A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) precisa abrir discussão sobre a linha tênue que separa o papel do operador do direito do “jagunço de gravata”, no ambiente criminal brasileiro. A sociedade espera da entidade e do advogado muito mais do que o glamour, próprio da atividade forense.
O Ministério Público Estadual de SP (MPSP) e da Polícia Civil cumpriram, nessa terça-feira (22), 41 mandados de prisão e 65 mandados de busca e apreensão contra advogados e outros investigados suspeitos de ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Desses presos, 40 são advogados e um deles é vice-presidente Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CONDEPE), Luiz Carlos dos Santos.
Ele é acusado de receber R$ 130 mil do PCC, transformando-se num reles empregado da organização criminosa, em tarefas que iriam bem além da das prerrogativas da profissão e dos direitos dos réus do submundo.
Claro que qualquer indivíduo tem o direito à plena defesa e, sem o advogado, ninguém pode pensar na plenitude do direito e na possibilidade mínima de efetivação da justiça.
Entretanto a cada dia é mais frequente a eclosão de casos dessa natureza, como ocorrido em São Paulo. Questiona-se, por exemplo, a dimensão do anteparo dado pelo colegiado dos Direitos Humanos ao bandido, ignorando as vítimas dessa malta: policiais, cidadãos de bem, famílias de assassinados etc.
São Paulo tem mais de 350 mil bacharéis em direito. Uma multidão maior do que muitos municípios do país. Julgá-los por esses acusados de agora, é precipitarmos num dos piores erros do ser humano: o da generalização.
Haverá um juízo de valor que se formará na própria demanda judicial, em contraposição ao juízo de fato. Um, é julgamento; o outro, fria observação episódica.
Nem todos são bandidos, contudo será difícil não se atestar que parte deles, sim. Transformaram-se em pessoas tão ou mais perigosas que seus clientes.
A fruta podre, existente nessa ‘caixa’, precisa ser rapidamente extirpada.
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Extirpar rapidamente para não desacreditar uma classe na qual há expoentes de grandeza em nossa história passada e na atual.
Agiotas, prostitutas e advogados: estou para ver outras ‘catchigurias’ que gostem de moeda sonante mais que essas três.