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sexta-feira - 27/01/2012 - 16:24h
Só pra "eles"

Em mãos oligarcas, Dnocs pouco ajudou nas grandes secas

Marco Antônio Villa (Especial para a Folha de São Paulo)

O Dnocs tem uma longa história. Foi criado em 1909, inspirado no sucesso obtido pelo “Reclamation Service”, criado pelo presidente Theodore Roosevelt para áreas desérticas dos Estados Unidos.

Neste século de vida, tem muito pouco para mostrar. As obras realizadas pouco efeito tiveram nas grande secas, como as de 1915, 1919, 1932, 1942, 1951-1953, 1958, 1970 e 1979-1983.

A autarquia foi mantida sob controle absoluto da oligarquia nordestina, dos “industriais da seca”, expressão popularizada por Joaquim Nabuco nos anos 1880.

O Dnocs ficou notabilizado pela construção de grandes açudes, que envolveram vultosos recursos federais. A maior parte deles está abandonada, sem canais para irrigar terras, salinizados e sem qualquer uso efetivamente econômico. E pior: sem conservação, correndo o risco de as barragens se romperem.

A criação do Dnocs fez parte de um momento da história brasileira em que o Nordeste -à época chamado de Norte- passou a ser considerado uma região problema.

Sem condições de gerar suas próprias fontes de renda, passou a depender do governo central. Esse processo começou após a trágica seca dos três setes, de 1877-1879, e seus 600 mil mortos, 4% da população brasileira de então.

Imaginava-se que o problema central da agricultura e da pecuária da região era a falta de água, daí a construção de açudes. A solução hidráulica, capitaneada pelo Dnocs, foi um fracasso.

Porém, serviu como uma luva para os interesses políticos coronelistas, principalmente quando seca e eleição coincidiam, como em 1958, 1970 ou 1982.

Marco Antônio Villa é historiador e professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

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Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. CALIBRE 50 diz:

    PMDB deve perder comando de diretorias da Petrobras
    28 de janeiro de 2012 • 08h34 • atualizado às 08h30
    Portal Terra Diogo Alcântara: Direto de Brasília
    Depois do ruído entre o Planalto e o PMDB que culminou na antecipação da saída de Elias Fernandes da direção do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs), o próximo atrito esperado entre o Planalto e o maior partido da base aliada deve se dar em diretorias da Petrobras. Segundo interlocutores da Presidência, com a entrada de Maria das Graças Foster na presidência da estatal, o PMDB poderá perder mais espaço no baixo escalão do governo.
    Ontem, Fernandes pediu demissão após o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), ter desafiado o Planalto dizendo que não deixaria que seu afilhado político saísse com a pecha de corrupto. A Controladoria-Geral da União (CGU) apontou suspeitas de irregularidades de mais de R$ 300 milhões em projetos do Dnocs.
    Segundo fontes do Planalto, o governo já estava negociando com Henrique Eduardo Alves “uma saída honrosa”, que deveria acontecer na semana que vem. O tom “intempestivo” e “impulsivo” do líder teria apressado a saída de Fernandes da autarquia.
    Apesar de circular em Brasília a informação de que a próxima baixa do PMDB seria a presidência da Transpetro, sob comando de Sérgio Machado – afilhado político do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) -, no Planalto o que se diz é que se trata de um boato. Para acalmar os ânimos com o partido, o ministro peemedebista de Minas e Energia, Edison Lobão, chegou a convocar uma entrevista para dizer que Machado está “mais firme ou tão firme quanto o Pão de Açúcar”.
    Graça Foster só deverá assumir a presidência após aprovação do Conselho de Administração da Petrobras apreciar sua indicação ao cargo, prevista para o dia 9 de fevereiro. Até lá, a nova presidente terá tempo mais do que suficiente para avaliar suas mexidas nas diretorias da empresa.
    A baixa do PMDB no Dnocs ainda deverá ser assunto na semana que vem, quando o Congresso Nacional voltar do recesso parlamentar. O episódio poderá respingar numa eventual candidatura de Henrique Eduardo Alves para presidente da Câmara dos Deputados, em 2013. Fontes do governo, no entanto, acreditam que é cedo demais para que o assunto possa prejudicar as pretensões de Alves à presidência da Casa, o terceiro cargo mais importante da República.

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