“Minha companheira estava sendo estuprada por três homens e eu a ouvia chamar pelo meu nome, ela só gritava pelo meu nome”, essa foi uma das situações relembradas por Luiz Alves na noite de sexta-feira (12), durante a realização do IV Ato do Ciclo Verdade e Memória na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Subseção de Mossoró.
Luiz Alves relembrou fatos históricos, como a fuga entre os estados da Paraíba e Pernambuco, ao lado de sua esposa Anatália Alves, a prisão, as torturas e a morte de sua companheira. Apesar de todas as coisas pelas quais passou Luiz Alves não se diz arrependido: “Eu tinha consciência de tudo que estava fazendo, de todos os riscos e de que o dever do revolucionário é fazer revolução, eu tinha um compromisso histórico. Quero dizer aos meus companheiros que eu continuo na luta e que não abdico dos meus princípios”.
Ciclo
Acompanharam os relatos, entre outros, o presidente da Comissão da Memória e da Verdade da OAB/RN, Djamiro Acipreste, o presidente da Seccional Potiguar, Sérgio Freire, o presidente da Subseção Mossoró, Aldo Fernandes e os Membros da Comissão da Memória e da Verdade de Mossoró, Wellington Barreto, João Paulo de Oliveira e Judith Dantas.
Veja AQUI reportagem sobre suplício imposto à Anatália Alves.
A primeira edição do Ciclo aconteceu em 13 de dezembro de 2012, na OAB RN e teve a participação do jornalista norte-rio-grandense Dermi Azevedo (ex-preso político e um dos fundadores do Movimento Nacional de Direitos Humanos/MNDH), dos advogados Paulo Francinete e Roberto Furtado.
A segunda edição contou com os depoimentos de Juliano Siqueira e Zé Rodrigues em 14 de junho.
A terceira edição aconteceu no dia 27 de junho e contou com os relatos de Meri Medeiros e Antônio Capistrano. Todos estes depoimentos estão sendo documentados e serão enviados para o ministério da Justiça.

Finalmente a nossa OAB-SUB SECCIONAL DE MOSSORÓ/RN., mesmo porque as questões relacionadas a Comissão da Verdade, já deveria, de há muito – ter sido motivo de real preocupação e investigação – porquanto te a ver com a nossa história política recente e seus muitos azos democráticos a espelhar o quão somos uma sociedade autoritária e historicamente apartada das reais necessidades da maioria do povo brasileiro.
Quando 1º Secretario da Comissão de Direitos Humanos, tentei implementar algumas demandas relacionadas À Comissão da Verdade, porém não houve um mínimo de espaço político para que tal fosse levado adiante.
No caso, com certeza o que deve ter ocorrido,é que a OAB-SUB SECCIONAL DE MOSSORÓ/RN., foi efetivamente obrigada a ouvir o camarada LUIZ ALVES, em função do contexto político direcionada pela OAB nacional, pela Comissão de Direitos Humanos nacional e pela Comissão da verdade, sendo que esta já visitou e colheu trabalhos e depoimentos da maioria das OAB’S regionais, estaduais e sub seccionais.
Em fim, seja por esta ou aquela razão…antes tarde do que nunca!
Um Abraço
FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
OAB/RN. 7318.