terça-feira - 19/08/2014 - 21:12h
Coisas de Mossoró...

Quando Silveira Júnior encontra Odorico Paraguaçu

Dinarte Assunção (Portal Noar)

Fábrica de enredos memoráveis, Mossoró nos brinda com mais uma história dantesca.

Amanhecemos com a revelação de que a administração municipal ordenou o timbre da gestão nos ataúdes distribuídos a quem por eles não pode pagar.

Um caixão em si já vem coberto de dores. Timbrado pela administração se cobre de uma perplexidade que indigna e questiona: qual a necessidade de, até na morte, lembrar ao mais carente a relação de dependência que tem com o mandatário do momento encastelado no Palácio da Resistência?

Ataúde com logomarca da prefeitura leva o morto às profundezas (Foto: reprodução)

Os feitos de Silveira Júnior me remeteram a Odorico Paraguaçu, o cômico prefeito de O Bem-Amado que transformou em obsessão seu desejo em inaugurar o cemitério de Sucupira.

Silveira e Odorico estão separados da realidade e ficção por uma fina camada de ironia.

Em morte, Odorico realizou seu desejo. Seu esquife desceu à terra e inaugurou o cemitério.

Em vida, Silveira vê o símbolo de sua gestão se confundir com caixões que encerram a própria morte.

É intrigantemente curioso.

Sobretudo quando a morte política se avizinha sobre a gestão do homem que prometeu fazer tudo diferente e repete, evocando Gabriel Garcia Marquez, os erros das extirpes que condenaram Mossoró à eterna solidão.

Nota do Blog – Como eu lamento, como profundamente lamento, meu caro Dinarte.

Lamento que tudo e muito mais do que isso venha acontecendo.

Hoje, a Câmara Municipal chegou a debater essa situação bizarra e nem a base do governo conseguiu defendê-lo. Foi contra também.

Pobre Mossoró!

Faltou apenas o personagem “Tristão de Ataúde” em cena, figura criada pelo genial Chico Anysio, ou “Bento Carneiro, o  vampiro brasileiro”.

Cruel, muito cruel!

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Categoria(s): Política

Comentários

  1. erivan diz:

    Pronto, era só oque faltava, difunto fazer propaganda da prefeitura municipal de mossoro no além.

  2. Luiz diz:

    Lamentável alguém de tamanha credibilidade publicar esse tipo de matéria sem procurar se informar antes!

    • Carlos Santos diz:

      NOTA DO BLOG – Bom dia, meu caro Guilherme. O Blog reproduz uma crônica de fonte credenciada e enxerta comentário próprio.

      Você engana ao considerar que não procuramos nos informar antes. Engano considerável. E obrigado pela expressão “tamanha credibilidade”.

      Nos informamos, sim.

      A nota da Prefeitura de Mossoró é uma versão, não está assentada nos fatos reais. Cumpre seu papel de tentar atenuar o impacto de uma decisão administrativa e não um suposto descuido ou interpretação errônea do caso. O raciocínio de que a funerária identifica os caixões por municípios, é tosca, mas mesmo assim a publicamos por dever de justiça, respeito aos webleitores.

      Tudo bem. Faz parte.

      Na Câmara Municipal de Mossoró, nessa terça-feira (19), o assunto foi tratado pelos vereadores e nem a bancada governista concordou com essa iniciativa. Um dos vereadores chegou a telefonar para fonte credenciada do Governo e mostrou como era antipática a medida. Foi-lhe prometido que seria revista.

      Portanto, não foi exatamente como a versão mostra. Se houver necessidade, recorreremos ao vereador em específico e, acredito, ele não negará a palavra, não faltará com a verdade.

      Como dito em nosso comentário, “lamentável”.

      Um abraço, saúde e paz.

  3. Inácio Augusto de Almeida diz:

    Eu sempre digo que se não acontecer em Mossoró não acontece em lugar nenhum do mundo.
    Em que lugar do mundo trem, ônibus e médico não chegam atrasados?
    No HGO os médicos chegam na hora marcada para atender os usuários do SUS.
    Em que lugar do mundo o povo pode comprar gás de cozinha por 34,95 e prefere pagar 45,00?
    No Maxxi o gás de cozinha custa 45,00.
    Eu desafio alguém mostrar algum lugar no mundo em que o prefeito faz propaganda em caixão de defunto.
    Só faltou aproveitar o espaço e pedir que os recursos do SAL GROSSO sejam julgados.
    Zé Ruela acordou toda a vizinhança com a sua gargalhada. Zé Buchudinho coloca o dedo indicador no ouvido e fica girando a sinalizar que isto é coisa de doiido.
    Caixão de defunto usado como outdoor?
    Logo sairá uma nota “ESCLARECEDORA” da Secretaria de Comunicção tentando convencer a todos que se trata de uma pegadinha.
    AS FOTOS NÃO MENTEM!
    JÁ AS NOTAS “ESCLARECEDORAS”…
    ///
    ATÉ QUANDO CONDENADOS EM PRIMEIRA INSTÂNCIA NO PROCESSO SAL GROSSO CONTINARÃO EXERCENDO CARGOS ELETIVOS POR FORÇA DE RECURSOS?
    QUANDO OS RECURSOS SAL GROSSO SERÃO JULGADOS?

  4. Iris Maia diz:

    Um bom secretariado pode ajudar muito um gestor, se esse ouvir sua assessoria. Qual a secretaria que cuida de um assunto desse? e a Ação Social? Prefeito muna-se de uma boa equipe e cobre dos seus Secretários projetos e atitudes que o engrandeça e não que o ridicularize e dê condições deles trabalharem. Não permita que eles apenas ganhem seus R$ 12.000,00 e até digam ao pessoal da secretaria que não está ali para trabalhar como estão comentando.Temos um grande e péssimo exemplo o da Governdora Rosalva. O senhor está com uma grande oportunidade politicamente que nós o concedemos, não disperdice. Boa sorte e bom senso.

  5. Antonio Augusto de Sousa diz:

    Só faltava essa! PUPAPUPARAPAPÁ! Quando eu penso que já vi de tudo, acontece uma dessa!

    E por isso que não tenho preconceito com sobrenomes MAIA, ALVES ou ROSADO!

    Quiçá, eu esteje enganado. Mas, breve, OUTRO SOBRENOME irá se juntar aos de TINOCO, FONTENELLE, SOUZA e MELO!!

    A “MICARLIZAÇÃO”, COMEÇOU!!!

  6. Watsandrei diz:

    “Tudo Como Dantes no Quartel de Abrantes”
    Inácio Augusto de Almeida, quem tá morrendo de rir aqui sou eu. Não me digam que vocês achavam que o atual prefeito seria diferente dos anteriores??
    Enquanto a maioria manobrada e dependente de migalhas não criar vergonha para ser independente e não precisar se humilhar por carguinhos comissionados, nada vai mudar… essa dos caixões é fichinha. Me poupem!

  7. Lindemberg Gomes diz:

    Outro dia eu li um comentário, nesse Blog que dizia: “É melhor andar só do que mal acompanhado”. referindo-se a Francisco José Junior (atual Prefeito) e Luiz Carlos Martins de Mendonça (Vice-Prefeito), destacando em especial a parceria de ambos na administração da segunda maior cidade do Rio Grande do Norte, o que não é uma tarefa fácil. De imediato, não dei muita atenção, por achar que a pessoa, com certeza não o conhecia. E, acredito mesmo que não o conheça. Pois se o conhecesse , não faria uma avaliação dessa natureza. Ele não filho de famílias tradicionais da política e do pequeno mundo financeiro de Mossoró; mas, é filho de uma família simples, humilde, porém honesta o que é verdadeiramente importante. E, achando pouco, ainda lhe atribuiu um codinome (Ptralha), coisa que jamais combinaria com ele. Ele é um amigo leal, honesto, sincero, de atitudes nobres, a quem eu tenho muito respeito. Ele é uma companhia que qualquer pessoa gostaria tê-la e que não o envergonharia, jamais. É melhor tê-lo como amigo do que está na linha de fogo daqueles que se dizem amigo. SÓ PARA ESCLARECER: Nunca o procurei pata pedir favor algum, nem pretendo procurá-lo. Apenas, tenho o prazer de ser seu amigo. Defendo-o porque odeio a INJUSTIÇA. Não tenho autorização para defendê-lo, porque não é necessário. JUSTIÇA SEJA FEITA A QUEM DELA PRECISA.

  8. Lindemberg Gomes diz:

    Nós precisamos buscar ser mais justos e mais humildes. Todos nós PECAMOS (erramos), muitas vezes quando queremos acertar. Errar é humano, permanecer no erro é pecado. Quem nunca errou? Saibamos, pois, perdoar aqueles que pecaram, mas não continuaram a praticar os mesmos erros e delitos.

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  1. […] postada em seus blogs com o título “Quando Silveira Júnior encontra Odorico Paraguaçu” (veja AQUI), não condiz com a verdade. Inicialmente, gostaríamos de chamar atenção para a marca sobre o […]

  2. […] Recentemente, o tema veio à discussão pública após a divulgação de uma imagem de um caixão com a “marca” da Prefeitura de Mossoró nas redes sociais. O caso teve repercussão estadual e gerou revolta na população mossoroense (veja AQUI). […]

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