Caro Carlos Santos, e demais participantes do debate sobre a denúncia que fiz sobre a falta de atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Liberdade II, em Mossoró (AQUI):
Achei por demais salutar o confronto de ideias, posturas, afirmações e revelações. Sobre as declarações da odontóloga Emiliana Cavalcanti, elas talvez atendam ao meu desejo de dialética enquanto cidadão, mas não satisfazem às minhas necessidades enquanto usuário do Sistema Único de Saúde (SUS).
Nunca fui leviano em quaisquer das atividades que exerci ou exerço, seja como professor, jornalista ou estudante. Jamais incorreria na estultice de tentar induzir um profissional sério como Carlos Santos a erro.
Aliás, seria burrice de minha parte achar que isso seria possível.
Não quis atingir imagem de ninguém (atualmente, infelizmente, vem se criando uma indústria do dano moral, em que tudo é pretexto para se buscar indenização no pretório, embora, ressalte-se, entenda eu que todos devem buscar da melhor forma e da maneira que mais lhe compraz, a reparação ao direito pessoal/patrimonial/moral que julga ter sido ferido).
Mas atentemos: que direito foi desrespeitado do cidadão que, por pelo menos 4 vezes, procurou aquela unidade de saúde e se deparou com o cartaz avisando que não teve/teria fichas a serem distribuídas? Mais: que mecanismos há para controlar/verificar/atestar que um médico que deixou a unidade de saúde sob a alegativa de atender um paciente na casa deste está mesmo nesse atendimento?
Não abro mão do princípio da presunção da inocência nem para quem acho indigno dela, mas como alguns médicos estão sempre trabalhando e a população está sempre sem atendimento, há no mínimo uma conta que não fecha.
Como disse, não foram poucas as vezes em que é exposto o cartaz com o aviso citado. E, tão ruim quanto o não-atendimento, é a falta de informação. Quando há uma justificativa plausível, todos entendem.
A direção da UBS teve/teria coragem de apontar a falta dos médicos quando estes não comparecem à UBS e não têm uma justificativa legal para tal ausência?
Alguém já se perguntou por que as demandas na UPA´s são tão crescentes? Será que é tudo urgência e/ou emergência, ou as pessoas têm ido à UPA porque algumas UBS´s, como a do Liberdade II, estão sempre com algum/alguns médico(s) impedido(s) de prestar atendimento à população?
Para encerrar: o médico que dá plantão na UPA na noite anterior à manhã em que deveria dar expediente na UBS está desincumbido dessa segunda labuta matinal, embora receba por ambas?
P.S: sobre os nomes dos médicos envolvidos ou não na celeuma, não os escolhi, apenas reproduzi o que estava no cartaz que, infelizmente, não apontava o motivo da ausência de quaisquer dos profissionais ausentes ao trabalho naquele dia.
Márcio Alexandre – Professor, jornalista e estudante
Nota do Blog – Ministério Público, por favor entre no caso específico. É possível que muitas das perguntas de Márcio e de outros cidadãos encontrem respostas, em vez do silêncio que não inocenta ou o rugir que não se explica.
Prezado Carlos Santos. Após a odontóloga escrever que “desde que o mundo é mundo que dentista, advogados e médicos são titulados de doutores”, eu decidi: que após os meus 60 anos idade tenho que estudar mais um pouco pra recomeçar a escrever em seu blog. Pelo desculpas e sou réu confesso em afirmar que eu faltei a aula onde o professor ensinou que “todos que concluem a Universidade são doutores”.
Parabéns ao Marcio Alexandre pelos comentários inteligentes. A propósito, você esqueceu-se de escrever a palavra Doutor antes do seu nome, mas ainda dá tempo de fazer a correção. Ou professor não é Doutor? (risos).
Abraços a todos mortais educados ou não e em especial aos “Doutores dentistas e advogados” também.
Correção: “Pelo desculpas” > leia-se Peço desculpas.
Obrigado