O loteamento do poder entre compadres, partidos, financiadores de campanha e grupos familiares é de nossa tradição republicana. Mas o costume é bem mais antigo.
Dizem clássicos sobre a formação social e política do Brasil, que esse vício vem de além-mar, desde os tempos de Lisboa como metrópole colonizadora e espoliadora.
Já temos mais de 500 anos de história formal e pouco mais de 120 anos como república. Nesse tempo, nada foi capaz de debelar essa mazela que traz tantos prejuízos ao país, ao povo brasileiro.
Se passearmos por compêndios como “Os donos do poder” (Raymundo Faoro), “Instituições políticas brasileiras” (Oliveira Vianna) e “O povo brasileiro” (Darcy Ribeiro) – para não citar outros trabalhos – encontraremos o DNA desse câncer. Do colonizador que chegou para espoliar, passando pelo “coronel” campesino ou o plutocrata urbano, até o político profissional dos tempos modernos, quase nada mudou.
Na verdade, temos o enraizamento dessa cultura que transforma a coisa pública num bem para poucos. Tudo tocado por uma gente esperta, além da conta.
O exemplo quentinho do ex-ministro Alfredo Nascimento, potiguar de origem, que fez história no Amazonas, é emblemático. Foi flagrado aparelhando o Ministério dos Transportes para beneficiamento do seu partido, o PR. Mesmo assim, fora da Esplanada dos Ministérios, ele e o PR continuam com poderes à escolha do substituto.
Tudo assim, normalíssimo.
Fosse numa corporação da iniciativa privada, o flagrante resultaria em ruptura contratual, banimento do corrupto, possível implicação cível e penal etc. Na política, no sistema partidário brasileiro, nas relações de poder, tudo é diferente.
Alfredo Nascimento, que se revelou indigno como ministro, voltará para o Senado. Lá, pasme… será um legítimo representante do seu estado, uma autoridade capaz de revisar leis, fazer outras, aprovar ou desaprovar orçamentos.
Pobre Brasil!
Dito! E muito bem dito. Mas o Olho da Providência como texto imagético ao realce do verbal faria melhor interface .
A coisa é bem feita. É poderosa; ardilosa; manhosa. O Olho vê de tudo do Cao Dai aos Iluminatis cuja lupa é uma só em arquétipos, grafemas e números perfeitos. (Djabeísso, ômi ??????)
Pois é, caro editor. O ex-ministro voltará para o céu (senado). E lá continuará, certamente, com as suas astúcias e artimanhas. Não vai precisar devolver nenhum tostão dos milhões que foram superfaturados. Vamos ter que ouvir seus discursos na tribuna do Senado Federal, defendendo a ética e a moralidade na política. O Valdemar, reú no processo do mensalão, já se diz candidato a prefeito. E assim, caminha a nossa república. Oh, quem poderá nos salvar?
A escravatura e servidão têm existido em conformidade com a índole da produção e tem desaparecido quando o grau de desenvolvimento desta torna mais útil o trabalho do homem livre que a do escravo ou do servo; a justiça e a fraternidade não interveio em nada nesta desaparição.
Qualquer que seja o valor subjetivo da moral, do progresso e outros grandes princípios do pensamento, esta bela fraseologia não influi para nada nas flutuações das sociedades humanas; só por si é impotente para efetuar a menor mudança.
As evoluções sociais lhe determinam outras considerações menos sentimentais. As suas causas encontram-se: na estrutura econômica, no modo de produção e da troca, que preside à distribuição das riquezas, e, por conseguinte, à formação das classes e a hierarquia. Quando as evoluções se efetuam, não é porque obedeçam a um ideal elevado de justiça, mas sim porque se ajustam à ordem econômica do momento. KarlMarx
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Ou quebramos a casca do ovo ou nada muda. Todo rompimento com regimes seculares requer grandes sacrificios com guerras e desobediência civil,revolta popular e tudo aquilo que todos estão vendo na televisão.Povo nas ruas no quebra pau. Meu corpo enfraqueceu mas meu espirito é revolucionário. Viva Che, Zapata, Fidel…