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terça-feira - 29/09/2015 - 17:03h
Novos Rumos

Operação do MP e PM desbarata quadrilha de militares

O Ministério Público Estadual (MPRN) repassou detalhes da Operação Novos Rumos, deflagrada nesta terça-feira (29), em conjunto com a Polícia Militar. O trabalho prendeu preventivamente 12 policiais lotados no 9º Batalhão da Polícia Militar, instalado no bairro da Cidade da Esperança, zona Oeste da Capital.

Eles, segundo o que foi levantado, se associavam para a prática de vários crimes.

Tiveram prisões preventivas decretadas os seguintes Policiais Militares, todos lotados no 9.º BPM: Ivan Ferreira da Silva Tavares, André Luiz da Silva Pereira, José Cherls Firmiano da Silva, Isaac Raphael da Cruz Dumaresq, Thiago Vale Rabelo Teixeira, Damião Alves da Cunha, Marcos Garcia Marinho, Marcio José da Silva Martins, Werson Magno de Carvalho, Antônio Marcos Oliveira da Silva, Wilton Franco da Silva e Anderson Oliveira Frasseti Maia.

Entrevista coletiva deu detalhes da operação deflagrada hoje (Foto: MPRN)

A Operação Novos Rumos é desdobramento da Operação Citronela deflagrada na última sexta-feira na favela do Mosquito para repressão ao tráfico ilícito de entorpecentes e combate ao proveito financeiro do crime.

Vários crimes

Em entrevista concedida à imprensa, em Natal, na sede da Procuradoria-Geral de Justiça, em Candelária, o Promotor de Justiça Jorge Tonel, com atuação perante a 11ª Vara, voltada para a auditoria militar, a Coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Promotora de Justiça Patrícia Martins, o Promotor de Justiça Sílvio Brito, o Comandante Geral da PM/RN, Coronel Ângelo Azevedo e o Comandante do Bope, Tenente Coronel Rodrigo Trigueiro, deram explicações sobre a operação.

“Há indícios claríssimos da participação quase simbiótica desses policiais numa prática contumaz de vários crimes”, informou o Promotor de Justiça Jorge Tonel sobre a atuação dos policiais do 9º BPM investigados e presos preventivamente por autorização da Justiça. Investigação iniciada ainda em outubro do ano passado, inclusive com interceptações, revelou que policiais receberam vantagem indevida para livrar traficantes que haviam sido flagrados de posse de quantidade expressiva de entorpecente.

Cabeça erguida

Havia uma relação espúria entre os policiais presos e colaboradores de Joel Rodrigues da Silva, também preso na última sexta durante Operação Citronela na favela do Mosquito. “Havia essa associação para corromper e obter vantagens por esse pessoal que não cumpria com o dever de ofício. O nome da operação é exatamente o objetivo que se quis imprimir Novos Rumos para a polícia militar do Rio Grande do Norte”, disse a Promotora de Justiça Patrícia Martins.

O Comandante da PM, Coronel Ângelo Azevedo, disse que a instituição ainda está finalizando o levantamento funcional dos policiais presos e identificou que, pelo menos um deles, o Thiago Vale Rabelo Teixeira, respondeu processo em âmbito interno da corporação. “A PM tem 181 anos e não são fatos como esses que vão nos abalar. Lamentavelmente ainda existe esse tipo de acusação, mas estaremos sempre de cabeça erguida e prontos para apurar”, destacou o Comandante da PM.

Se observou que a prática de corrupção não era uma eventualidade, mas sim sistemática pelos 12 policiais presos e lotados no 9º BPM. Foram constatados na investigação, recebimento de dinheiro e bens como armas, notebook, perfumes, queijos, dentre outros, para a não realização dos flagrantes. Outros fatos graves igualmente foram provados nos autos, como a ação de retardar, indevidamente, a realização de abordagem policial, após verificarem que pessoas não identificadas estavam furtando peças de roupa de uma Loja no bairro da Cidade da Esperança, dando tempo dos mesmos se evadirem e logo em seguida, os próprios policiais furtarem objetos, durante a noite, ao entrarem na loja para verificar a cena do crime, portanto com abuso de confiança e gravíssimo desvio funcional.

Também foi identificada a relação promíscua entre policiais militares e esquemas de jogos clandestino, mediante o recebimento regular de propina para se omitir em face de casas de “bingo” e outros jogos de azar. A conduta dos policias investigados era objeto de repulsa e indignação dos próprios praças da corporação, que não compactuavam com o esquema, gerando-se conflitos com os investigados em razão de tais métodos, sendo que os policiais investigados desdenhavam dos colegas que questionavam tais ações e lhes cobravam honestidade.

A própria Polícia Militar já havia acionado o Ministério Público pedindo o aprofundamento de informações que davam conta da prática de crimes no âmbito do 9º BPM, dando a Corporação, na sequência, irrestrito respaldo às investigações realizadas pelo Gaeco.

Os policiais estão detidos em batalhões da PM preventivamente enquanto é dada continuidade a investigação.

Com informações do MPRN.

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Categoria(s): Justiça/Direito/Ministério Público

Comentários

  1. Inácio Augusto de Almeida diz:

    Todos estes policiais envolvidos serão processados, julgados e condenados. Irão recorrer, voltarão a vestir a farda da PM e recebrão os salários do período que ficaram afastados, além de contar o tempo para efeito de promoção. E como os recursos, a exemplo do SAL GROSSO, irão demorar a serem julgados, restará apenas para os policiais honestos o péssimo exemplo de que, deixa para lá que escrever sobre este tipo de assunto me deixa revoltado.
    Hoje uma ladra de MERENDA ESCOLAR foi presa no Maranhão. Encaminhada ai presídio de Pedrinhas, logo apareceu um caríssimo advogado e consegui que ela fosse tranferida para o Quartel do Corpo de Bombeiros, onde ficará no alojamento dos oficiais com direito a ar condicionado, frigobar, televisão e internet. E tudo isto sem possuir curso superior.
    Fica muito difícil entender as nossas leis. Leis que permitem a condenados em primeira instância por prática de improbidade continuarem no exercício de cargos públicos e até votando leis. Que valor moral tem uma lei aprovada por um corrupto? O Papa Francisco pede que todos combatam a corrupção, mas a sua igreja não dá o mínimo apoio aos que combatem a corrupção.
    Para o cidadão comum fica muito difícil entender tudo o que acontece neste nosso Brasil.
    Anotem o que estou dizendo hoje neste comentário. TODOS ESTES POLICIAS SERÃO CONDENADOS, IRÃO RECORRER E VOLTARÃO A VERTIR A FARDA DA PM. É a lei que assegura a todo condenado em 1ª instância e que está no aguardo do julgamento de recurso continuar exercendo cargo público. É A LEI!
    ISTO TEM QUE MUDAR!
    ////
    OS RECURSOS SAL GROSSO SERÃO JULGADOS EM SETEMBRO? VÃO DEIXAR SAL GROSSO PRESCREVER?

  2. João Claudio diz:

    Tornou-se quase impossível a população diferenciar um policial correto, de um bandido travestido com uniforme militar. Claro que existem exceções.

    O bandido ser pego em flagrante e ainda ter direito a recursos, pela madrugada, é o fim da picada.

    Observem que a imprensa atualmente está usando o termo ”suspeito”, até mesmo quando o bandido é flagrado explicitamente por câmeras de TV, matando ou roubando. E pasmem! Os tais ”suspeitos” ainda tem direito a ”Ns” recursos KKKK

    Isso não é justiça. É a autentica fuleiragem.

Trackbacks

  1. […] A apuração veio à tona à semana passada, com destaque na imprensa local (veja AQUI). […]

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