A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) reagiu ontem à mais ostensiva tentativa de politizar as vacinas contra a Covid-19. A agência topou bater de frente com setores políticos no Congresso Nacional.
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), ameaçou “enquadrar” a agência para que aprove o uso emergencial de 11 vacinas. Segundo Barros, os diretores da Anvisa “não estão nem aí” para a pandemia. O presidente da agência, Antônio Barra Torres, chamou o deputado às falas, afirmando que ou o parlamentar deve formalizar denúncias que tenha contra a Anvisa ou se retratar.
Lobby intenso
Com a repercussão, o presidente Jair Bolsonaro acabou desautorizando o líder, dizendo que a Anvisa “não pode sofrer pressão”.
No cerne da polêmica está a liberação da vacina russa Sputnik V, apelidada de “vacina do Centrão” e “vacina do Bolsonaro”. Ela é objeto de um lobby intenso, comandado pelo ex-deputado e ex-governador do DF Rogério Rosso (PSD), que tem grande trânsito junto ao Centrão. Segundo o presidente da Anvisa, nos 22 anos da agência “pouquíssimas vezes houve tanta movimentação política”.
A questão é que, não testada no Brasil em fase 3, a Sputnik V pode livrar o governo federal da incômoda dependência da CoronaVac, importada e produzida pelo Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo.
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