vezes, é na solitude que encontramos refúgio. Solitude, diga-se, é o momento de solidão em que podemos desenvolver o autoconhecimento, de nos encontrar ao invés de tentar fugir e de nos aceitar como realmente somos independentemente da aprovação do outro”.
Vez ou outra, transporto-me para as paragens do meu tempo de menino. Até não procuro buscar essas reminiscências, mas elas insistem em assaltar a minha alma.
Em tempos pretéritos não havia problemas? Tristezas? Sim, claro que havia. Entretanto, socorro-me das palavras de Braz Chediak:
“A vida era bonita. Hoje (…), penso que a vida pode, sim, ser bonita. E se nos dermos as mãos e a celebrarmos juntos, tudo poderá ser bonito, como um encontro de sonhos, de esperanças… um encontro de quem compreende que podemos dançar juntos ou apenas curtir a beleza da dança dos que ainda sentem alegria em dançar. Mesmo sem palco, mesmo numa rua molhada de uma cidade qualquer, com os bolsos vazios, a alma cheia de sonhos e o coração cheio de luz”.
Odemirton Filho é colaborador do Blog Carlos Santos
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