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quarta-feira - 21/02/2018 - 20:38h
Manifesto

“Carta Aberta” pede fim de greve e união pela Uern

Professores da Faculdade de Direito (FAD) da Universidade do Estado do RN (UERN) confeccionaram uma “Carta aberta às Categorias e à Reitoria” da instituição. Em seu conteúdo, eles pregam a união da comunidade uerniano, apresentam um leque de sugestões e advogam o fim da greve que hoje (quarta-feira, 21) chega a 104 dias (Leia Os primeiros 100 dias de uma greve “por dignidade”).

Veja abaixo o conteúdo desse manifesto:

Estamos em estado de greve há mais de cem dias, motivados pelo legítimo interesse de reivindicar a regularização do pagamento salarial. Todavia, decorrido esse tempo, o Governo não mudou o quadro de atrasos e nem tem demonstrado que o fará a curto prazo, gerando um impasse prejudicial à educação superior no Estado, notadamente à classe discente, que tem ficado órfã do direito constitucional à sua formação profissional, intelectual e crítica.

Embora noutros momentos o instrumento da greve tenha sido eficaz para as conquistas salariais, no momento resta evidenciado que ele não tem se mostrado o mais adequado para conquistarmos os objetivos pautados pelas categorias.

Lembramos aos colegas servidores que vivenciamos um contexto de desvalia e precarização das instituições, não se ignorando um movimento crescente de defensores do Estado mínimo, especialmente no ensino superior.

Aproveitando que o Rio Grande do Norte enfrenta grave crise política e administrativa, esses desestruturadores sociais colocaram indevidamente a UERN em suas “alças de mira”, numa campanha organizada de minimização de sua importância.

É impossível, também, não notar as coincidências entre o caminho da educação e o desenvolvimento das formas de legitimação política moderna. A UERN é um forte elemento de conscientização política da sociedade e de formação profissional, interessando a alguns a sua desmobilização.

Por essa e outras razões, pleiteamos o retorno às atividades acadêmicas, adotando outras posturas combativas em substituição à greve, que ousamos apresentar a seguir:

1 – engajar os alunos e suas famílias na ressignificação da Universidade;

2 – adotar estratégias para ocupação de espaços políticos e decisórios institucionais;

3 – buscar a sustentabilidade econômica da Universidade e a sua viabilização financeira, inclusive mediante a prestação de serviços externos;

4 – retomar a discussão sobre a proposta de autonomia financeira;

5 – promover um conjunto de informações positivas da Universidade (importância econômica, social, cultural), com a construção, divulgação e avaliação de indicadores de eficiência da UERN;

6 – promover seminários regionais temáticos, pontuando as realizações da UERN nos seus 50 anos de existência;

7 – trabalhar com a conscientização política e social sobre o valor da UERN e da própria educação como vetor de desenvolvimento econômico e equalizador social.

Assim, manifestamo-nos pelo RETORNO ÀS ATIVIDADES NA UERN, sem prejuízo da continuidade da luta em defesa dos nossos direitos, mediante novas estratégias.

Mossoró-RN, 20 de fevereiro de 2018.

DOCENTES (FACULDADE DE DIREITO)

Francisco Marcos de Araújo, Lauro Gurgel de Brito, Olavo Hamilton Ayres Freire de Andrade, Raimundo Márcio Ribeiro Lima, Andrea Maria Pedrosa Silva Jales, Clédina Maria Fernandes, Edgleuson Costa Rodrigues, Edmar Eduardo de Moura Vieira, Denise dos Santos Vasconcelos Silva, Marcus Tullius Leite Fernandes dos Santos, José Anselmo de Carvalho, Humberto Henrique Costa Fernandes do Rego, Olegário Gurgel Ferreira Gomes, Hamilton Vieira Sobrinho, Francisco Valadares Filho, Sealtiel Duarte de Oliveira.

Leia também: ‘Greve por dignidade’ procura uma saída digna;

Leia também: Uern finalmente se une e pede ao governo uma proposta.

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Categoria(s): Gerais

Comentários

  1. Lair s vale diz:

    Sempre estudei em escola pública , meus pais nos dias de hoje seria da classe D. Nos estimulou e os nossos parentes também . Dos 7 irmãos : 3 médicos, uma terapeuta ocupacional que se formou após criar os filhos, outra é administradora , a mais jovem contadora e um funcinário público da PF.
    O ensino público gratuito precisa ser dado para os mais pobres , as Universidades Públicas precisam cobrar da classe dominante , dos que ganham acima de 10 salários mínimos. Procurem pesquisar o lado financeiro dos alunos de Medicina, Engenharia e outros mais concorridos que estão nessas universidades, a maioria tem alto poder aquisitivo. Os ricos que querem ficar cada vez mais ricos dirão : já pagamos muito imposto. Que se faça uma Reforma tributária JUSTA.

    • Elves Alves diz:

      Faço coro ao comentário de Lair Vale. Quem se dispuser a ir a UFRN, em Natal, constatará o quão difícil é encontrar uma vaga para estacionar. Todas as alamedas do campus estão sempre ocupadas por carrões de alto luxo, nos três turnos. Encontrar um pobre por lá equivale a ganhar na loteria.

  2. João Claudio - Eleito pelos PTrslhas como 'O Cientista Político do Século'. Um luxo. diz:

    Um ‘like’ para o comentário do Lair, e parabéns aos seus queridos pai, mãe e irmãos.

    Exemplo de uma família bem sucedida a ser seguido por todos.

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