Por Franklin Jorge
ExcelentÃssimo Senhor,
Artistas e produtores culturais independentes, sentindo-se prejudicados por ação deste governo, esperam do Prefeito que analise, avalie e suspenda o Edital destinado a patrocinar e difundir a Contação de Estórias nas escolas do municÃpio, documento grosseiramente discriminatório e adversário dos que produzem Cultura entre nós.
Por muitos anos atuando nessa área, como escritor e Editor de Cultura em todos os veÃculos de comunicação que existiram ou ainda continuam resistindo na Capital do RN, manifesto-me aqui como testemunha ocular da História e em solidariedade a artistas e produtores culturais discriminados, vilipendiados e até perseguidos por ações que não podemos aceitar sem alertá-lo, a V. Excelência,  quanto um mau assessor é pernicioso e contrário ao sucesso, não apenas do próprio governo, mas sobretudo de quem não diz amém aos seus conchavos.
Esse Edital, que pode ser consultado nas redes sociais da Prefeitura, prejudica e constrange nossos artistas e empreendedores culturais – privados em seu direito ao trabalho – e a um tempo desmente o uso do que se convencionou chamar de ‘Economia Criativa’. Já começa por ser redigido de maneira apressada e tosca, visivelmente com a dupla má intenção de prejudicar grupos, impressionar e induzir o governante a erro, com graves consequências para a sua credibilidade e popularidade.
Observe, Senhor Prefeito, que o Edital é escandalosamente restritivo e discriminatório, e como que pensado e formatado, aparentemente, para atender interesses particulares que V. Excelência, certamente, não apreciaria ver arrolados entre os eventuais insucessos de seu governo.
Observe, sobretudo, que até a Economia Criativa foi atropelada. Como está, esse Edital avilta o espÃrito que a norteia e reduz o campo de trabalho para dezenas de artistas, ao restringir de maneira maliciosa e vil o financiamento de projetos, aparentemente com o intuito de punir e prejudicar quem não segue a cartilha instituÃda por quem usa mal a Cultura e a emprega contra artistas e empreendedores culturais.
Tais procedimentos, sem dúvida indefensáveis, explicam o persistente anonimato da nossa querida cidade no contexto da Cultura brasileira, apesar da obstinação de alguns em continuar produzindo, a despeito de gestores que os boicotam e sorrateiramente os perseguem.
Há anos formou-se aqui um cartel, no âmbito da Cultura, que nos dividiu em grupos que se antagonizam e são manipulados por gestores que miram o próprio umbigo em vez de cumprir com seus deveres. Gestores que usurpam o direito dos artistas e demonstram incapacidade para realizar e humildade para entender que só alcançaram tais postos por cochilo da sorte ou maquinação polÃtica. Aqui, qualquer um sabe que as instituições combatem o talento e os governantes premiam o medÃocre em detrimentos do que tem valor e mérito.
Talvez fosse didático e instrutivo atentar e refletir sobre tal desacerto que compromete uma gestão. Seu antecessor, que se destaca por ter sido dos nossos prefeitos o que mais investiu em Cultura, em todos os seus mandatos, tornou-se, por ações de terceiros, impopular entre os nossos artistas!
Sugiro a V. Excelência que faça a coisa certa: suspenda o Edital em questão.
Sinceramente, Franklin Jorge.
Franklin Jorge é jornalista e escritor
“Aqui, qualquer um sabe que as instituições combatem o talento e os governantes premiam o medÃocre em detrimentos do que tem valor e mérito.”
Tá pensando que é só a� Por aqui a coisa é muito pior.
E prepare-se que tudo vai piorar.
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NADA MAIS TRISTE E DIGNO DE PENA DO QUE A DECADÊNCIA DE UM CORRUPTO.
Desconheço o Edital. Confio numa luta patrocinada por Franklin Jorge. Que o Prefeito reveja o Edital, com intuito de promover a Cultura.