Em entrevista ao programa “Jornal da Tarde” da Rádio Rural de Mossoró (990Khz) dia passado (terça-feira, 1º), o jornalista-âncora Saulo Vale indagou-me se acreditava na sobrevivência do Michel Temer (PMDB) à denúncia de corrupção passiva que está em andamento na Câmara Federal. Um sim ou um não.
Hoje (quarta-feira, 2), o plenário da Câmara julgará o parecer da sua Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que foi favorável a Temer. Para o processo seguir para o Supremo Tribunal Federal (STF), serão necessários os votos de pelo menos 342 dos 513 deputados contra o parecer (veja AQUI).
Disse e repito: “Ele caminha para sobreviver”. Pelo menos em relação a essa demanda. Outras virão.
Temer deriva do Congresso Nacional e conhece-o profundamente. Sabe dos interesses que marcam a maioria de seus componentes. Repete o tomá-lá-dá-cá de sempre e, principalmente, não é incomodado pelas “vozes da rua”, que são quase inaudíveis.
Dessa denúncia, que o envolve em suposto favorecimento em relação com o grupo JBS, o presidente-tampão tem preocupação quase sanada. A menos que ocorra grande reviravolta nas próximas horas.
Saulo insistiu: “E esses parlamentares que o apoiam, será que não temem o protesto e a cobrança de seus eleitores?”
Inúmeros vezes, partidos de esquerda e movimentos sociais ligados umbilicalmente a eles, promoveram manifestações e campanhas dessa natureza. Satanizam-lhes com densa execração pública. Como sempre. Não há nada de novo.
O principal fator de sustentação de Temer – e de seus apoiadores-, é o fato de não existir ninguém do outro lado desse “balcão de negócios”, com força de mobilização popular e autoridade moral para ejetá-lo da cadeira.
Todas as greves gerais e movimentos públicos convocados contra Temer, até aqui, fracassaram. Fiasco atrás de fiasco. O povo não se sente representado nem se sente estimulado a integrar uma corrente que não traduz de verdade suas privações e indignação.
A prioridade do outro lado é o cansativo “Fora, Temer” e não um basta à corrupção. Querem apenas e tão-somente a substituição de uma quadrilha por outra, sem qualquer alternativa à saída da crise pela via da moralização da coisa pública, do saneamento do Estado Leviatã.
Quem está fora, quer voltar, mas com as mesmas promessas que não cumpriu quando detinha o poder. Chega a ser risível.
No meio desse cabo-de-guerra tem o brasileiro, o cidadão comum, que praticamente jogou a “toalha”, cruzou os braços e manifesta claramente nas pesquisas o seu desapontamento com um Brasil sem rumo.
Piratas e corsários esgrimam pelo comando de um galeão à deriva.
Todos nós estamos no porão, à mercê dessa súcia. Infelizmente.
A desesperança paralisa uma nação inteira e no próximo ano, nas urnas, saberemos a dimensão dessa angústia.
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Ficaria muito agradecido se os Srs formadores de opinião, esclarecidos politicamente, sem nenhuma paixão, a luz da razão me respondessem: podemos ter orgulho da “democracia”, (não falei cleptocracia,) ?
Olho pra televisão e tenho uma perceoção esquisita! Todos, absolutamente TODOS são inocentes!