Por Misherlany Gouthier
Escrever e resgatar as origens das famílias da Oeste potiguar sempre foi uma das principais metas que abracei como forma de tirar do olvido as lendas, tradições e histórias de uma gente que muito contribuiu para o desenvolvimento do lugar. Foi com esse pensamento que há anos reuni informações bibliográficas, cartoriais e paroquiais a respeito da origem e presença dos Chaves e Mello no Brasil, especialmente nas províncias do Piauí, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Pesquisa de campo in loco, registrando, fotografando, anotando. Tudo de forma a construir uma obra de referência para o estudo da família portuguesa na região.
Os Chaves e Mello, tratados por este autor, originários das Ilhas dos Açores, vieram para o Brasil por volta de 1780, inicialmente residindo no Rio de Janeiro. De família abastada, tradicional, estiveram envolvidos em vários movimentos políticos no Brasil, dentre os quais a Revolução de 1817, Confederação do Equador, Revolta Pinto Madeira.
Alexandre José Leite de Chaves e Mello foi um dos grandes nomes dessa família, que tendo tomado parte na Revolução de 1817, acedeu ao posto de Comandante das fronteiras do Ceará e Rio Grande do Norte, salientando-se pelo seu brilhante trabalho no combate aos revoltosos.
Ao passo do tempo, um ramo dos Chaves de Mello deixou de usar esse sobrenome, passando a usar Álvares Affonso, descendentes de Manoel Alvares Affonso, avô do Dr. Almino.
Estes mesmos Chaves de Mello quando chegaram ao Ceará, vindos do Piauí, se entrelaçaram com as famílias Feitosa, Jácome de Araújo-Bezerra, Pereira do Canto, Ferreira de Melo. No Rio Grande do Norte, situaram-se na Serra do Martins, constituindo numerosa descendência. Aí, alguns varões dessa família casam-se com descendentes dos Souza Martins, também de origem portuguesa, cuja linhagem se estendeu por toda zona oeste do Rio Grande do Norte.
Destes merece destaque Almino Álvares Affonso, político brasileiro, abolicionista, Senador do Império, promotor de justiça, advogado, jornalista panfletário, poeta, cujo nome empresta ao município norte-rio-grandense. Também são citados Dr. Melquíades Pinto Paiva, o Desembargador Manoel Onofre Junior, e os políticos Zezito Martins, ex-Senador, e José Dias, atual deputado estadual.
Almino Álvares Affonso também integra a gens da família Saraiva Moura, de tradição secular, sendo neto do Capitão-mor Geraldo Saraiva de Moura, um dos maiores patriarcas das fraldas da Serra do Martins, que viveu toda sua existência em Patu, onde deixou uma das maiores proles do Estado.
Esse estudo de genealogia mapeia a ancestralidade e parentela de Almino Affonso, mostrando suas ramificações até os dias atuais. Trabalho documentado, ilustrado, pioneiro no estudo a respeito da descendência do Tenente José de Souza Martins Pereira e do Padre Antônio de Souza Martins. “Os Álvares Affonso dos Chaves e Mello” também apresenta um veio dos Nunes Reis, Paiva, Nascimento, Cordeiro, Leite.
Nele escreveu o médico e pesquisador Luciano Canuto de Oliveira: “Gouthier lança mão de fontes primárias que facilmente demonstram aos descendentes dos Chaves e Mello, a cada geração, sua contribuição na formação do povo nordestino, por meio de relatos da sociabilidade entre açorianos e famílias de origem pernambucana e paraibana, suas convivências, trazendo o autor um retrato do Oeste Potiguar quando principia seu processo de colonização.”
Também teve participação na crítica deste trabalho o escritor e pesquisador cearense Heitor Feitosa de Macedo, em Prefácio: “Misherlany Gouthier é um desses que se esmera em desvendar, pouco a pouco, as respostas guardadas nos tortuosos labirintos do passado humano. A ferramenta utilizada por ele é, especialmente, a genealogia, ou seja, o estudo das imbrincadas teias parentais que se formaram ao longo dos anos nos sertões do Rio Grande do Norte, antigo reino dos valentes Tarairús e invadido pelos brancos desembarcados da Europa, isso há pouco mais de três séculos.
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Misherlany Gouthier é escritor e genealogista
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